Lição máxima do Evangelho da Terra Plana na “visão do milharal”

Foi com tristeza que dia desses vi um articulista da Revista Adventista online, identificado como Adenilton Tavares, mestre em Ciências da Religião, professor de grego e Novo Testamento na Faculdade Adventista da Bahia e que está cursando o doutorado em Novo Testamento na Universidade Andrews (EUA), referir-se “a um lugar longínquo no Universo, a que chamamos de Céu”, “algum lugar distante de todo barulho que se faz aqui deste lado do Universo”, ou, como insinua o título do artigo, um “Outro Planeta“.

A motivação para minha tristeza foi, primeiro, o distanciamento entre Deus e a humanidade promovido pela crença em um Universo em contínua expansão, com seus bilhões de galáxias e sistemas planetários, contrariando a cosmologia hebraica e bíblica. Em segundo lugar pela evidente descrença de nossos líderes doutrinários na proximidade de Deus, que habita a abóbada celeste, onde estão Seu trono e santuário, segundo a doutrina bíblica da Terra Plana, acima do abismo (ao qual devemos evitar!) e muito perto do Céu (para onde queremos ir!)

Foi essa a estrutura básica ou “cosmovisão” de todas as revelações divinas aos escritores inspirados, tanto nos tempos bíblicos como em períodos posteriores. Como estamos demonstrando no Adventistas.Com, as visões dadas por Deus a pioneiros adventistas como William Foy, Hazen Foss, Ellen White e Hiran Edson, seguiram esse modelo.

A visão do milharal

Todo adventista das antigas sabe a importância que teve a chamada “visão do milharal” que Deus deu ao nosso irmão Hiran Edson no dia seguinte ao grande desapontamento de 22 de outubro de 1844. Quem não conhece a história pode pesquisar sobre ela em livros denominacionais, ou mesmo aqui na internet. O filme Como Tudo Começou faz referência ao incidente, que marcou o início da diferenciação doutrinária da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

(Entre os teólogos adventistas moderninhos, existem obviamente aqueles que tentam negar a visão sobrenatural recebida por Hiran Edson, alegando que foi apenas uma intuição ou conclusão a que ele próprio chegou depois de muitas horas de estudo da Bíblia em grupo. Esses mesmos sabichões negam também que ele em outras ocasiões ouviu vozes angelicais que lhe ordenaram realizar curas e pregar a mensagem do advento aos vizinhos. Mas vamos ao contexto histórico da visão, para não perder o foco.)

Os adventistas mileritas estavam desolados e envergonhados porque Jesus Cristo não havia retornado à Terra conforme esperavam. Eles haviam definido aquela data como o dia profético da purificação da Terra, através das chamas do fogo consumidor que precederá a segunda vinda de Jesus Cristo. Como deu meia noite e Ele não veio, parte deles passou a orar pedindo que Deus esclarecesse onde estava a falha em seus cálculos ou na compreensão da profecia, enquanto outros abandonaram a fé. A resposta divina veio para Hiran Edson em forma de visão, no meio de um milharal. Ele a resumiu da seguinte forma:

“Oramos com fervor, pois sentíamos nossa necessidade. Continuamos em oração sincera até recebermos o testemunho do Espírito de que nossa oração fora aceita, a luz seria dada e nosso desapontamento seria explicado e esclarecido de maneira satisfatória. Após o desjejum, disse a um de meus irmãos [provavelmente Owen R. L. Crosier]: Vamos sair e animar alguns de nossos irmãos’.

“Começamos a caminhar e, enquanto passávamos por um grande milharal, alguém colocou a mão em meu ombro e fui parado no meio dele. O Céu parecia aberto a meus olhos. Eu via com distinção e clareza que, em vez de nosso Sumo Sacerdote sair do santíssimo no santuário celestial para vir à Terra no décimo dia do sétimo mês, no fim das 2.300 tardes e manhãs, Ele entrou pela primeira vez no segundo compartimento do santuário e que tinha uma obra a realizar no santíssimo antes de voltar à Terra.

“Que ele viera para o casamento naquela época. Em outras palavras, fora ao Ancião de dias para receber o reino, domínio e glória; E que devemos esperar pelo seu regresso do casamento.

