Plágio em textos de Ellen G. White reduz sua credibilidade como “escritora inspirada”?
A escritora Ellen G. White, denominada “mensageira do Senhor” entre os adventistas, errou gravemente ao incluir em seus textos milhares de trechos escritos por terceiros como se fossem de sua autoria. Como já ficou comprovado através de vários estudos, em todos os seus principais livros há extensas utilizações de parágrafos e mais parágrafos copiados letra por letra de outras obras encontradas em sua biblioteca. Para quem se dizia escritora inspirada por Deus como os autores bíblicos, ainda que não houvesse proibição legal do plágio em sua época, a prática é inaceitável.
O assunto que já foi motivo de escândalo entre a comunidade adventista mundial, voltou a causar constrangimento aos membros brasileiros da Igreja Adventistas do Sétimo Dia, devido à recente insistência do jornalista YouTuber e pastor nas horas vagas, Michelson Borges, ao mencionar frases e expressões de Ellen G. White como textos-prova contra a doutrina Bíblica da Terra plana. Primeiro, por que isso contraria as recomendações dela mesma a seus leitores, no sentido de submeterem tudo que ela escreveu ao crivo das Escrituras, rejeitando tudo que não fosse confirmado pela Bíblia como Palavra de Deus.
Assim, homens como Michelson Borges e o físico adventista Eduardo Lutz prestam “grande desserviço” à causa adventista, ou “tiro no pé” como eles próprios costumam dizer, por defenderem crenças doutrinárias sem base bíblica, tendo apenas citações de parágrafos ou palavras usadas por Ellen G. White como fundamento de sua fé. Acreditar na inspiração verbal de uma plagiadora contumaz, inspiração essa superior à dos próprios escritores bíblicos a quem supõem apenas inspiração de pensamentos, é simplesmente inaceitável, como demonstrou o doutor em geofísica Afonso de Vasconcelos no vídeo postado ontem em seu canal.
Michelson Borges e Eduardo Lutz deveriam ter em mente, como já dissemos parcialmente acima, que:
1. Nossa regra de fé coko denominação deve ser unicamente a Bíblia, por recomendação até de Ellen White que, evidentemente, conhecia as limitações de seus textos e as condições em que foram produzidos.
2. Na história da formulação doutrinária da IASD, em nenhum momento foi dada qualquer revelação a Ellen G. White antes que o assunto fosse primeiro exaustivamente pesquisado nas Escrituras. A visão ou revelação só ocorria como uma confirmação de que os pioneiros tiham encontrado a verdade bíblica.
3. Não podem existir dois critérios para a inspiração a ponto de não admitirem a inspiração verbal dos escritores bíblicos, mas citarem palavras e expressões usadas por Ellen G. White, as quais podem ter sido copiadas de terceiros ou escritas por terceiros (redatores-fantasmas contratados por ela pra a produção de seus livros), com objetivo comercial, isto é, para venda.
4. Aliás, é inadmissível que a própria Ellen G. White tenha formulado um critério para definir a inspiração dos autores bíblicos como “apenas de pensamentos ou idéias”, uma vez que isso evidentemente a beneficiava ao justificar o processo de produção de suas obras, com “empréstimos literários” não autorizados nem citados de terceiros e a assumida contratação de vários redatores que formaram uma equipe para escrever em seu lugar, assinando os textos como se fossem dela.
5. A Bíblia afirma claramente que as Escrituras, — isto é, o texto, — são inspiradas. Timóteo, por exemplo, conhecia desde a meninice as “sagradas letras”, afirmou o apóstolo Paulo. E Jesus Cristo recomendou que nem mesmo a menor das letras ou pequeno acento poderia ser alterado ou retirado do texto bíblico. Aliás, no Apocalipse, Jesus Cristo faz sério alerta contra quem ousasse mudar as palavras do livro.
6. Não se pode admitir também o posicionamento de que os textos bíblicos não possam ser aceitos literalmente, porque teriam sofrido contaminação da parte da cultura primitiva e ignorância científica de seus autores, enquanto não se menciona essa mesma possibilidade em relação a Ellen G. White ter igualmete refletido as idéias assumidas como verdade científica no contexto em que vivia. Seria o caso, por exemplo, da suposta esfericidade da Terra.
Caso estivéssemos analisando literatura secular, esse risco de contágio por elementos culturais da época, até seria admissível, evidente talvez ou mesmo óbvio. Contudo, estamos falando de um texto sagrado, produzido por revelação e inspiração divinas, o que isenta a mensagem de erro e exige total aceitação e subordinação como verdade, conferindo a esse conteúdo significação fidedigna e literal.
Apesar disso, autores como Michelson Borges e Eduardo Lutz ousam aplicar um duplo critério de interpretação, entender o texto bíblico como “poético” e o de Ellen G. White como “científico”, como já observou o Dr. Afonso.
7. Convém lembrar que, conforme já demonstramos aqui no site www.adventistas.com, todas as visões e sonhos dados por Deus a Ellen G. White, ocorreram adotando a cosmovisão vertical bíblica de três níveis Céu-Terra-Abismo. Na famosa citação frequentemente usada por Michelson Borges, o texto original não traz a expressão “esférico” para referir-se ao formato do mundo. E para finalizar, a própria profetisa adventista afirma que, ao ser chamada para o trabalho, não recebeu qualquer informação divina sobre o formato da Terra, se redonda ou plana, mas que, se isso viesse a ser importante, Deus revelaria oportunamente a Seu povo. Até lá, o assunto não deveria ser mencionado.
“I am pleased to tell you the Lord strengthened me on Sabbath to bear a decided message. To His name be all the glory. I know the impression was made by His Holy Spirit. On Sunday afternoon I urged the truth with more decided firmness and power. A man was present who had expressed a desire to see me and talk with me in regard to the round and flat world. I sent him a message that when Christ gave my commission to do the work He had placed upon me, the flat or round world was not included in the message; the Lord had taken care of His house, His world here below, better than any human agency could care for it, and until the message came from the Lord, silence was eloquence upon that question.” — Manuscript Releases, vol. 21, pág. 414.2
“Tenho o prazer de dizer que o Senhor me fortaleceu no sábado para transmitir uma mensagem decidida. Para o seu nome seja toda a glória. Eu sei que a impressão foi feita pelo Seu Espírito Santo. Na tarde de domingo, insisti na verdade com mais firmeza e poder decididos. Um homem estava presente e expressou o desejo de me ver e conversar comigo em relação ao mundo redondo e plano. Enviei-lhe uma mensagem de que, quando Cristo deu minha comissão para realizar o trabalho que Ele havia colocado sobre mim, o mundo plano ou redondo não estava incluído na mensagem; o Senhor cuidara de Sua casa, Seu mundo aqui embaixo, melhor do que qualquer agência humana poderia cuidar dela, e até que a mensagem viesse do Senhor, o silêncio seria eloqüente sobre essa pergunta.”
#CalaaBocaMichelson
Fonte: https://m.egwwritings.org/en/book/72.2942#2945
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