Encontrei este texto em um dos blogs que sigo e acredito que ajudará aqueles que estão com dificuldades de incluir sua parceira(o) nas preparações. Apesar do texto ser focado na “esposa”, as mesmas dicas se aplicam se você for mulher e precisar convencer seu marido.
Quando o mercado americano quebrou eu meio que… entrei em pânico (para colocar de forma simples). Eu estava convencido que o colapso social, as leis marciais e o fim do mundo que eu imagina iria chegar até final do ano. Então no próximo dia enquanto eu e minha esposa estávamos no mercado eu comecei a colocar braços cheios de comida enlatada dentro do nosso carrinho.
“O que diabos você está fazendo?” ela perguntou, olhando para mim como se nós estivéssemos em um seriado de comédia. Minha mulher até entendia a importância para se preparar para furacões, mas seu interesse não passava disso.
Quando ela olhou para mim, com uma cara misturada de raiva e confusão, eu percebi rapidamente que se eu não lidasse com isso de forma calma eu causaria uma bela tensão em nosso casamento. Em vez de entrar em uma discussão no meio do mercado, eu coloquei a comida de volta nas prateleiras. Na volta para casa eu expliquei minhas preocupações.
Ela achou que eu estava exagerando (e ela realmente estava certa), mas nós conseguimos conversar de maneira tranquila.
Nos próximos meses eu fui cuidadoso para comprar coisas que eu sabia que usaríamos de qualquer maneira (“Apenas uma vantagem contra a inflação”, eu dizia). Eventualmente ela admitiu que um colapso econômico ou algum grande desastre poderia acontecer e não faz mal estarmos preparados, assim como não faz mal estarmos preparados para um possível furacão.
Hoje ela não é uma preparadora como eu, mas ela definitivamente comprou a ideia.
Como eu fiz isso? Eu enchi a paciência dela toda vez que íamos no mercado ou mandava posts sobre um possível colapso todos os dias para ela? Não, nem perto disso. O que eu fiz foi pegar conselho de outros preparadores que também estavam na mesma situação. Eu li artigos de como me comunicar melhor e pratiquei minha paciência.
Aqui vão 9 dicas que eu aprendi com a minha jornada:
1. Comece pequeno. Como eu mencionei acima, a primeira coisa que eu fiz foi comprar mais comida que nós já comíamos. Eu expliquei o conceito de comer o que você armazena e armazenar o que você come e ela não viu problemas em comprar coisas que usaríamos de qualquer maneira. Se eu tivesse entrado em pânico e comprado mil dólares em comida liofilizada ela ficaria tão brava que provavelmente nunca mais aceitaria conversar sobre preparação novamente.Você precisa usar a mesma estratégia com sua esposa. Comece com itens que são pequenos, baratos e que você vai usar hora ou outra.
2. Comunique seus pensamentos nos momentos certos. Você provavelmente tem várias razões pelas quais quer se preparar para um desastre, mas não sobrecarregue sua esposa com todas suas razões de uma vez. Em vez disso, vá com calma da mesma forma como você discutiria outros interesses: quando for apropriado. Por exemplo, se vocês estão assistindo notícias e vêem uma matéria sobre um desastre natural, você pode mencionar que você gostaria de ter um filtro de água caso a água da torneira fique contaminada. Mas você não quer falar sobre isso quando está assistindo um filme ou em um jantar romântico.
3. Coloque ênfase na segurança. Será muito mais fácil trazer sua esposa à bordo se você enfatizar a segurança. A maioria das pessoas tem um desejo inato de se sentirem seguras, então elas verão maior lógica em se preparar se você deixar claro que isso tudo se trata de segurança. Por exemplo, se você ouvir sobre um assalto domiciliar próximo de sua casa, você pode mencionar que seria interessante melhorar o sistema de alarme/defesas da sua casa.
4. Assista os seriados e filmes certos. Assistir programas apocalípticos/zumbis poderá ajudar sua esposa a entender porque é necessário se preparar. Claro que você precisa manter os aspectos reais, então foque naquilo que o filme passa de mais real. Por exemplo, sua esposa vai ficar muito mais interessada em se preparar para um terremoto do que para um apocalipse zumbi. Ainda assim, um seriado como o “The Walking Dead” poderá ajudar a desenvolver o interesse dela por sobrevivência e armas. Tudo vai depender de pessoa para pessoa.
5. Use lições de vida reais, de pessoas reais. Você conhece alguém que passou por alguma situação difícil em termos econômicos ou até de sobrevivência? Se sim, é uma boa oportunidade para demonstrar para sua esposa o quanto ele poderia ter ficado melhor se tivesse alguma preparação prévia. Isso geralmente é mais efetivo do que apenas assistir as notícias ou filmes – é mais real. Se você não conhece ninguém, procure conhecer. Exemplos reais vão causar reflexões na sua esposa.
6. Evite teorias conspiratórias. Nunca, nunca mesmo, use teorias conspiratórias para convencer sua esposa a se preparar. Se a conspiração é verdadeira ou não, não vem ao caso. Falar sobre esse tipo de coisa com sua esposa vai lhe deixar parecendo paranóico. E se você parece paranóico, todo o resto relacionado a preparação se torna “coisa de paranóico” também.
7. Evite discussões. Isso pode ser difícil se sua esposa for completamente contra preparações. Um debate razoável é tranquilo, mas dizer “Você não sabe o que está falando e eu sei!” não é. Se a conversa começa a ir pelo lado errado, mude o tópico e fale sobre isso em outro momento.
8. Procure por conselhos da sua esposa. Esta é uma dica que parece estranha, mas o ponto aqui é envolver sua esposa. Por exemplo, se vocês estão construindo uma mochila de fuga, você poderia apresentar os itens para ela e perguntar o que poderia ser adicionado ou removido. Quanto mais sua esposa se sentir envolvida, mais ela vai desenvolver interesse.
9. Dê tempo ao tempo. Acima de tudo, seja paciente. Se você tem a ideia de que precisa deixar sua esposa interessada agora mesmo, é melhor mudar sua mente. Jogar suas visões aos montes para sua esposa não é apenas desrespeitoso com também inútil. Você nunca forçará alguém a se tornar um preparador, isso acontece de maneira natural. Use todas as dicas acima, mas dê tempo ao tempo, pressionar pode ser um tiro pela culatra.
Mas é claro, você não precisa colocar sua esposa à bordo se não quiser. Mas fato é que, seus esforços de preparação serão muito mais efetivos se a sua esposa estiver envolvida. Vocês aprenderão juntos, se ajudarão e ficarão mais preparados. Sua esposa dificilmente estará tão “empolgada” quanto você, mas ao menos você pode conscientiza-la da importância da prática, o que já causará uma grande diferença.
Traduzido e adaptado do blog Urban Survival Site.