“E minha mente foi direcionada para o décimo capítulo de Apocalipse onde eu podia ver que a visão havia se cumprido e não tinha falhado. O sétimo anjo tinha começado a tocar sua trombeta; Nós tínhamos comido o pequeno livro. Ele havia sido doce em nossa boca, e agora se tornara amargo em nosso ventre, amargurando todo o nosso ser.

“Que deveríamos então profetizar novamente, …e que quando o sétimo anjo começou a tocar, o templo de Deus foi aberto no Céu, e foi vista em Seu templo a arca de Seu testamento…”

Interpretação tradicional

Reanimados por essa visão dada por Deus ao irmão Hiran Edson, o pequeno grupo de irmãos norte-americanos que deu origem à Igreja Adventista do Sétimo Dia, dedicou-se ainda mais fervorosamente à oração e estudo da Bíblia, concluindo, segundo a visão adventista tradicional, que:

  • Há um santuário literal no Céu (Hebreus 8:1-5).
  • O santuário terrestre era uma representação visual do plano da salvação e um modelo em miniatura desse tabernáculo celestial (Êxodo 25:8; Hebreus 9:23).
  • Assim como o santuário israelita tinha um ministério realizado em dois compartimentos, sendo o segundo deles o ritual do Dia da Expiação, o santuário celestial também tem dois compartimentos e operou em duas fases. A primeira teve início no lugar santo, com a ascensão de Cristo ao Céu. A segunda está sendo realizada no lugar santíssimo, começando em 22 de outubro de 1844, data profética que assinala o Dia da Expiação escatológico.
  • A primeira fase do ministério de Cristo diz respeito fundamentalmente ao perdão dos pecados. A segunda parte trata principalmente da extinção do pecado e da purificação do santuário e também dos crentes.
  • A purificação do santuário de Daniel 8:14 referia-se, portanto, a uma limpeza do pecado realizada por meio do sangue de Cristo e não pelo fogo.
  • Cristo não retornará até que a obra de purificação do santuário celestial esteja completa.

Esse entendimento do ministério de Jesus Cristo no santuário celestial é peculiar à denominação adventista do sétimo dia e motiva muitas críticas no meio evangélico. Uma das razões é o fato de pressupor que a cosmologia hebraica de uma Terra criada em três andares ou níveis — abismo, terra plana e céus, acima da abóbada do firmamento — seja verdadeira.

1. “Céus abertos” são evidencia de uma barreira física entre a Terra e os Céus, com espaços que ocasionalmente se abrem como janelas ou portas.

Essa limitação real da “abóbada celeste”, separando terra e Céus, águas de baixo e águas de cima, é identificada na Bíblia em português como “firmamento” e possui passagens por onde os anjos de Deus sobem e descem à Terra, como no sonho da escada de Jacó e na afirmação de Jesus Cristo a Seus primeiros discípulos: “Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem.” João 1: 51.

No relato da visão, o irmão Hiran Edson afirma que teria visto os céus abertos e visualizado por essa abertura o santuário de Deus, o Santuário celestial, onde Jesus Cristo havia começado então uma nova atividade que corresponderia aos trabalhos do Dia da Expiação.

Observe que a visão dada a Hiran Edson aconteceu nos mesmos moldes das visões descritas por João Batista, que viu os céus abertos e o Espírito de Deus descendo sobre Jesus sob a forma de uma pomba.

Foi também o que aconteceu no caso de Estevão, que viu igualmente os céus abertos e, através dessa abertura, contemplou a realidade celestial: “Mas ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus; E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus.” Atos 7:55-56.

Foi para esse lugar, logo acima da abóbada celestial, que Jesus Cristo subiu quando ascendeu aos céus. Leia com atenção o relato bíblico inspirado, que se inicia com palavras do próprio Jesus e termina com afirmações dos anjos referentes à localização da habitação divina:

“…ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terraE, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.”

2. A carta de Paulo aos Hebreus reforça a cosmovisão da Terra Plana, situada abaixo do véu da abóbada celeste. Foi para o santuário além do véu, ao qual chamamos “firmamento”, que Jesus Cristo subiu e permanece.

