HERESIA MODALISTA / DECLARAÇÃO PATRIPASSIANISTA NA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA?

Ao declarar o autor da lição da Escola Sabatina deste trimestre de que “foi o Deus do Antigo Testamento que foi pendurado na cruz”, esquece-se de que o Deus do Antigo Testamento, o Deus fos judeus, não é o próprio Senhor e Salvador Jesus Cristo, mas o Pai de Cristo, conforme nos revela o próprio Cristo. “Jesus respondeu: Se eu me glorificou a mim mesmo, a minha gloria não é nada; quem me glorifica é meu Pai, o qual dizeis que é vosso Deus.” João 8:54. Ora, dizer, portanto, que “foi o Deus do Antigo Testamento que foi pendurado na cruz” é confundir o Pai com seu Filho Jesus Cristo, colocando assim o Pai na cruz, doutrina herética esta conhecida como patripassianismo, termo cunhado por Tertuliano, para designar os que, confundindo o Pai com o Filho, crucificam o Pai. É claro que o autor não tem a intenção de declarar que foi o Pai quem foi pendurado na cruz e não Cristo, mas ao não fazer distinção entre o Deus do Antigo Testamento, o Pai de Cristo ( João 8:54), com o próprio Cristo, neste afã apologético em defesa da doutrina da Trindade, acaba, sem querer, revelando-se unicista e pendurando o Deus e Pai de Cristo na cruz, revelando-se assim, também, patripassianista. Coube ao Deus do Antigo Testamento, entretanto, o Deus dos judeus, Deus e Pai de Jesus Cristo, entretanto, sofrer a dor da separação e enviar seu divino e amado Filho, para, como inocente cordeiro, morrer a morte que merecíamos, para que pudéssemos ter a vida a que ele tinha direito. “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”, foi o brado proferido por Cristo na cruz, quando, em meu e teu lugar, o lagar pisou sozinho. Lição da Escola Sabatina. Segundo Trimestre ( ABR/MAI/JUN) de 2018, 22 de Abril, Ed do Professor pág. 46. Carlos Lavrado.
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Ao procurar demonstrar que Deus, conforme apresentado no Antigo Testamento, é tão misericordioso como quando é Ele apresentado no Novo Testamento, o que, aliás, é fundamentalmente verdadeiro, o autor da lição da Escola Sabatina deste trimestre, o PhD Norman R. Gulley, acaba fazendo, no mínimo, uma declaração suspeita, para não dizer, lamentavelmente, herética. Na lição de domingo 22 de abril de 2018, intitulada “O amor do Pai”, o autor acaba “pendurando” o mesmo na cruz, levando indiretamente à morte Aquele do qual afirmam as Escrituras, não somente ser Ele imortal, mas também o único que possui a imortalidade. I Tim.1:17 e 6:16. Trata-se de declaração que leva o leitor a entender que Deus, o Pai, o Deus do Antigo Testamento, apresenta-se no “modo” Cristo, pendurado na cruz, sendo assim a morte de Cristo na cruz uma manifestação ou “modo” do próprio Deus do Antigo Testamento. “Lembre-se, também”, afirma o autor da lição ao leitor, como que lhe recordando de algo que, supostamente, já deveria saber, “Lembre-se”, escreve ele “(de) que foi o Deus do Antigo Testamento que foi pendurado na cruz.” Lição da Escola Sabatina, segundo trimestre (abr/mai/jun) de 2018, domingo 22 de abril, Edição do Professor, pág. 46.

