Você consegue imaginar Jesus Cristo perdendo Seu precioso tempo em ler um texto apócrifo?

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Assumiria Jesus Cristo o risco de citar um texto, que não fosse inspirado, sabendo que com isso poderia legitimá-lo como sagrado?

Induziria o Filho de Deus a Humanidade a erro, pinçando verdades de um texto que, em seu todo, poderia prejudicar-nos?

 

É bem provável que você tenha respondido negativamente às três questões acima. Mas como você reagirá a esta informação, publicada na Revista Adventista pelo Professor Wilson Paroschi, Doutor em Teologia, com especialização em Novo Testamento, e professor do Unasp, campus Engenheiro Coelho (SP), em um texto sobre “plágio” no Novo Testamento?

“A citação de autores não bíblicos não representa um problema para a doutrina da inspiração. Em Mateus 11:29 e 30, o próprio Jesus citou um pequeno trecho de uma obra religiosa judaica não bíblica muito conhecida em seus dias: Eclesiástico, de Ben Siraque (51:23-28).”

Observe que Wilson Paroschi não se atreve a referir-se ao livro Eclesiástico, de Jesus Ben Sirac como apócrifo. Ele sabe que, apesar de estar entre os chamados “deuterocanônicos”, esse é o único livro do Antigo Testamento do qual se têm informações explícitas sobre sua autoria e que esta entre os livros adotados como inspirados nas reuniões da igreja cristã primitiva.

Composto durante o primeiro quarto do II século a.C., supõe-se que seu autor tenha nascido aproximadamente na metade do III século a.C., mas não parece ter sofrido influência da comunidade helênica. O livro fala do temor ao Senhor, da Lei, da Torah, do culto… temáticas judaicas que nada têm a ver com o helenismo.

É costume, ao analisar sua estrutura, dividi-lo em três partes: Capítulos 1-23 — sobre a sabedoria; capítulos 24–42:14 — sabedoria na sociedade; capítulos 42:15-50 — hino à criação e hino aos patriarcas. Mas para melhor avaliá-lo, convém lê-lo na íntegra, pois o trecho mencionado por Wilson Paroschi, proporcionano-nos uma visão apenas pontual e parcialíssima de seu conteúdo:

“Aproximai-vos de mim, ignorantes, entrai para a escola. Por que pretendeis vos privar destas coisas, quando vossa garganta está sedenta? Abro a boca para falar: comprai-a sem dinheiro, colocai o vosso pescoço sob o jugo, recebam vossas almas a instrução, ela está perto, ao vosso alcance. Vede com os vossos olhos como estou pouco cansado para conseguir tanto repouso. Comprai a instrução a preço de muito dinheiro, graças a ekle ganhareus
muito dinheiro,” diz o texto do Eclesiástico, supostamente plagiado por Jesus Cristo.

Em Mateus 11:29-30, porém, Jesus faz mais do que citar indiretamente ou “plagiar” um escrito “apócrifo”. Na verdade, o Mestre demonstra ter lido todo o referido texto, assimilado seus ensinos e Se identificado pessoalmente com a Sabedoria ali descrita pelo autor, mais de duzentos anos antes que Ele próprio nascesse:

“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”

Evidentemente, como usam a Bíblia apenas para provar que seus pontos de vista estão corretos e não para aprender a Verdade, Wilson Paroschi e outros ditos teólogos da Igreja Adventista do Sétimo Dia acusam até Jesus Cristo de plágio para tentar inocentar e justificar Ellen White e sua equipe de redatores fantasmas das graves denúncias de plágio e apropriação indébita de idéias e textos de terceiros, como já foi documentado no livro A Mentira White (Branca) de Walter Rea e pela própria denominação no Relatório Veltman.

Imformações adicionais da wikipedia

Eclesiástico ou Sirácida é um dos livros deuterocanônicos da Bíblia, de composição atribuída a Jesus filho de Sirach (Jesus Ben Sirac ou Ben Sirá, ou, em grego Sirácida). O livro, formado por reflexões pessoais do autor, era comumente lido em templos cristãos, aliás o nome Eclesiástico (Livro da Igreja ou da Assembléia) provém do uso oficial que a Igreja faz desse livro, em contraposição à Sinagoga judaica, que não o aceita como Palavra de Deus, tal designação vem desde da época de São Cipriano de Cartago. O livro foi originalmente escrito em hebraico, entre 190 e 124 AC, possui 51 capítulos e, posteriormente, foi traduzido para o grego por um neto de Jesus filho de Sirach, em 123 AC.

O Eclesiástico é tido como sagrado pelas Igrejas: Católica e Igreja Ortodoxa Etíope. O Eclesiástico é reconhecido no judaismo pelo seu valor histórico; porém, não é parte do Tanakh, o compêndio de livros sagrados da religião. Por esta razão, grupos protestantes não o incluem em seu cânone.

No início do século II AC, a Palestina passou do domínio dos Ptolomeus (Egito) para o dos Selêucidas (Síria). A fim de unificar o império, exposto a conflitos internos, os selêucidas promoveram uma política de assimilação, e procuraram impor aos povos dominados a cultura, a religião e os costumes gregos – um imperialismo cultural que ameaçava destruir a identidade cultural e religiosa dos dominados.

Parte dos judeus aceitava adaptar o judaísmo a uma civilização mais universal, entretanto outra parte buscava preservar a identidade e salvaguardar a fé e a vocação de Israel, testemunha do Deus vivo para todas as nações. Ben Sirac escreveu então este livro, uma espécie de longa meditação sobre a fidelidade hebraica. Ele procura reavivar a memória e a consciência histórica do seu povo, a fim de mostrar sua identidade própria e o valor perene de suas tradições. O autor, porém, não é intransigente, pois em seu livro mostra ter já assimilado diversos aspectos da cultura grega, iniciando o caminho de uma síntese que culminará no Livro da Sabedoria, ou seja, o livro dirige-se a todo aquele que queria se comportar como judeus em um mundo que mudava, trata-se de uma obra de um conservador lúcido, que quer preservar o essencial, sabendo que não se deve ignorara as situações novas.

O centro do livro está no cap. 24, em que o autor identifica a Sabedoria com a Lei de Moisés (24,23). Não se trata das leis (= legislação), e sim dos cinco livros do Pentateuco que, em hebraico, se chamam Torá = Lei. Esta, na visão do autor, constitui a Sabedoria de Israel. Com efeito, a narração toda do Pentateuco mostra a experiência básica de todo homem e de qualquer povo: a sabedoria que nasce da experiência concreta e conduz à vida.

São Jerônimo afirmava tê-lo conhecido em sua língua original, aproximadamente dois terços de uma antiga cópia do texto em hebraico provenientes de uma Sinagoga no Cairo foram encontrados em 1896, alguns fragmentos foram encontrados nas grutas de Qumrã (Manuscritos do Mar Morto) e outros fragmentos foram encontrados em Massada.

Sobre Max Rangel

Servo do Eterno, Casado, Pai de 2 filhas, Analista de Sistemas, Fundador e Colunista do site www.religiaopura.com.br.

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