Neste sábado, seis pemones ficaram completamente órfãos. Seus pais, Zoraida Rodriguez e Rolando Garcia, foram mortos por militares venezuelanos que tinham uma ordem: impedir a chegada da ajuda humanitária ao país. Zoraida e Rolando não bloquearam ruas nem agrediram ninguém. Estavam em sua casa quando as balas os alcançaram.
Os filhos de Zoraida e Rolando fugiram para o Brasil depois de ataque militar em Kumarakapay. Isso é o chavismo: destruição. Eles destruíram uma casa, uma família. Ao mesmo tempo que impediam a ajuda humanitária com a qual se procurava evitar milhares de mortes. Até quando?
Imensa tristeza por essas criaturas inocentes agora órfãs. Esses militares que os assassinaram e seus chefes devem ir parar ao Tribunal Penal; Foi um massacre. Não dá para acreditar que na Guarda Bolivariana fã haja militares bons com moral e dignidade e mesmo assim permitiram a matança dos nossos irmãos aborígenes.
A esposa de Rolando García morreu na sexta-feira 22 durante o ataque militar. Rolando tentou salvá-la mas também estava ferido gravemente. Foi levado para um hospital no Brasil, em Boa Vista, estava na UTI, mas faleceu neste sábado. O casal deixou seis filhos órfãos.
Fonte: https://twitter.com/lareveron10
O indígena venezuelano Rolando García, de 52 anos, que trabalhava como guia turístico no Monte Roraima, morreu neste sábado (2) no hospital em Boa Vista, Roraima, perto da fronteira com a Venezuela. Ele havia sido internado após sofrer graves ferimentos por disparos há uma semana, durante distúrbios pelo bloqueio à entrada de ajuda internacional, informou uma ONG.
Com ele, são seis os mortos durante os distúrbios ocorridos nessa comunidade e na população de Santa Elena de Uairén, em 22 e 23 de fevereiro, quando indígenas pemon tentaram impedir o bloqueio por parte de militares da fronteira com o Brasil para que entrasse um lote de ajuda internacional gerido pelo líder opositor, Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países.
García era marido de Zoraida Rodríguez, que morreu nos tumultos e trabalhava como guia na Gran Sabana.
Nota de falecimento da Capitania indígena de Kumarakapay
Participa-se o inesperado desaparecimento físico do nosso querido e amigo: Rolando Garcia. Você foi um homem trabalhador, homem lutador, colaborador com a comunidade e participe em todas as atividades comunitárias, por tal razão, estamos orgulhosos de você porque você nos ensinou os maiores valores da vida. Rolando Garcia Martinez, que Deus te tenha em um lugar privilegiado porque você é merecedora desse lugar, você sempre estará em nossos corações. Paz para a tua alma.
Morre segundo indígena [adventista] ferido em confronto na Venezuela
Rolando Garcia Martinez, de 52 anos, estava internado desde 22 de fevereiro. Ele era ancião da igreja adventista, casado com Zoraida Rodriguez, diretora da Escolinha Sabatina, morta no dia 22 de fevereiro.
Rolando Garcia Martinez, 52 anos, ao chegar ao Hospital Geral de Roraima, em 22 de fevereiro — Foto: Pedro Barbosa/G1 RR
Morreu neste sábado (2) no Hospital Geral de Roraima o indígena venezuelano Rolando Garcia Martinez, de 52 anos. Foi a segunda morte, entre os internados em Roraima, após confronto entre indígenas da comunidade San Francisco de Yuruaní e venezuelanos em 22 de fevereiro, quando Nicolás Maduro determinou o fechamento da fronteira entre a Venezuela e o Brasil.
Martinez morreu de complicações por ferimento por arma de fogo, segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Roraima (Sesau-RR). Outros 19 venezuelanos seguem internados no hospital.
Kliver Alfredo Perez Rivero, de 24 anos, havia morrido em 27 de fevereiro. Ele também havia sido feriado a tiros.
O confronto ocorreu em Kumarakapay, aldeia adventista localizada a cerca de 80 km da fronteira com o Brasil.
VENEZUELA: Morre em Roraima segundo indígena ferido em confronto na Venezuela
Sobe para seis o número de mortos nos conflitos dos dias 22 e 23 de fevereiro
Ambulância socorre venezuelanos feridos durante combate na fronteira do Brasil com a Venezuela – Ricardo Moraes – 23.fev.2019/Reuters
2.mar.2019 às 21h28
Morreu neste sábado (2) o indígena venezuelano Rolando García, 51, no Hospital Geral de Roraima, em Boa Vista. Ele havia sido internado após sofrer ferimentos à bala nos confrontos pelo bloqueio da entrada de ajuda humanitária na Venezuela.