Ainda que não o assuma textualmente, o apóstolo Paulo é identificado como o autor da epístola aos Hebreus, não tendo assumido sua autoria provaelmente para evitar que a mensagem fosse rejeitada em função de sua pessoa, que atuara inicialmente como perseguidor dos seguidores fiéis de Cristo. Mas no caminho para Damasco, enquanto ainda respirava ameaças contra os cristãos, Saulo também viu os céus abertos! Num lampejo celeste, que quase o cegou, o futuro apóstolo Paulo foi alcançado por um raio de luz vindo diretamente do céu, através do qual vislumbrou a pessoa do Cristo, e assim teve confirmada a realidade celestial.

De modo semelhante ao caso de Estevão, a quem consentiu que apedrejassem, Saulo, que talvez duvidara das palavras do primeiro mártir cristão, viu também os céus abertos e o próprio Jesus se revelou a Ele, diretamente do céu!

Viu “um resplendor de luz do céu”. Atos 9:3.

Viu “uma grande luz do céu”. Atos 22:6.

“Ao meio-dia, ó rei, vi no caminho uma luz do céu, que excedia o esplendor do sol.” Atos 26:13.

Em ocasião posterior, falando em terceira pessoa por razões de humildade crstã, Paulo revelou ter visitado esse lugar da habitação de Deus, depois do céu dos pássaros, acima dos céus das estrelas, no “terceiro céu”, só não sabia se no corpo ou fora do corpo…

“Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar.” II Corintios 12:2-4.

Quando esteve na Grécia, em Atenas, ficou ainda mais evidente essa sua cosmovisão de fariseu, estudioso das Escrituras, que conhecia agora pelo lado de cima essa abóbada do firmamento, onde está o santuário e o trono de Deus. Embora a maioria por lá já acreditasse na esfericidade da Terra, Paulo se referiu a Deus como criador da humanidade em uma Terra plana, para a qual o próprio Deus estabeleceu limites:

“O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação.” Atos 17:24-26

3. Como adventistas do sétimo dia, só podemos imaginar e localizar o Céu, onde está o trono, o santuário e a cidade de Deus, de acordo com a revelação divina concedida a Paulo e a Hiran Edson, isto é, no terceiro céu, logo acima da abóbada celeste.

Paulo e Hiran Edson viram por revelação o “andar de cima”, para onde Jesus Cristo foi após Sua ascensão. Esse é o lugar que Paulo descreve na epístola aos hebreus o Santuário Celestial feito não por mãos humanas e é lá que neste momento acontece a última fase do juízo, quando ocorre a purificação dos registros de nossas vidas nos registros dos salvos.

Perceba a cosmovisão da Terra plana presente em cada detalhe desses escritos de Paulo:

“E: Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, E os céus são obra de tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; E todos eles, como roupa, envelhecerão, E como um manto os enrolarás, e serão mudados. Mas tu és o mesmo, E os teus anos não acabarão.” — Hebreus 1:10-12

“Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.” — Hebreus 4:14-16.

“Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta; A qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até ao interior do véu [a abóbada celeste], Onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.” — Hebreus 6:18-20.

“Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da majestade, Ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem.” — Hebreus 8:1-2.

“Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus.” — Hebreus 9:24

“Mas este, havendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, está assentado à destra de Deus, Daqui em diante esperando até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés.” — Hebreus 10:12,13

“Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Porque, os que isto dizem, claramente mostram que buscam uma pátria. E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar. Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade. — Hebreus 11:13-16

“Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos; À universal assembléia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados.” Hebreus 12:22-23

“Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura.” Hebreus 13:14.

Esse local, onde está a cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, nossa pátria celestial, onde Jesus Cristo se assenta à destra do trono de Deus, no verdadeiro tabernáculo, existe, portanto, muito próximo daqui e não em “outro planeta”, ou “um lugar longínquo no Universo, a que chamamos de Céu”, “algum lugar distante de todo barulho que se faz aqui deste lado do Universo”, como publicou a Revista Adventista recentemente.

4. A doutrina adventista da existência de um santuário celestial implica na existência de um Céu literal, cidade-santuário, em que Deus habita muito próximo de nós e onde Jesus Cristo ministra como nosso sumo sacerdote.

O santuário terrestre móvel do tempo da peregrinação de Israel e o templo construído por Salomão foram uma espécie de réplica física dessa morada celestial de Deus.

Quando foi ordenado a Moisés pela primeira vez que construísse uma casa para Deus, foi-lhe dito que seria portátil, em forma de tenda ou tabernáculo, mas deveria seguir o modelo celestial. “E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles. Segundo tudo que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis. ” Êxodo 25: 8-9.

