No passado, os cristãos eram conhecidos como anti-intelectuais, o que, evidentemente, foi mudando, à medida em que alguns seguidores de Jesus adentravam no mundo Acadêmico. Se por um lado busca pelo conhecimento é uma maneira legítima de servir a causa do Mestre, devemos lembrar de que as universidades são campo minado, dominadas por diversas ideologias, impondo considerável grau de desafio ao cristão em sua busca pela excelência.
Desafortunadamente, alguns cristãos acabam capitulando diante das ideologias soberanas no meio acadêmico, assimilando seus paradigmas e examinando, sob lentes críticas, sua própria fé, ao invés de fazer o contrário. Essa verdadeira idolatria a autores, nomenclaturas, métodos e ideologias é evocada para tentar justificar opiniões e conceitos que não se apoiam nas Escrituras; assim, o rótulo “acadêmico”, além de falsamente sugerir neutralidade, é empregado como argumento final, inapelável.
Mas não existe uma neutralidade acadêmica. Todo estudioso possui pressuposições. Isso afeta a produção de conhecimento e direciona a pesquisa acadêmica como um todo. Vale ainda observar que em algumas áreas, dominadas por ideologias céticas, a não admissão do sobrenatural fica patente pela própria terminologia empregada.
Esse, por exemplo, é o caso da palavra “mito”, que aparece em estudos de religião comparada e mesmo em estudos bíblicos formulados por autores da alta crítica. Nesse sentido, ” mito” não é a forma acadêmica de se referir acontecimentos como a criação; mas representa a concepção de alguns acadêmicos em sua tentativa de descredibilizar a própria narrativa bíblica.
Por outro lado, é preciso ressaltar que não existe consenso sobre a criação ser um mito nos meios acadêmicos, porque outros estudiosos, igualmente sérios e acadêmicos, respeitam o texto bíblico e jamais o reduziriam a um mito.
Por tudo isso, o ser acadêmico não é prova de nada, mas, em muitos casos, serve como mera indicação de preferência individual. Ou de declarada idolatria.