Com a morte de García, sobe para seis o número de mortos nos conflitos ocorridos nos dias 22 e 23 de fevereiro, quando indígenas do grupo pemón tentaram impedir o bloqueio militar da fronteira com o Brasil para a entrada de ajuda internacional pedida pelo líder opositor venezuelano, Juan Guaidó.
García era índio pemón da vila Kumaracapay, do estado Bolívar, no Sul da Venezuela, segundo a ONG Foro Penal, organização crítica ao regime de Nicolás Maduro. Ele era casado com Zoraida Rodríguez, uma das primeiras pessoas a morrer nos tumultos.
Em 27 de fevereiro, outro indígena venezuelano, Klíver Alfredo Pérez Rivero, morreu em decorrência dos ferimentos de arma de fogo. Ele estava internado no mesmo hospital de Boa Vista, para onde foram transferidas 20 pessoas gravemente feridas nos conflitos.
De acordo com a Foro Penal, 50 pessoas ficaram feridas por disparos nos confrontos entre militares e civis armados nos povoados próximos à fronteira da Venezuela com o Brasil e em cidades vizinhas com a Colômbia, onde a fronteira também foi fechada.
O escritório do alto comissariado das Nações Unidas para os direitos humanos divulgou que o número total de feridos foi de 300
Maduro rejeitou a ajuda internacional por considerá-la um pretexto para uma invasão militar na Venezuela liderada pelos Estados Unidos.
Sangue e guerra em Santa Elena de Uairén: Grito de socorro do povo Pemón
Medo e raiva mobilizar o povo, repudia a violência e sua necessidade de lutar é aumentado: a luta não é apenas para a ajuda humanitária, agora é o sofrimento da comunidade ancestral habita La Gran Sabana e protege sua terras sagradas
O céu noturno da Gran Sabana está cheio de estrelas que parecem observar de cima de uma cidade em que a tensão aumenta com o avanço da noite. Santa Elena de Uairén está prestes a vivenciar as horas mais críticas e difíceis de sua história como cidade.
Sexta-feira, 22 de fevereiro. Eles assassinaram Zoraida Rodríguez.
A comunidade indígena de Kumarakapay em San Francisco de Yuruani, é um ponto obrigatório de cruzar a Gran Sabana para chegar a Santa Elena de Uairen, onde em 23 de Fevereiro uma demonstração seria realizada para a entrada de ajuda humanitária.
Fotografia de Ramsés Romero.
No início da sexta-feira, um comboio militar que seguia para a cidade fronteiriça atacou os Kumarakapay Pemons. Um tiroteio deixou o primeiro saldo oficial de 12 feridos e um índio morto, Zoraida Rodríguez.
Santa Elena de Uairén acordou abalada, indiferente, ferida.
Sob o sol quente do meio da manhã, os menos gravemente feridos pelo ataque começam a chegar ao hospital Rosario Vera Zurita, em Santa Elena, enquanto aqueles em maior risco de morte são transferidos para Boa Vista, no Brasil, onde podem ser atendidas com os suprimentos e recursos apropriados.
Os Pemones lamentam seus feridos, eles choram Zoraida Rodríguez, eles gritam violência, injustiça. “Isto é guerra”.
Medo e raiva mobilizar os habitantes da cidade de fronteira, repudiar a violência e sua necessidade de lutar é aumentado: a luta não é apenas para a ajuda humanitária, agora é o sofrimento da comunidade ancestral habita La Gran Sabana e isso protege suas terras sagradas.
— Isto é guerra-.
Lágrimas queimam nos rostos das Pemones feridas que lutam por suas vidas em um centro médico que não é capaz de satisfazer suas necessidades de saúde. Santa Elena de Uairén palpita, se contorce antes dos ataques. Os índios decidem ir à fronteira para pedir seus direitos, lutar contra a injustiça, contra a morte.
Confronto entre indígenas e militares deixa morto na Venezuela; feridos são transportados para Roraima
Confronto ocorreu a cerca de 70 km da fronteira com o Brasil, que está fechada por ordem de Nicolás Maduro. Guardas permitiram a passagem de duas ambulâncias com feridos.
Por G1
Venezuelano ferido chega a hospital em Boa Vista — Foto: Pedro Barbosa/G1 RR
O local do incidente fica a cerca de 70 km de Santa Elena de Uairén, na fronteira com o Brasil, que está fechada por ordem do presidente Nicolás Maduro. Apesar do bloqueio na fronteira, por volta das 9h locais desta sexta (10h, pelo horário de Brasília), os guardas liberaram a passagem para o lado brasileiro de duas ambulâncias venezuelanas com pessoas feridas no incidente. Os indígenas foram levados ao Hospital Geral de Roraima, em Boa Vista, a 215 km da fronteira.
Jornal Hoje
Fronteira da Venezuela com o Brasil segue fechada após ordem de Maduro
O deputado venezuelano Americo De Grazia, da oposição, disse que um segundo indígena ferido no incidente morreu no hospital de Pacaraima.