No Livro de Hebreus 9:23, é-nos dito que o tabernáculo e todos os seus serviços eram “figuras das coisas que se acham nos céus”. Os objetos físicos associados ao santuário terrestre eram “figuras do verdadeiro” (Hebreus 9:24), “sombra das coisas celestiais” (Hebreus 8: 5).

Cada item físico do santuário terrestre tinha sua contraparte espiritual no Céu. Assim, em cada detalhe do tabernáculo ou templo na Terra havia um reflexo material do palácio celestial de Deus para a humanidade. A abóbada celestial ou firmamento, que nos oculta a visualização da morada de Deus acima de nós, por exemplo, era tipificada pelas cortinas nas cores azul e púrpura. “É Ele quem estende os céus como cortina e os desenrola como tenda para neles habitar.” Isaías 40:22. Foi para além desse “véu” ou “cortina” que Jesus passou ao subir ao Céu.

O santuário e o templo representavam, portanto, não apenas o santuário mas o lugar da habitação de Deus que existe pouco acima da Terra e foi mostrada a Moisés, Paulo e Hiran Edson, entre outros. Ellen G. White também visitou esse lugar e assim o descreveu:

Em uma reunião realizada no sábado, 3 de abril de 1847, em casa do irmão Stockbridge Howland, sentimos um extraordinário espírito de oração. Enquanto orávamos, o Espírito Santo desceu sobre nós. Sentíamo-nos muito felizes. Logo fiquei inconsciente quanto às coisas terrestres e fui envolta em visão da glória de Deus.

Vi um anjo voando rapidamente em direção a mim. Em pouquíssimo tempo, me levou da Terra à santa cidade. Ali vi um templo, em que entrei. Passei por uma porta antes de chegar ao primeiro véu. Levantou-se esse e passei para o lugar santo. Ali vi o altar de incenso, o castiçal com sete lâmpadas, a mesa sobre que estavam os pães da proposição. Depois de ver a glória do lugar santo, Jesus levantou o segundo véu, e passei para o santo dos santos.

No lugar santíssimo vi uma arca, cujo cimo e lados eram de ouro puríssimo. Em cada uma de suas extremidades estava um lindo querubim, com as asas estendidas sobre ela. Tinham o rosto voltado um para o outro, e olhavam para baixo. Entre os anjos havia um incensário de ouro. Por cima da arca, onde os anjos estavam, havia uma glória extraordinariamente fulgurante, com a aparência de um trono em que Deus habitava.

Jesus ficou ao lado da arca e, ao ascenderem para Ele as orações dos santos, o incenso ardia e, com o incenso, Ele oferecia as orações a Seu Pai. Na arca estava o vaso de ouro que continha o maná, a vara florida de Arão, e as tábuas de pedra que se dobravam como um livro. Jesus as abriu e vi os Dez Mandamentos, nelas escritos com o dedo de Deus. …

5. A existência real do Reino celestial muito próximo de nós, pouco acima da abóbada celeste, conforme descreve o modelo da Terra plana, constitui, portanto, a lição máxima da visão dos céus abertos no milharal concedida a Hiran Edson.

Não é possível dizer que nossos pioneiros teriam falhado em não deixar tão explícita a proximidade do reino de Deus na interpretação da visão de Hiran Edson. Talvez essa compreensão estivesse tão implícita que não julgaram necessário expressá-la. Afinal, até nossa oração modelo pressupõe que Deus more logo acima de nós: “Pai nosso, que estás no Céu…”

Foi provavelmente a fé na ciência, com suas incríveis distâncias medidas em anos-luz, que nos afastou cada vez mais desse Deus tão próximo, que até então nos ouvia inclusive balbuciar nossas orações. Para os pioneiros adventistas, era pensamento natural imaginar que o Céu, onde está Deus, pode se abrir a qualquer momento e é logo ali, de onde Ele vê tudo, sabe tudo e dirige todas as coisas

Ali de cima, Deus não está longe de nenhum de nós. Jesus Cristo não retornou em 22 de outubro de 1844, mas o Reino de Deus está próximo também neste sentido!

Você deve se lembrar da descrição inspirada de que, no momento em que Jesus subiu para o Céu, foi recebido por milhares de anjos nos portais que estão localizados nessa abóbada do firmamento… E em coro, foram entoadas as palavras: “Levantai, ó portas, as vossas cabeças e deixar entrar o Rei da Glória! Quem é esse o Rei da Glória? “É o senhor Jesus Cristo, o filho de Deus!”

