A “cidade santa”, que seria pisada durante quarenta e dois meses, ou, em outras palavras, a mulher pura que seria perseguida por 1260 dias, representa a igreja verdadeira, assim como, por outro lado, a “grande cidade” ímpia, ou a “grande prostituta”, simboliza a igreja-mãe apostatada, aquela igreja que se diz sucessora direta dos apóstolos, mas que nenhuma semelhança tem com a igreja apostólica, uma vez que perdeu os princípios de doutrina e prática mantidos nos tempos apostólicos.
A igreja verdadeira tem, pois, por símbolo, Jerusalém, a cidade santa; a falsa igreja, que substituiu, em grande parte, o cristianismo original pelo paganismo, tem por símbolo a grande Babilônia, a grande cidade ímpia. Os “quarenta e dois meses” de perseguição, são os mesmos “mil duzentos e sessenta dias” e também os mesmos “tempo, e tempos e metade de um tempo” (Ver Daniel 7:25; 12:7; Apocalipse 11:2, 3; 12:6, 14; 13:5). Visto como em profecia bíblica um dia equivale a um ano (Ezequiel 4:6), esses 1260 dias são 1260 anos.
Referem-se ao tempo de supremacia absoluta da “grande Babilônia”. Começam em 538 da era cristã, quando o papa Virgílio foi revestido de poder secular, e terminam em 1798, quando o papa Pio VI foi exilado por ordem de Napoleão Bonaparte. Durante esse período, os verdadeiros seguidores de Cristo sofreram terrível perseguição. Foram acossados injustamente como hereges. Milhões morreram queimados, enforcados, decapitados, despedaçados pelas feras, etc. Desse tempo de opressão disse Jesus: “Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Lucas 21:24).
João viu que a meretriz estava embriagada, mas não com bebida alcoólica, e sim com o sangue dos santos do Altíssimo (Apocalipse 17:6). Não eram somente suas mãos que estavam manchadas de sangue, mas ela embriagou-se com o sangue dos mártires. “Passados os primeiros triunfos da Reforma, Roma convocou novas forças, esperando ultimar sua destruição. Nesse tempo foi criada a ordem dos jesuítas – o mais cruel, sem escrúpulos e poderoso de todos os defensores do papado… Não havia para eles crime grande demais para cometer, nenhum engano demasiado vil para praticar, disfarce algum por demais difícil para assumir… era seu objetivo conseguir riqueza e poder para se dedicarem à subversão do protestantismo e restabelecimento da supremacia papal… Era princípio fundamental da ordem (jesuíta) que os fins justificam os meios. Por este código, a mentira, o roubo, o perjúrio, o assassínio, não somente eram perdoáveis, mas recomendáveis, quando serviam aos interesses da igreja” (O Grande Conflito, págs. 234-235).
Lord Acton, um católico, chamou a Inquisição de “homicídio” e declarou que os papas “foram não somente homicidas em grande estilo, mas eles fizeram do homicídio a base legal da igreja cristã e uma condição de salvação” (Dave Hunt, A Woman Rides the Beast, pág. 244). As estatísticas mais conservadoras revelam que mais de cinquenta milhões de homens, mulheres e crianças foram mortos pelos exércitos papais. A Inquisição Romana, Medieval e Espanhola, a história dos Valdenses, dos Albigenses, e dos bravos Huguenotes são somente alguns exemplos (Leo Schreven, Now That’s Clear, pág. 31). O número de cristãos mortos pela Inquisição papal excede em muitos milhares o número de cristãos e judeus mortos pelo Império Romano pagão.
“A Igreja de Roma apresenta hoje ao mundo uma fronte serena, cobrindo de justificações o registro de suas horríveis crueldades. Vestiu-se com roupagens de aspecto cristão; não mudou, porém. Todos os princípios formulados pelo papado em épocas passadas, existem ainda hoje… O papado que os protestantes hoje se acham tão prontos para honrar é o mesmo que governou o mundo nos dias da Reforma… Possui o mesmo orgulho e arrogante presunção que dele fizeram senhor sobre reis e príncipes, e reclamaram as prerrogativas de Deus. Seu espírito não é menos cruel e despótico hoje do que quando arruinou a liberdade humana e matou os santos do Altíssimo” (O Grande Conflito, pág. 571).
“E, convém lembrar, Roma jacta-se de que nunca muda” (O Grande Conflito, pág. 581). A história vai se repetir! O real sentido da frase: “embriagada com o sangue dos santos e do sangue das testemunhas de Jesus” (Apocalipse 17:6), ainda será visto na experiência do fiel remanescente de Deus no período da angústia qual nunca houve. Os jesuítas hoje são tão fortes como durante a Idade Média e para eles o que importa é restaurar a supremacia papal (Foto: Divulgação).
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