No entanto, parentes das vítimas esclareceram que Zoraida Rodriguez e seu marido foram baleados e só ela morreu. Segundo a agência Reuters, o irmão de Zoraida disse que o cunhado, está vivo, mas em estado crítico após levar um tiro na barriga.
Familiares dos pacientes disseram ao G1 que o Exército venezuelano disparou contra indígenas que pediam para que a fronteira fosse aberta e, assim, recebessem a ajuda humanitária.
A mulher de um dos feridos levados para Boa Vista contou que, por volta de 2h desta sexta, um comboio da Guarda Nacional queria passar pela região, mas foi impedido. “Vieram depois com mais força e fizeram disparos. Nem todos estavam longe. Mais de 14 pessoas ficaram feridas. Uma pessoa morreu”, afirmou.
Dois feridos em confronto dentro da Venezuela chegam a Boa Vista — Foto: Pedro Barbosa/G1 RR
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Roraima (Sesau) sete pacientes chegaram feridos por armas de fogo, acompanhados de uma médica venezuelana. Cinco deles foram para o centro cirúrgico do Hospital Geral de Roraima e dois receberam atendimento no setor do grande trauma da mesma unidade.
O estado de saúde desses pacientes é considerado grave, sendo que três deles estão em situação mais crítica.
Outros dois feridos tinham escoriações leves e foram atendidos no Hospital Délio Tupinambá, de onde já foram liberados.
Pelo Twitter, Juan Guaidó, opositor que se autoproclamou presidente interino da Venezuela, afirmou que o confronto em Kumarakapay deixou 1 morto e 12 feridos.
Guaidó marcou para este sábado a passagem de ajuda humanitáriadoada por outros países, entre eles o Brasil. Voluntários irão em caravanas às fronteiras terrestres e marítimas do país para ajudar. Mas Maduro se nega a receber ajuda internacional, que segundo ele representa um pretexto para uma invasão militar à Venezuela e subsequente golpe para tirar o chavismo do poder.
Confronto na Venezuela — Foto: Rodrigo Sanches/G1
Protesto em Santa Elena de Uairén
O deputado opositor Ángel Medina afirmou à agência Associated Press que, horas depois do incidente em Kumarakapay, dezenas de guardas nacionais reprimiram com gás lacrimogêneo um protesto em Santa Elena de Uairén.
Segundo ele, várias centenas de moradores locais e alguns deputados opositores participavam do protesto para pedir a reabertura da fronteira e a entrada de ajuda humanitária no país.
Show na fronteira
Já em Cúcuta, na Colômbia, perto da fronteira com a Venezuela, é realizado o show “Venezuela Aid Live” para “criar consciência global sobre a crise humanitária que a Venezuela enfrenta e para levantar fundos para nossos irmãos necessitados”.
Show reúne multidão e chama atenção para crise humanitária na Venezuela
O bilionário britânico Richard Branson, do grupo “Virgin”, responsável por organizar o evento, planeja arrecadar US$ 100 milhões em 60 dias com a iniciativa. Os 35 artistas que se apresentam no palco pedem uma “Venezuela livre”.
O evento gratuito conta com apresentações de Alejandro Sanz, Maluma, Luis Fonsi e Carlos Vives, entre outros. As doações serão recebidas online e por meio de depósitos diretos.
Na expectativa de cruzar a fronteira, pessoas aguardam diante de paredão de soldados venezuelanos em Pacaraima (RR) — Foto: Ricardo Moraes/Reuters
Infográfico sobre ajuda humanitária à Venezuela — Foto: Igor Estrella/G1
Fronteira Venezuela-Colômbia
Enquanto isso, Nicolás Maduro está planejando dois shows perto de Cúcuta, nas pontes fronteiriças de Tienditas e Simón Bolívar, que ligam a Venezuela à Colômbia.
Sob alegação de que a ajuda não é necessária, Maduro se recusou a permitir auxílio internacional na Venezuela, apesar de prateleiras de supermercados muitas vezes vazias, longas filas para alimentos subsidiados pelo governo e hospitais carentes de suprimentos básicos e remédios.
A turbulência política e o colapso econômico, incluindo a hiperinflação, colocaram a Venezuela em uma espiral descendente.
O evento em Tienditas acontecerá perto de um depósito colombiano que armazena centenas de toneladas de ajuda humanitária internacional que a oposição pretende trazer para a Venezuela no sábado.
O líder da oposição, Juan Guaidó, reconhecido como líder legítimo da Venezuela por dezenas de países, deixou Caracas em uma comitiva de simpatizantes na quinta-feira, prometendo garantir pessoalmente a entrada de ajuda na Venezuela.
Guaidó, que invocou a Constituição para assumir uma presidência interina em janeiro e que denuncia Maduro como usurpador, não deu detalhes sobre seus planos. Analistas políticos especulam que soldados venezuelanos podem barrar o caminho.