O PRÓLOGO DO EVANGELHO DE JOÃO
É chamado de “prólogo” os versos de um a dezoito do capítulo primeiro de João. João 1:1 é amado pelos trinitarianos porque explicitamente nesse verso Jesus é chamado de Deus. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o era Deus”. Por causa desse verso os irmãos trinitarianos defendendo a deidade de Cristo, outras negando essa deidade. Quero que os irmãos saibam que estão realizando uma discussão que não levará à lugar algum, pelo seguinte motivo: João não escreveu esse “prólogo”. Os versos iniciais do Evangelho de João, 1 ao 18, foram introduzidos posteriormente ao Evangelho de João. A Crítica Textual afirma que esse prólogo passou a fazer parte desse evangelho no contexto da luta teológica travada nos primeiros séculos do Cristianismo pela afirmação da deidade de Cristo. Ele, o prólogo, não é um autógrafo de João e sim de um autor tardio que pretendeu defender a completa deidade de Jesus Cristo.
A respeito da identificação de Cristo nesse prólogo como sendo Deus e sobre o próprio prólogo, a Crítica Textual nos oferece a seguinte conclusão: “Essa identificação se torna particularmente surpreendente em uma passagem cujo texto original é altamente disputado”.¹
O prólogo é suspeito também porque a imagem de um Cristo Deus desaparece no restante desse evangelho. Em todo o restante do evangelho em questão Jesus Cristo sempre será apresentado com Filho único de Deus (único da mesma espécie) e, jamais como Deus. Outra suspeição que o prólogo carrega é a de destoar da construção literária do restante do livro de João. O prólogo utiliza uma linguagem poética em um estilo que é completamente diferente da linguagem do restante do livro.
Sobre a unidade do Evangelho de João a Crítica Textual ainda nos diz o seguinte: “Alguns acreditam que fontes (coleção de ‘sinais’; coleção de discursos; narrativas da paixão) foram combinadas; outros optam por um processo de diversas edições. Em ambos os casos, admissivelmente, o corpo do evangelho foi completado por um escritor, enquanto um redator posteriormente fez acréscimos (cap. 21; e talvez 1, 1-18); no entanto, nenhum texto do evangelho foi conservado sem esses ‘acréscimos’”.²
Comparando-se João 1:1 ao 18 nas várias famílias de manuscritos existentes, chegaram a conclusão que apenas na família alexandrina João 1:1 chama explicitamente Jesus Cristo de Deus. Em todas as outras famílias de manuscritos – cesariense, ocidental e bizantina – Jesus Cristo raramente é apresentado com Deus, mas sempre como Filho Único de Deus. As evidências de que Jesus Cristo foi um Deus fabricado são historicamente muito fortes.
Elpidio da Cruz Silva
REFERÊNCIAS
¹ EHRMAN, Bart D. O Que Jesus Disse? O Que Jesus não Disse? Quem mudou a Bíblia e por quê. São Paulo: Prestígio, 2006, p. 171. O autor afirma que não contentes em ter um Jesus Filho de Deus, os defensores ortodoxos da divindade de Cristo o elevaram à categoria de Deus.
² BROWN, Raymond E. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Paulinas, 2004, p. 461
Amados irmaos, a Graca e a Paz. É muito bom analizarmos a critica textual, pois por ela podemos entender melhor o contexto do que esta na Biblia, e ter mais provas contra a doutrina da Trindade. Contudo, a ideia de que o prologo de Joao é um acrecimo nao é verdade. Ela é baseada numa analize preconceituosa, parcial e mal feita por estudiosos descrentes, que usam metodos desonestos, quando a Biblia esta sendo analizada. Se formos
aceitar os metodos e ideiar deles quanto ao prologo, teremos que aceitar tambem que Jesus nao fez milagres, nao ressucitou, e foi apenas um grande homem, e nao o Filho de Deus. Os metodos que eles usam sao os mesmos nos dois casos.
Quanto ao argumento da linguagem poética, é simples: Joao 1:1-18 é diferente do resto porque é uma introducao do Apostolo, no restante do livro sao as palavras de Jesus e outras pessoas. Vemos isso em 1 Joao. O capiulo 1, versos 1-4, sao uma introducao poética, como a do prologo. O restante da epistola ja nao é tao poetico, mas a lingugem e ideias do comeco da carta e do restante é a mesma, o que prova que sao uma so obra, de um mesmo autor. Da mesma forma o Evangelho de Joao.
Luciano, de Crateus, Ceará