Havia em Cesaréia um homem por nome Cornélio, centurião da coorte chamada italiana, Piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo, e de contínuo orava a Deus. “Atos 10“
Quando o assunto é Deus e religião ou espiritualidade, é comum encontrarmos pelo menos 05 tipos de pessoas, e quero aqui fazer um breve comentário sobre assunto, lembrando que devemos evitar julgamentos ao nosso próximo, seja quem for, não cabe a nós julgarmos comportamentos alheios na ânsia de condenar ou absorver, principalmente quando da prática de condutas vistas pela nossa ótica como erradas, reprováveis, pecaminosas por assim dizer.O primeiro tipo, e mais comum no meio cristão, é a figura do hipócrita – é o típico religioso não espiritual. Religioso simplesmente porque vai com frequência ao clube chamado igreja, e faz repetidas vezes aquilo que acredita ligá-lo a Deus, ir para se encontrar é o lema deste camarada. Ele até ensina a palavra de Deus, mas não vive – hipocrisia é a sua arma contra si mesmo; chega até a cantar para Deus, mas não adora; tem compromisso com a agenda religiosa, mas não com o próximo, nem com a caridade, nem com o Criador. Não tem nada de espiritual, pois desconhece o sentido da palavra amor, assim, é desobediente fingindo ser… É cheio de arrogância, pois confia em si mesmo, em seu íntimo esquece que precisa de um salvador, o Senhor Jesus Cristo.
O segundo e não menos frequente, é o que além de não ser religioso em nada, também não tem nada de espiritual. Essas pessoas por não conhecerem o sentido da palavra disciplina, sendo em nada religiosos, nem para com Deus, nem para com o trabalho, nem para com a família, nem com ninguém… Vivem em uma total falta de compromisso com o mundo e consigo mesmo: trabalhar religiosamente é trabalhar todo dia, almoçar religiosamente é almoçar todo dia! Geralmente não conseguem desenvolver em nada, pois a falta de compromisso com qualquer coisa, volta como bumerangue para a própria vida e lhe acerta em cheio. A falta de espiritualidade gera uma frieza enorme em seu coração, já que não consegue amar, vive odiando, vive desprezando, machucando, guardando mágoa e as vezes até vingando. Por faltar o amor verdadeiro e mínimo, pode até se tornar um verdadeiro ímpio – aquele que não tem piedade de ninguém. Só Jesus na causa!
Outro tipo bem comum são aqueles não religiosos, porém, espirituais, que aqui iremos chamar de bons samaritanos da vida. Talvez você conheça alguém assim: vive como a maioria das pessoas costumam viver, porém sabem o que significa misericórdia. Uns nunca foram ao templo fazer uma oração, mas, quando veem um necessitado, estendem a mão e ajudam. Carrega no peito a mensagem do Evangelho sem nunca terem ouvido falar nela, estes foram escolhidos por Deus para serem pequenos luzeiros no mundo, vivem de forma simples, mas, amam, se importam, acolhem, perdoam, suportam, e frequentemente agradecem um Deus, ainda que não o conheçam.
Já ouviu falar em falso ateu? Pois é, eles existem e são maioria dentre o grupo daqueles que declaram não acreditar na existência de um Deus. Os falsos ateus, geralmente são pessoas revoltadas com Deus, por algum fato em sua vida, ou com a perda de alguém muito próximo, ou ainda uma doença sem cura. Vivem tentando provar que Deus não existe, porque não conseguem entender como Deus trabalha, aí surge a revolta. Não conseguem compreender os mistérios que lhe cercam e põem a culpa no Criador; como crianças que não entendem porque os pais não lhes dão balinhas, choram revoltados desejando algo que é melhor não possuírem. O orgulho aqui é bem presente, mas, não devemos culpa-los, estes também sofrem na sua inocência. São os filhos mimados, ingratos e inocentes (talvez).
E por último, temos o tipo ilustrado em nosso texto base: Cornélio era um soldado romano, o sexto na cadeia de comando do exército, responsável por dar ordens, disciplinar e instruir os soldados. Como a Bíblia relata ele era um homem temente a Deus, piedoso e religioso, não no sentido de frequentar alguma assembleia, mas pela constância na oração a Deus. Ser religioso é ser constante em alguma coisa. E nesse sentido, Cornélio era um tipo raro de pessoa: Religioso e Espiritual ao mesmo tempo.
Religioso pela assídua busca a Deus em suas orações; Espiritual por que carregava consigo a mensagem, a essência do Evangelho, o amor ao próximo. Este tipo raro de pessoa está espalhado pelos quatros cantos da terra, quem sabe você seja mais um!
Então, vamos fazer um exercício – fique em frente a um espelho e pergunte-se: Que tipo de pessoa eu sou?