Ainda que se pudesse alegar que o autor estivesse a falar figurada ou ilustrativamente, não parece ser este o caso, uma vez que professa o trinitarianismo, crendo num só Deus em três pessoas. Assim, pois, para o autor, Cristo na Cruz, é o próprio Deus do Antigo Testamento. Na frase do autor, vertida para o português, em que depois da forma reflexiva do verbo lembrar-se, deveria ser empregada a preposição “de”, pois quem se lembra se lembra “de” alguma coisa, indicando esta preposição ser o complemento do verbo lembrar um objeto indireto, falta, entretanto, este pequeno detalhe, lapso perfeitamente compreensível e perdoável. O que se torna difícil, entretanto, para não se dizer até certo ponto imperdoável, é aquilo de que o autor quer que o leitor se lembre: o suposto fato “(de) que foi o Deus do Antigo Testamento que foi pendurando na cruz”, olvidando-se de que, por ser ele trinitariano e crer num Deus em três pessoas, não é correto   mesclar os papéis distintos de Deus, o Pai, dando seu amado Filho para morrer por nós na cruz e o do próprio Filho, morrendo verdadeiramente por nós. Todo e qualquer leitor da Bíblia sabe que foi o Filho de Deus e não o próprio Deus que morreu na cruz. João 3:16. Falta, portanto, lamentavelmente, coerência ao autor da lição da lição da Escola Sabatina deste trimestre ao afirmar, mesmo que figurada e ilustrativamente fosse, que “foi o Deus do Antigo Testamento que foi pendurado na cruz”, expressando assim refutáveis conceitos modalistas, de que Cristo seria tão somente um “modo” ou manifestação do Deus do Antigo Testamento, conceitos estes amplamente demonstrados como falsos e inverídicos através das Escrituras, já pelos chamados Pais da Igreja, na era da patrística. É esquecer-se de que o Deus do Antigo Testamento, o Deus dos judeus, não se trata do próprio Senhor e Salvador Jesus Cristo, mas do Pai e Deus de Cristo, conforme nos revela o próprio Senhor: “Jesus respondeu: Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória   nada é; quem me glorifica é meu Pai, o qual vós dizeis que é vosso Deus.” João 8:54. Ora, claro está então que Cristo é o Filho do Deus do Antigo Testamento e não o Próprio ou parte do mesmo, se não que tem também um papel distinto de Deus o Pai, sobretudo na cruz. João 8:54 e 3:16. São distintos em pessoa e, consequentemente, em “deidade”, pois além do Deus do Antigo Testamento ser o Pai de Cristo, é também o seu Deus, o Deus de Cristo, conforme expressou o próprio Senhor a Maria Madalena, quando quis esta tocá-lo, após a ressurreição: “Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para os meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus. João 20:17. Claro está que Cristo é Deus (Elohim, como também os anjos, juízes, Moisés,…embora difira desses por ser o divino Filho de Deus, YHWH) distinto do Deus, seu Deus e Pai e a ele se subordina e quando perante Ele nos ajoelhamos é para a glória de Deus Pai. Filipenses 2:10 e 11. Nada mais claro, portanto, a distinção entre Cristo e seu papel, e Deus, seu Pai, e o papel do mesmo. Que Cristo seja tão divino quanto o Pai, não significa que seja um só Deus com ele e que o bendito Deus e Pai de Cristo possa ser, ainda que figurativamente, pendurado numa cruz. Ainda que se possa alegar que o autor estaria fazendo esta declaração figurativamente, não é necessário nem preciso, entretanto, “pendurar” o Pai na cruz para demonstrar o seu amor expresso mesmo no Antigo Testamento, pois o mesmo demonstra amplamente isto sem precisarmos recorrer ao falso recurso de que a morte de Cristo na cruz seja o próprio Pai pendurado na mesma. A doutrina da Trindade, entretanto, acaba criando esta confusão ao considerar Pai e Filho distintos como pessoas, mas indistintos como Deus. A doutrina da Trindade é dogma defendido por Roma e adotado pelo protestantismo em geral, incluindo, lamentavelmente, a moderna Igreja Adventista do Sétimo Dia, da qual faz parte o autor da Lição da Escola Sabatina. Não assim, entretanto com os pioneiros da igreja e seus fundadores, incluindo a co-fundadora, Ellen White, que fundaram uma Igreja Adventista do Sétimo dia NÃO  trinitariana, da qual fizeram parte até sua morte. A doutrina da Trindade não teve acesso à Igreja Adventista do Sétimo Dia senão depois da morte dos seus pioneiros e fundadores, incluindo Ellen White, a mensageira do Senhor, que faleceu em 1915. Sabe-se que a doutrina da Trindade teve acesso à Igreja Adventista do Sétimo Dia somente a partir do Year Book de 1931, introduzida por tão somente quatro líderes denominacionais, sem que fosse submetida ao exame de qualquer  comissão representativa do campo mundial. A Trindade, CPB, Pág 227. Portanto, extraoficial, por não passar por uma reunião da Conferência Geral.  Embora os trinitarianos façam a distinção correta entre as pessoas do Pai e do Filho, não fazem, entretanto, distinção alguma entre a deidade de ambos, alegando que, juntamente com o Espirito, são um só Deus em três pessoas. Embora tenham horror ao patripassianismo, ou seja, à doutrina que prega que foi o Pai quem morreu na cruz, e nisto estão corretos, não há, na doutrina trinitariana, entretanto, como não tirar o Pai da cruz, ao crerem que Ele, o Pai, e Cristo sejam um só Deus. Não é difícil então entender porque o autor da lição da Escola Sabatina deste trimestre cometa o erro de dizer que seus leitores devem lembrar-se “(de) que foi o Deus do Antigo Testamento que foi pendurado na cruz.” Lição do dia 22/04/2018.

