Adventistas do Brasil e de Portugal já aceitaram a “Marca da Besta”? Seria o Domingo a marca da Besta?

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Se a marca da besta fosse a imposição do domingo como o dia do senhor, todo brasileiro e português nasceria com a tal marca da besta. Porque a identificação do primeiro dia da semana como “domingo”, imposta por Constantino em Nicéia, quer dizer exatamente isso Dia do Senhor (“dies domine”, em latim).

Assim o decreto dominical de Constantino impondo aos cristãos o primeiro dia da semana como “Dia do Senhor” permanece em vigor, sendo respeitado em países de língua portuguesa como o Brasil e Portugal.

E não se trata apenas de fazer referência ao primeira dia da semana como “domingo”. O Estado brasileiro é laico, mas nossos costumes reforçados pela legislação trabalhista do País privilegiam o primeiro dia da semana como Dia de descanso e guarda, conforme prescreve o terceiro mandamento da lei alterada pela Igreja Católica: “Guardar domingos e festas católicas.”

O pior de tudo é que você não ouve nenhum pastor adventista falando sobre isso e nossas próprias instituições assumem o primeiro dia da semana como Dia de descanso, além de observarem também os dias católicos de festa como feriados ou “dias de descanso”. No mínimo, é a marca dos bestas!

A origem do nome dos dias da semana

A Bíblia Hebraica introduziu a semana de sete dias como mostra o relato da criação do mundo em seis dias, destinando o sétimo e último como o dia do descanso. Essa tradição bem como o quarto mandamento do Decálogo – “Lembra-te do dia de descanso para o santificar” – são a base da prática judaica do Shabbat. Assim, a semana judaica tinha o Shabbat como o sétimo dia.

A semana romana

Os romanos, sob o Império, adotaram a semana de sete dias associando-os aos planetas e deuses olímpicos greco-romanos. Os planetas então conhecidos pelos astrônomos eram: Saturno, Júpiter, Marte, Vênus e Mercúrio. Assim, a semana romana era dividida conforme mostra a tabela abaixo.

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Foi o imperador Constantino que, em março de 321, impôs o descanso semanal no dia do Sol decretando que todas as atividades profissionais (exceto o trabalho agrícola) deveriam cessar em homenagem ao Sol Invictus (Sol Invencível). Estabeleceu-se, assim, o descanso semanal no que seria mais tarde chamado domingo, tradição que se manteve até os dias de hoje.

A semana cristã

O Concílio de Niceia, realizado durante o reinado de Constantino em 325, estabeleceu, entre outras decisões, a reforma do calendário romano para dar-lhe uma feição cristã. O sétimo dia da semana, dedicado a Saturno, passou a ser dedicado ao Shabbat judeu, dia do descanso consagrado pelo Velho Testamento; ele se tornou o Sabbatum (sábado) dos católicos.

O primeiro dia da semana, o dia do Sol dos romanos, passou a ser Dominicus Dies (ou Dies DominicumDies DominicaDies Domini) que, em português, significa Dia do Senhor, tendo evoluído para domingo. Esse dia já era o dia de descanso oficial do Império romano pelo decreto de Constantino de 321, e assim permaneceu.

Os outros cinco dias da semana continuaram com seus nomes romanos de deuses e planetas. Como lembra Paul Veyne: “nossa semana deve tanto à astrologia popular pagã quanto ao judeu-cristianismo e isso permitiu a Constantino contentar os cristãos sem contrariar os pagãos” (VEYNE, 2010, pp. 152-153).

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Os dias da semana numerados de Portugal

A língua portuguesa é a única língua românica em que o nome dos planetas foi substituído por numerais.

Quem decidiu isso foi São Martinho de Dume, bispo de Braga no século VI. Para ele, era uma blasfêmia chamar os dias da semana pelos seus nomes pagãos. Afirmava que não se podia “dar nomes de demônios aos dias que Deus criou”, referindo-se aos deuses romanos Júpiter, Marte, Vênus, Mercúrio.

Considerando isso, São Martinho propôs que durante a Semana Santa – período que, na Idade Média, todos os dias eram consagrados ao descanso e às orações –, os dias da semana fossem chamados feria (literalmente: dia livre, de onde deriva a palavra “feriado”) e ordenados numericamente.

A proposta foi aprovada no Primeiro Concílio de Braga, de 561 a 563, dirigido pelo próprio São Martinho e acabou se fixando para o resto do ano. Foram mantidos os nomes do Dia do Senhor (domingo) e do Sabbatum (sábado) e dados novos nomes aos demais dias da semana que passaram a ser Feria SecundaFeria TertiaFeria QuartaFeria QuintaFeria Sexta.

Ao longo dos anos, a língua portuguesa foi se modificando, tendo a palavra “feria” sido substituída por “feira” nos dias da semana, chegando-se assim aos nomes dos dias da semana atuais.

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A mudança imposta pelo bispo português São Martinho ficou valendo apenas para Portugal. Outros países, como Espanha, França e Itália mantiveram a raiz original dos planetas Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter e Saturno para chamar os dias da semana (veja na tabela rosa. acima).

Os dias da semana na Inglaterra

Na Inglaterra, a semana de sete dias chegou só no século V, bem atrasada em relação ao resto da Europa. O calendário romano foi adaptado aos deuses nórdicos.

Dessa forma, os nomes dos dias da semana nas línguas anglo-saxônias não derivaram do latim, mas dos nomes dos deuses daqueles povos. Assim, Marte, por exemplo, foi substituído por Tiw ou Tyr, deus da guerra, dando origem a Tuesday, equivalente à nossa terça-feira.  Veja na tabela abaixo.

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Domingo: primeiro ou último dia da semana?

Na tradição religiosa cristã, Domingo é o primeiro dia da semana que comemora a ressurreição de Cristo.  Nos Evangelhos, Jesus morreu no dia de “preparação para o sábado (Lucas 23:54), ou seja, numa sexta-feira. Ele foi sepultado no final da tarde e lá permaneceu durante todo o sábado. Foi na manhã de domingo, “primeiro dia da semana”, que as mulheres foram ao túmulo (Mateus 28: 1; Marcis 16:1; Lucas 24:1, João 20:1).

Para a Organização Internacional de Normalização (ISO – International Organization for Standardization), porém, o domingo é o sétimo e último dia da semana. O que causa muita confusão nos países de língua portuguesa onde a semana começa numa segunda-feira.

Fonte

Sobre Max Rangel

Servo do Eterno, Casado, Pai de 2 filhas, Analista de Sistemas, Fundador e Colunista do site www.religiaopura.com.br.

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