Ratos que contaram com a implantação do gene humano desenvolveram maior facilidade e rapidez no aprendizado
Depois de suspeitar, por mais de duas décadas, que existe uma ligação entre o gene Foxp2 e o desenvolvimento da fala e da linguagem nos seres humanos, um grupo de cientistas decidiu implantar o gene em ratos de laboratório, para saber quais reações a alteração genética poderia causar nos animais. As informações são do blog IFL Science.
Segundo a publicação, o Foxp2 foi apelidado de “gene da linguagem” e sua falta foi identificada pela primeira vez em uma família que possuia dificuldades na habilidade da fala. Presente em todos os humanos que falam normalmente, ele seria um elemento importante para a aquisição de linguagem.
De acordo com os cientistas, os ratos que contaram com a implantação do gene humano desenvolveram maior facilidade e rapidez no aprendizado. Pelo que foi pesquisado, o gene também estaria ligado à memória e teria reforçado a habilidade nos ratos, assim como faz nos humanos.
Os linguistas costumam estudar a aquisição da linguagem como uma união entre o mecanismo biológico dos seres humanos, um conhecimento preestabelecido da habilidade da fala e o conhecimento de mundo ao qual somos submetidos a partir do nascimento.
Orelha humana em rato
Em julho de 2013, pesquisadores conseguiram desenvolver uma orelha humana com tecido animal em uma outra experiência de engenharia de tecidos. O substituto artificial tem a flexibilidade de uma orelha real, dizem os pesquisadores do Massachusetts General Hospital, em Boston, Estados Unidos.
Segundo os cientistas, a técnica poderia um dia vir a ser usada para ajudar pessoas que tenham perdido ou deformado a orelha, eles acreditam. A engenharia de tecidos é um campo crescente na ciência médica, no qual órgãos substitutos são feitos em laboratório. Anteriormente, os pesquisadores haviam produzido um ouvido artificial, do tamanho do de um bebê, no dorso de um rato.
No mais recente estudo, apresentado na publicação científica Journal of the Royal Society Interface, tecidos vivos de vacas e ovelhas foram usados junto a uma armação de arame flexível, que tinha a forma 3D de um verdadeiro ouvido humano.
O órgão produzido foi, em seguida, implantada num rato cujo sistema imunológico havia sido desativado, permitindo à orelha crescer. “Nós demonstramos a primeira orelha humana adulta”, disse à BBC Thomas Cervantes, que liderou o estudo.
O avanço foi significativo por várias razões, disse ele.
“Primeiro, fomos capazes de manter a forma da orelha, após 12 semanas de crescimento no rato. Em seguida, porque conseguimos manter a flexibilidade natural da cartilagem.”
Arame de titânio
As células foram cultivadas em uma armação de arame de titânio, que é modelada de acordo com a dimensões de uma verdadeira orelha humana, feita a partir de uma tomografia computadorizada.
O novo trabalho mostra que, em teoria, é possível criar células suficientes – pelo menos em animais – para fazer uma orelha humana em tamanho real.
“Em um modelo clínico, o que gostaríamos de fazer é colher uma pequena amostra de cartilagem do paciente e, em seguida, fazer o mesmo processo”, disse Cervantes. “Esta pesquisa é um passo significativo na preparação para testes clínicos em humanos.”
Ele disse que espera que o processo avance para os testes em cerca de cinco anos.
Outra pesquisa em órgãos feitos por bioengenharia está progredindo rápido: cerca de dez pacientes receberam transplantes de dutos respiratórios artificiais revestidos com células-tronco retiradas do paciente ou de um doador.
Paralelamente, um rim cultivado em laboratório foi transplantado para um rato, onde começou a produzir urina.
Fontes:
http://noticias.terra.com.br/ciencia/pesquisa/cientistas-implantam-gene-humano-da-linguagem-em-ratos,deb69f94c1488410VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/07/130731_orelha_rp.shtml