Em 2013: Liberação de Moscas Transgênicas Cancelada no Brasil e Espanha Após Pesquisadores Questionarem Consequências

Oxitec, uma empresa de biotecnologia do Reino Unido, decidiu não levar a cabo seus planos de lançar moscas de oliveiras e frutas transgênicos (OGM) na Espanha e no Brasil, após os reguladores do governo dos dois países terem levantado preocupações com a saúde humana e ambiental.

A decisão da empresa veio depois que os reguladores espanhóis e catalães solicitaram mais informações sobre o impacto que teria a liberação de insetos transgênicos.

A decisão de hoje mostra que os reguladores estão a começar a fazer perguntas importantes sobre os impactos aos seres humanos e ao meio ambiente da liberação de insetos transgênicos“, disse o Dr. Helen Wallace, diretor de GeneWatch UK, “a Oxitec retirou seu pedido, porque ela não tem as respostas para estas questões.”

Naturalmente, os cidadãos brasileiros e espanhóis estão preocupados com uma empresa internacional liberando insetos transgênicos não testados, que não podem ser contidos ou controlados, em seu ambiente. As moscas transgênicas iriam se acasalar com as moscas silvestres na área, e um grande número de vermes transgênicos acabariam mortos em azeitonas e frutas, aumentando os riscos a saúde dos consumidores e ​​arruinando as plantações dos produtores.

A Oxitec está atualmente testando seus mosquitos transgênicos no Brasil, mas as autoridades dizem que precisam de provas de que esses Organismos geneticamente modificados (OGM) reduzem o risco de incidência de dengue antes de aprovar o pedido da empresa de biotecnologia para uso comercial. Veja a outra matéria sobre os mosquitos transgênicos abaixo.

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Mosquitos Geneticamente Modificados Liberados aos Milhões, inclusive no Brasil

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Pesquisadores questionam mosquitos transgênicos no combate à dengue

Desde julho, moradores do município baiano de Jacobina participam indiretamente de um estudo que pretende conquistar um aliado na luta contra a dengue. Na cidade de 45 mil habitantes, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a ONG Moscamed, tentam comprovar que a liberação de mosquitos Aedes aegypti geneticamente modificados no meio ambiente reduz drasticamente o tamanho da população de transmissores da doença – diminuindo assim o número de infectados, que neste ano já chega a 1,5 milhão de pessoas, segundo o Ministério da Saúde.

Desenvolvido pela empresa britânica Oxitec, que detém a patente, o método consiste em inserir um gene letal no mosquito macho, que o repassa à fêmea selvagem durante a cópula. Ela, por sua vez, gera filhotes destinados a morrer prematuramente. Em Jacobina, levantamentos mostram que a população de transmissores da dengue em seis meses de experimento já é 50% menor, de acordo com pesquisadora da USP Margareth Capurro, coordenadora do Projeto Aedes Transgênico (PAT).

O método já havia sido testado em menor escala em algumas vilas de Juazeiro, também na Bahia, com sucesso, resultando numa diminuição de até 90% da população do mosquito da dengue.

“Ratos de laboratório”

Apesar da euforia, o estudo gerou a desconfiança de cientistas ligados à transgenia. “A população de Jacobina está sendo feita de cobaia, são ratinhos de laboratório da Oxitec”, critica José Maria Gusmão Ferraz, professor da Universidade Federal de São Carlos e membro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).

Integrante do Grupo de Estudos em Agrobiodiversidade do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ferraz esteve em Jacobina para fazer um relatório sobre o PAT. Ele diz que a população local não foi devidamente informada sobre o tipo de pesquisa e afirma não haver um código de ética com detalhes sobre os procedimentos em campo, onde 4 milhões de mosquitos transgênicos são liberados no ecossistema toda semana.