Crer que o Pai e o Filho sejam um só Deus é confundir o Deus do Antigo Testamento, com Cristo e assim colocar o Pai na cruz, como acabou fazendo o autor, doutrina herética esta conhecida como patripassianismo, termo cunhado por Tertuliano, que, paradoxalmente, teria sido quem introduziu o termo Trindade no cristianismo, para designar os que, confundindo o Pai com o Filho, acabam “crucificando” o Pai. É claro que não tem o autor da lição a intenção de declarar que foi o Pai quem foi pendurado na cruz e não Cristo, mas ao não fazer distinção entre o Deus do Antigo Testamento, o Pai de Cristo (João 8:54), confundindo-o com o próprio Cristo, acaba neste afã apologético, em defesa da doutrina da Trindade, talvez sem querer, revelando-se um modalista e unicista, pendurando o Deus e Pai de Cristo na cruz, revelando-se assim, também, indiretamente, patripassianista, ou crucificador do Pai. Coube, entretanto ao Deus do Antigo Testamento, o Deus dos judeus, Deus e Pai de Jesus Cristo, sofrer a indescritível dor da separação e enviar seu divino e amado Filho, para, como inocente cordeiro, morrer a morte que merecíamos, para que pudéssemos ter a vida a que ele tinha direito. Por outro lado, o próprio Cristo, ao sofrer o abismo desta incomparável separação, quando pendia da cruz, exclamou o brado profético da lavra do salmista: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Salmo 22:1. Como foi pode, então, ter sido o “Deus do Antigo Testamento que foi pendurado na cruz” se foi Ele quem, para punir o pecado, com infinita dor desamparou na cruz o amado Filho do seu seio??? Salmo 22:1. Ali, pois, na cruz do calvário, levando vicariamente os nossos pecados, sentindo a separação do Pai, expressou Cristo, nas palavras do salmista, a dor infinita da separação daquele que que é seu Deus e Pai. Embora com os mesmos propósitos, soteriológicos, salvíficos, tendo assim o mesmo objetivo, desempenharam, entretanto, Deus, o Pai, e seu amado Filho, diferentes papéis na cruz do calvário; o Pai, com infinita dor, dando o amado Filho do seu seio, e aplicando-lhe a pena de morte e o Filho, com dor não menos infinita, sofrendo, por mim e por você, esta pena de morte a ele infligida (Isaías 53: 10).

“Naquela densa treva ocultava-Se a presença de Deus. Ele faz da treva o Seu pavilhão, e esconde Sua glória dos olhos humanos. Deus e Seus santos anjos estavam ao pé da cruz. O Pai estava com o Filho. Sua presença, no entanto, não foi revelada. Houvesse Sua glória irrompido da nuvem, e todo espectador humano teria sido morto. E naquela tremenda hora não devia Cristo ser confortado com a presença do Pai. Pisou sozinho o lagar, e dos povos nenhum havia com Ele”. Ellen G. White, Desejado de Todas as nações, p. 663, edição eletrônica ou na edição em português, págs 753 e 754).

É de se perguntar, onde estaria ou qual a participação da terceira pessoa da trindade na crucifixão, que não aparece ao lado de Deus, o Pai, e de seus anjos, bem como nem ao lado do próprio Cristo?

É, pois, através deste infinito sacrifício, a morte de Cristo no calvário, que não somente podem ser perdoados os nossos pecados, senão que também podemos receber o poder para não pecarmos. I João 1:7. Rom. 6:18. “Graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de Cristo Jesus.” I Cor. 15:57. Carlos Lavrado. Medianeira, reg. de Foz do Iguaçu, PR. 21/04/2018,

Fonte: aoDeusunico.com.br

Sobre Max Rangel

Servo do Eterno, Casado, Pai de 2 filhas, Analista de Sistemas, Fundador e Colunista do site www.religiaopura.com.br.

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