A Bíblia tem sempre razão, ou mentiu e está errada em alguns aspectos?

Numa conversa acerca da ordenação de mulheres para o Ministério, dois irmãos de Portugal chegam a uma conclusão que vale para outros pontos em que surgem controvérsia na Igreja. A principal causa para o surgimento de polêmicas e dissensões entre o nosso povo hoje é o método de intepretação bíblica adotado.

Alguns aceitam a Bíblia como a Mensagem divina para a humanidade de todos os tempos, a qual deve ser aceita e entendida literamente como a Palavra de Deus, cujo significado pode ser encontrado diretamente dela por qualquer pessoa que busque a iluminação do Espírito de Deus, que a revelou e inspirou homens santos a escreverem.

Outro posicionamento, fonte real de todos os nossos problemas, é a adoção do chamado método histórico-crítico, que exigem conhecimento prévio do chamado contexto histórico e cultural em que o redaor bíblico estava inserido, compreensão das línguas bíblicas originais e não-literalização de tudo que foi dito, subordinando-se a comreensão e aceitação da Bíblia como palavra de Deus ao uso da razão e do conhecido teológico, obtido nos seminários adventistas, hoje infiltrados e dominados por jesuítas.

“Se não faz sentido à razão, então não é válido para nossos dias em nossa cultura. Não podemos se literalisas”, é o argumento que usam para se contrapor, por exemplo, a doutrinas bíblicas como a da Terra Plana e da unicidade do Deus de Israel, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Além disso, o próprio método que esses teólogos usam para interpretar a Bíblia pode ser também, infelizmente, condicionado pela cultura que está à nossa volta, o que obviamente irá levar a uma compreensão errada daquilo que diz o relato sagrado. Assim, as pessoas que dizem que o autor ou autores bíblicos foram influenciados pela sua cultura são também influenciadas pela cultura da nossa época.

Desse modo, o sentido da mensagem divina muda conforme o que se admite como cultura do autor e se contamina também pela cultura de quem o interpreta. E a mensagem divina original perde sua força e se altera conforme a época, conhecimentos e convicções de quem a interpreta. O resultado é que para uns Deus são três pessoas e para outros, apenas um. A Terra tanto pode ter sido criada plana quanto pode ser esférica, ter cerca de seis mil anos ou bilhões, ser o centro do Universo, objeto da atenção especial de Deus, ou um mero planetinha, poeira cósmica entre bilhões de galáxias…

O Deus da Bíblia tem razão sempre

Esse método histórico-critico, adotado por Michelson Borges, Leandro Quadros e Rodrigo Silva, que colocam a razão, a pseudo-ciência e a cultura acima da Bíblia, como filtros para interpretá-la, deu orgem a idéias como as do livro E a Biblia Tinha Razão, escrito pelo alemão Werner Keller e publicado em 1956, com mais de 10 milhões de exemplares vendidos desde então.

Todo o livro é uma tentativa de explicar por meios racionais os milagres e retirar da Bíblia todo elemento sobrenatural, seja a abertura do Mar Vermelho, seja o falar de Deus com Abraão. Essa é a postura do livro.

Dizer que vale a Bíblia tinha razão do ponto de vista do seu tempo, equivale dizer que ela não tem razão do ponto de vista de nosso tempo. Que a mente moderna não pode aceitar as verdades históricas nela contidas como fatos e não pode aceitar os milagres como reais.

Quando debatemos com alguém que possui essa visão das Escrituras, não estamos debatendo com um cristão verdadeiro. Certamente ele dirá que a Bíblia é um livro muito importante, mas não que é inerrante. Dirá que é valioso, mas não que é divino. Isso muda tudo. Ele não é um cristão de fato. É outra coisa. O Evangelho para eles não é verdade, é crença.

A Bíblia tem sempre razão, independente do ponto de vista. Ela é a verdade de Deus revelada na história e não depende de ideias e conceitos humanos para ser verdadeira, mas pode ter sua mensagem distorcida por pressupostos enganosos.

A proposta do livro Werner Keller, identificada já no título do livro foi anulada por essa premissa. Ele não acreditava na infalibilidade das Escrituras de modo algum. Sendo alemão ele foi muito influenciado pela escola liberal de teologia. Isso significa de imediato que ele não poderia aceitar a possibilidade de milagres. Esses só poderiam ser relegados ao aspecto de lenda. E seu trabalho foi bastante distorcido por esse fato.

Toda sua obra, apesar da grande erudição apresentada, foi afetada por esse fato. Agora imaginem ele analisando a Bíblia e seu valor histórico, tendo nas mãos um livro cujos milagres estão presentes em quase cada página. O resultado só poderia ser uma distorção do texto para se ajustar à sua visão de mundo. O que temos nesse livro perigoso e maldito é, na verdade, “uma forte distorção do valor e da veracidade da Bíblia”, nas palavras de Eguinaldo Hélio de Souza, no artigo “O Perigoso Livro ‘…E a Bíblia Tinha Razão’, reorganizadas acima.

Conclusão

O método histórico-crítico de interpretação da Bíblia deve ser abandonado por quem deseja compreender individual e diretamente a Mensagem de Deus. Afinal, faz-nos dependentes e subordinados a teólogos, tradutores, arqueólogos, cientistas, historiadores, etc.

A Bíblia é a palavra de Deus mas pode ser entendida pelos mais simples dentre os homens, desde que adotem o método “receptivo-literalista”, colocando-se humildemente diante do Livro Sagrado, dispostos a conhecer e obedecer a vontade de Deus nela expressa, esvaziados de prévias interpretações anteriores e alegorizações, em oração, conectados a Deus, através de Seu Espírito, para que Este ilumine a leitura e compreensão de Sua mensagem.

Sobre Max Rangel

Servo do Eterno, Casado, Pai de 2 filhas, Analista de Sistemas, Fundador e Colunista do site www.religiaopura.com.br.

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