Nosso “credo” deve ser atualizável a qualquer instante, desde que haja razões bíblicas para isso. Preconceitos, presunção, comodismo e preguiça de pesquisar são motivos inaceitáveis para nos recusarmos a reavaliar uma crença.
Em relação à trindade, conforme documentação incontestável publicada nos sites Adventistas.Com e no Alvorada.Us, nossos pioneiros, em sua maioria, eram anti-trinitarianos convictos e jamais foram contestados pela Sra. White. Mesmo assim, ainda que a Irmã White adotasse posição contrária a qualquer doutrina, a palavra final não poderia ser dela, mas sempre e unicamente da Bíblia.
Por isso, resumindo aquilo que aprendi ao longo desses meses em que deixei de crer na trindade, doutrina humana fundamentada apenas na tradição, para acreditar somente na Bíblia, apresento aqui sete declarações de fé:
1. O Espírito Santo é a personalidade transcendente do próprio Deus, Pai, que habita num alto e santo lugar, mas também pode estar no coração do contrito e abatido de Espírito. O Céu não pode contê-Lo! Assim é o nosso grandioso e inimaginável Deus/Pai.
2. Jesus, o Filho de Deus, idêntico ao Pai em natureza e poder (embora subordinado a Ele), partilha do mesmo Espírito do Pai. Esse Espírito, que também poderia ser traduzido por sopro, respiração, vento, etc, procede do próprio Pai e de Jesus Cristo, pois de fato é o mesmo Espírito, a mesma personalidade. Assim, através dessa presença misteriosa e invisível o Pai e o Filho podem habitar em nosso coração.
3. Deus, o Pai, é o Supremo Criador, Governador e Mantenedor de todas as coisas, o Soberano de todo o Universo e concedeu ao Filho autoridade idêntica à sua e direito à adoração. Foi contra isso que o diabo (Lúcifer) se rebelou. Ele era e é um ser também tão poderosíssimo que, segundo a Sra. White, era tido como o governante do Céu por muitos anjos e queria ter idêntico privilégio ao de Cristo.
4. Assim, na hierarquia celeste, o “organograma” era o seguinte: Em primeiro plano e acima de todos, DEUS PAI, o Altíssimo; logo abaixo ou ao Seu lado, por concessão divina, vinha o FILHO DE DEUS; em terceiro lugar, uma criatura poderosíssima, mas criatura, que não poderia receber adoração, mas era a Terceira Pessoa no Céu. Sim, logo abaixo de Cristo, vinha aquele que é hoje o Diabo.
5. Jesus Cristo é Filho unigênito, único gerado daquela espécie. Gerado, não criado. Como Eva, estava em Adão e não foi criada, mas gerada a partir de sua costela. Nisso também consiste a imagem e semelhança raça humana com Deus. Foram feitos dois seres humanos, que formavam uma só carne. Eva, “clone” feminino de Adão. Jesus, em linguagem humana e limitadíssima, clone divino e perfeito do próprio Deus. (Uma Trindade teria de haver criado três pessoas para representar sua imagem e semelhança!)
6. Com a expulsão de Lúcifer, Gabriel tornou-se a terceira pessoa no Céu. Por isso, sabendo que os anjos são espíritos e os anjos bons são santos, poder-se-ia dizer (apenas em hipótese) que Gabriel é um espírito santo e é a terceira pessoa no Céu, embora não seja divino. Ora, se um anjo mau é chamado na Bíblia de “espírito imundo”. Um anjo bom pode ser identificado como “espírito santo” sem problemas, desde que não seja tido como um terceiro deus. O anjo Gabriel, por exemplo, é a terceira pessoa no Céu, mas não é divino. O Espírito Santo não é uma terceira pessoa divina. É a invisível e pessoal presença convertedora/confortadora de Deus e Seu Filho nos corações humanos.
7. Em alguns trechos de escritos da Sra. White e mesmo naquele incidente bíblico de Filipe e o etíope, além do Apocalipse, onde Jesus envia o Seu anjo (Gabriel) para fazer revelações a João, pode-se perceber que aos anjos cabe transmitir-nos a iluminação, conforto, energia e poder, que costumamos atribuir ao Espírito Santo. Eles atuam como canais desse óleo sagrado para a humanidade, mas não aceitam ser adorados por isso.
7 Erros da Trindade
O Espírito de Deus move Seu povo rumo à verdade, seja ela qual for. Devemos, pois, ter cuidado para não atribuir essa obra do Espírito a outro poder, como fizeram os fariseus e foram severamente advertidos por Cristo.
Em nosso caso, parece-nos muito claro hoje que a verdade presente está centrada no Apocalipse — Revelação de Deus, para Seu Filho, que a comunicou para nós através de Seu anjo. E é exatamente nesse livro que encontramos a mensagem de que apenas Deus e o Cordeiro são dignos de adoração. Os 144 mil, por exemplo, terão apenas o nome do Pai e do Filho em sua fronte. E não há notícia de três lugares no trono da Nova Jerusalém!
A partir dessa constatação, concluímos também à luz da Bíblia que a doutrina da trindade, no mínimo, está errada:
1) porque fragmenta a personalidade do Pai, dividindo-O em dois, Pai e Espírito;
2) dilui a autoridade do Pai, dividindo-a por três, como pretendia o diabo no céu;
3) acrescenta outro intercessor além de Cristo;
4) permite que Maria, tida como “esposa do Espírito Santo”, seja posta como intercessora diante de seu Filho;
5) promove a adoração indireta a anjos, como Gabriel;
6) dá razão ao diabo no grande conflito, pois se o governo do universo poderia ser partilhado por três, Lúcifer tinha razão;
7) e constitui transgressão do primeiro mandamento, que diz: “Não terás outros deuses diante de mim”.
Queiramos ou não, os supostos Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo seriam três deuses! E dois deles estariam diante do Pai. Repare,porém, que o Decálogo não diz: “Não terás outro deus além de mim.” Por quê? Por que usou Deus a forma plural: “outros deuses”? Porque apenas UM DEUS-HOMEM (Jesus Cristo!) está autorizado a estar entre nós e o Pai, como intercessor. Assim, a crença na divindade (natureza divina) do Filho não significa desobediência ao primeiro mandamento.
Além de tudo isso, o principal problema da doutrina da trindade é que ela nega que Jesus seja realmente “Filho de Deus” e, para disfarçar, denomina-O “Deus Filho”. Mas o que está escrito é muito claro: “Aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele, em Deus.” I João 4:15.
Portanto, a Bíblia nos aconselha a permanecer não na crença na trindade, mas no Pai e no Filho. Mais que isso, devemos confessar publicamente nossa fé no Pai, através da revelação feita pelo Filho. E o Filho nos confessará diante do Pai. Esse é um apelo extensivo a outros irmãos que, talvez, como eu a princípio, ainda estejam receosos de assumir sua fé diante de Deus e dos homens.
“Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho. Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas.” II João 1:9-10. — Janeiro de 2004
Fonte: http://www.jovemadventista.com/7-verdades-sobre-deus-e-7-erros-da-crenca-na-trindade/