“Eu perguntei às pessoas o que era o tal ‘mosquito do bem’ e vi que ninguém sabe o que está acontecendo de verdade”, conta o biólogo em entrevista à DW Brasil, referindo-se à campanha de marketing iniciada pela Moscamed.
Gabriel Fernandes, assessor técnico da ONG Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA), afirma que toda pesquisa que envolve diretamente seres humanos e meio ambiente precisa passar por protocolos. Ele lamenta que “muito foi investido em propaganda, mas pouco para informar a população sobre o que é realmente um transgênico”.

Gene terminator

Um dos criadores da campanha “Brasil ecologicamente livre de transgênicos e agrotóxicos”, Fernandes ainda acusa os responsáveis pelo PAT de não monitorarem a parcela de fêmeas geneticamente modificadas que acabam sendo produzidas na fábrica de mosquitos da Moscamed no Nordeste. Ferraz questiona ainda que, sem um devido estudo, não se pode assegurar que essas fêmeas – que segundo ele chegam a 3% da produção – não ajudarão a formar uma segunda população, que poderá crescer mais rápido do que a silvestre e se tornar eventualmente “mais agressiva” na transmissão da dengue.

Outra possível falha, afirma o membro da CTNBio, seria o não monitoramento de um possível aumento do número de mosquitos Aedes albopictus, diante da supressão do aegypti. O albopictus é vetor para várias doenças tropicais como malária e febre amarela.
A tecnologia do mosquito transgênico já foi testada em alguns países como Malásia e nas Ilhas Caymann. Em uma grande comunidade, porém, a pesquisa brasileira é pioneira. “Há ainda o temor de que a ideia por trás seja dar os primeiros passos para a aprovação no Brasil do gene terminator, ou exterminador, também nas plantas. Esse é aquele gene que faz com o grão passe a ser apenas um grão, e não mais uma semente”, afirma Ferraz.

 Lucros milionários

Apesar das críticas, os testes com o mosquito geneticamente modificado continuam e o governo não descarta que, caso se confirme a eficiência do método na redução de casos de dengue, ele poderia ser adotado em larga escala no país. Segundo o Ministério da Saúde, uma reunião com especialistas está marcada para março do próximo ano para avaliar resultados tanto em Juazeiro quanto em Jacobina.

“A implantação de qualquer nova tecnologia de combate à dengue deve obedecer critérios de custo, efetividade e segurança”, afirma o ministério, questionado pela DW Brasil. O órgão ressalta ainda que, para que seja incorporada ao SUS e reproduzida comerciamente por empresas privadas, a tecnologia precisa ter a aprovação de diversas entidades, como a CTNBio, a Anvisa e o Ibama.

Margareth Capurro rejeita as críticas de que a pesquisa, financiada em maior parte com recursos da Secretaria de Saúde da Bahia, tenha um caráter estritamente comercial. Ela lembra que remédios e vacinas, por exemplo, têm um efeito positivo importante na saúde pública e também geram lucros milionários às indústrias. “Além disso, o Brasil não será obrigado a comprar essa tecnologia”, afirma.

Um dos pontos que ainda precisam ser verificados com segurança é o impacto epidemiológico – ou seja, a redução no número de infectados pela dengue – alcançado com o método dos mosquitos transgênicos. A diminuição da população de Aedes aegypt não necessariamente é diretamente proporcional ao volume de casos da doença, como explica a pesquisadora Vanessa Morato, da Secretaria de Saúde da Bahia: “Um índice de 1% de infestação predial já é suficiente para permitir a circulação viral e o aparecimento de casos”.

Fontes:
Natural News: Oxitec withdraws application to release GM flies in Brazil and Spain
GM Watch:Oxitec backs down from GM flies release after government health questions
168ª Reunião Ordinária da CTNBio-DEZEMBRO/2013 
DW:Pesquisadores questionam mosquitos transgênicos no combate à dengue

http://www.anovaordemmundial.com/2013/12/oxitec-retira-solicitacao-para-liberar.html

Sobre Max Rangel

Servo do Eterno, Casado, Pai de 2 filhas, Analista de Sistemas, Fundador e Colunista do site www.religiaopura.com.br.

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