Faltou sabedoria e malícia ao Frei Lutero em 1517. Ele pisou feio na bola ao publicar aquelas 95 teses da maneira como fez, expondo-as na porta da igreja dele. Se queria fazer críticas ou sugestões à liderança, deveria ter uma conversa particular com o Papa ou escrever-lhe uma carta.
Poderia também ter escrito suas 95 teses de uma outra forma, sem correr o risco de perder a DUPLA boquinha de padre e professor da Universidade de Wittenberg. Se agisse com maior prudência e respeito aos superiores, poderia até ter sido talvez o primeiro Redator da Casa Publicadora Brasileira!
Esse pessoal da CPB, sim, sabe propor teses “politicamente corretas” sem correr o risco de ser excomungado por publicá-las na revista denominacional ou no portal daigreja na internet. O texto “95 teses para a reforma espiritual da Igreja hoje” é um exemplo claro de como ser protestante sem perder o direito de continuar mamando nas tetas da organização adventista.
Para eles, ao preparar sua lista de recomendações, Lutero deveria ter focado nos membros da sua Paróquia e não apontado o dedo para a hierarquia eclesiástica acima dele. Assim, a dissidência protestante jamais teria existido! Pastores de hoje em dia criticam os chamados movimentos dissidentes esquecendo-se de que a reforma protestante foi exatamente isso.
O texto de Fernando Dias, publicado ontem no portal da Revista Adventista, não enfoca nenhum ponto relacionado a práticas administrativas da IASD. Apenas se refere a regras, que deveriam nortear a conduta dos cristãos. Não é protesto. É apenas um longo sermão sem nenhum tema específico ou multipluritemático. Além disso, o texto causa confusão porque passa uma impressão de que se trata de uma tradução das 95 teses originais de Lutero, esvaziando a força de tudo que o grande reformador escreveu contra a Igreja Católica.
Sem qualquer sequência lógica, apenas lista deveres de cada Adventistas do Sétimo Dia. Coisa que a gente está cansada de saber! O que Deus resumiu em Dez Mandamentos e depois sintetizou em apenas dois, o redator da Casa Publicadora Brasileira aumentou para 95. Multiplicou por 9,5 os Dez Mandamentos! Se deixar, chega a 613 como fizeram os judeus do tempo de Jesus Cristo.
Não há qualquer crítica de desvio doutrinário nem denúncia de abusos ou corrupção administrativa. A verdadeira intenção do texto é mais do que evidente. É nitidamente perceptível que a ideia por trás do é tentar impedir que surjam novos Luteros dentro da Igreja Adventista, tentar calar aqueles segmentos da igreja que se recusam a permanecer quietos diante de tantos desmandos na Organização:
“Humildade diante de Deus e diante de outras pessoas (Lc 18:14; At 20:19); …Atitude de mansidão (Sf 2:3; Mt 5:5; Cl 3:12; 2Tm 2:25); …Controle do ódio e da ira (Mt 5:21-26; Ef 4:26); …Disposição para tratar bem as pessoas que nos maltratam e nos perseguem (Mt 5:38-42; Lc 6:27-36); …Perdão a todos, independentemente de qual seja a ofensa (Mt 6:12, 14; Lc 17:4; At 7:60); …Abandono de preconceitos, acusações e julgamentos (Mt 7:1-5; Tg 4;11); …Capacidade para discernir entre profetas verdadeiros e profetas falsos, e reconhecer e aceitar a mensagem dos primeiros e rejeitar a mensagem dos últimos (Mt 7:15-20; 1Jo 4:1).”
Dificilmente alguém lerá o artigo até o fim sem cochilar. Por isso, sugerimos a aplicação dos três primeiros mandamentos da CPB às dezenas de textos bíblicos de Gênesis a Apocalipse que fundamentam a Cosmologia Bíblica da Terra Plana. Se o fizer, o longo artigo não terá sido em vão.
1. Confiança na autoridade da Bíblia como única regra de fé e prática do cristão, buscando conformar a fé e o estilo de vida aos ensinamentos revelados por Deus em Sua Palavra (2Tm 3:16, 17; Hb 4:12);
2. Crença na inspiração sobrenatural da Bíblia (2Pe 1:21; 2Tm 3:16);
3. Certeza da veracidade e fidedignidade do relato bíblico, rejeitando interpretações enganosas que levam a crer que os fatos sobrenaturais narrados nas Escrituras não aconteceram exatamente como a Palavra de Deus os descreve (Sl 119:160; Jo 5:46, 47);