Portanto, se o santuário celestial, local da habitação e do trono de Deus, está localizado logo acima da abóbada da Terra, segundo o relato bíblico e conforme foi mostrado na visão do milharal a Hiran Edson, a interpretação dessa visão não é simplesmente que Jesus Cristo não veio porque a purificação seria no santuário celestial. Na verdade, Deus estava dizendo que Seu filho ainda não voltara para a Terra, mas permanecia perto e já estava na última fase do trabalho em Seu santuário.

Através desse lampejo da cosmologia bíblica, Deus nos diz que está sempre perto, que o Seu santuário, a sua casa fica logo acima das nuvens e do Céu Azul, onde estão o sol, a lua e as estrelas. Ele mora perto de nós.

Deus é nosso vizinho! Esse é o Evangelho eterno e não existe notícia melhor do que essa. Como poderia Ele nos pedir que amássemos ao próximo se Ele mesmo estivesse distante em outro planeta, ou lugar longínquo do outro lado do Universo? Por que razão diria Jesus Cristo que o reino de Deus estava próximo se houvesse uma distância de milhões de anos-luz até um lugar muito, muito distante, perdido no espaço que fosse a casa de Deus?

Portanto, amigos da Revista Adventista, Blog Criacionismo e programa Na Mira da Verdade, Jesus não decolou da superfície da Terra como se fosse um super-herói, ou montado num foguete, para poder vencer a gravidade e em seguida entrar em órbita, aguardando que uma nave alienígena viesse resgatá-Lo para conduzi-Lo a uma longínqua galáxia cuja localização desconhecemos. Ele simplesmente levitou, contrariando as leis de Newton (que não são divinas!) e subiu para a casa do Pai. Os próprios anjos disseram aos discípulos esse mesmo Jesus que subiu ao Céu, virá outra vez, do mesmo modo, para nos levar para viver junto dEle!

Não sabemos dizer se Deus sempre morou logo acima da Terra, mas somos levados a crer que provavelmente Se mudou para junto de nós após a opção humana pelo pecado. Até a criação do mundo para a humanidade em seis dias, tudo era muito bom e Deus inclusive pôde descansar no sétimo dia. Depois do pecado, nosso amoroso Deus não teve mais descanso e até hoje concentra Seus esforços na execução do plano de nossa salvação.

Atrevemo-nos inclusive a imaginar que Deus parou de criar e, por isso, o Universo não está em expansão. Pai e Filho trabalham sem cessar pela nossa redenção. Jesus Cristo afirmou que Deus nunca mais teve descanso. E o próprio Filho de Deus afirmou que estaria conosco TODOS OS DIAS ate a consumação dos séculos.

O Pai trabalha até agora, inclusive no sétimo dia da semana, pela nossa salvação, como a mulher pobre que varreu e vasculhou toda a casa até encontrar a dracma perdida. Como o pastor que deixou as outras noventa e nove em segurança no aprisco e saiu à procura da única ovelha desaparecida. Como o Pai amoroso, que ficou junto à porteira da fazenda, vasculhando o horizonte até reconhecer o filho gastador que retornava e partir ao encontro dele para recebê-lo com abraço e festa!

Deus, Seu Filho e milhões de anjos magníficos em poder estão acampados muito próximo de nós, para ouvir nossas orações e nos socorrer em tempo oportuno, operando nossa salvação para a vida eterna. É por isso que podemos nos achegar com confiança, cheios de fé, junto ao trono da graça divina.

Repetimos a boa nova do Evangelho da Terra plana, o Reino de Deus está bem próximo de nós! Como diziam as antigas canções adventistas, logo ali, depois do Céu azul, foi Jesus preparar um lar para dar a quem a vitória alcançar. Aqui neste mundo não temos riqueza, mas sabemos que na glória, mais pra lá do Sol, temos uma mansão…

Mas allá del sol
Mas allá del sol
yo tengo una hogar, hogar
bello hogar
más allá de sol…

Sobre Max Rangel

Servo do Eterno, Casado, Pai de 2 filhas, Analista de Sistemas, Fundador e Colunista do site www.religiaopura.com.br.

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