Além de escolher Isaac Newton, como o herói de suas tirinhas em quadrinhos, Michelson Borges em uma de suas recentes publicações, condenou adventistas terraplanistas por divulgarem a informação de que Isaac Newton foi um ocultista satânico detestável, seguindo a conduta de Galileu Galilei e Copérnico, que também eram membros da Sociedade Secreta Rosa Cruz.
Para Michelson Borges, “atacar Galileu e Newton é atacar os pais criacionistas da ciência. Assim eles [os terraplanistas] ‘queimam’ duas vezes não somente o legado de cientistas cristãos, mas também da verdadeira mensagem que o bom cristianismo, que está em harmonia com a boa ciência, pode oferecer ao mundo. A mensagem de fé racional e esperança proferida por Cristo se torna associada ao obscurantismo e misticismo. Assim eles nos ‘queimam’ duas vezes! Que serviço para o inimigo de Deus estão fazendo!”
Fonte: https://michelsonborges.wordpress.com/2019/09/17/os-500-anos-da-primeira-globonavegacao/
A afeição de Michelson Borges pelo ocultista Isaac Newton beira à idolatria e levou-o a se emocionar ao obter permissão para tirar foto com um dos supostos manuscritos do “cientista”, mantido como uma relíquia quase “inspirada” pela Igreja Adventista do Sétimo Dia no Centro de Pesquisas da Universidade de Andrews, nos Estados Unidos:
“…No dia 26/10, fizemos uma rápida visita ao centro de pesquisas da Universidade Andrews, antes de rumar para Chicago, de onde voaríamos para San Francisco, na Califórnia. Naquela manhã, tive o tremendo privilégio de ter nas mãos um manuscrito daquele que é considerado um dos maiores cientistas de todos os tempos: Isaac Newton. Para quem não sabe, Newton também foi um grande teólogo, tendo se ocupado no estudo das profecias de Daniel e Apocalipse. O livro que ele publicou sobre essas profecias é muito interessante e parece ter sido escrito por um adventista do sétimo dia. Newton defende o princípio dia-ano, a interpretação historicista das profecias, a autoridade divina das Escrituras, a volta de Jesus, entre outros assuntos. O livro foi publicado em 1723 e chega a antecipar algumas descobertas que Guilherme Miller faria independentemente, anos depois.
“…Enquanto o Dr. Merlin Burt nos falava a respeito do manuscrito raro de Newton, tomei coragem e perguntei se poderia segurá-lo e observá-lo mais de perto. Ele concordou, e um amigo tirou a foto. Para mim, esse foi um dos momentos mais significativos desta viagem cultural.”
Fonte: http://www.criacionismo.com.br/2014/10/nos-passos-dos-pioneiros-isaac-newton.html
Para Michelson Borges, as obras de Isaac Newton sobre religião e ciência devem ser adquiridas e lidas por famílias e instituições adventistas:
“Alguns anos atrás, eu li As Profecias do Apocalipse e o Livro de Daniel, de Isaac Newton. É uma obra fascinante e indispensável na biblioteca de todo cristão e dos estudantes universitários, em particular. Apesar dos detalhes históricos exaustivos e dos vários trechos em latim não traduzidos, o livro revela a clareza do raciocínio do grande cientista inglês aplicado ao estudo da Bíblia. Os adventistas do sétimo dia ficarão especialmente impressionados ao perceber a semelhança do entendimento profético de Newton (um verdadeiro historicista) com a compreensão profética da igreja – com algumas divergências, naturalmente. Aqui e ali, espalhadas pelas 224 páginas da obra, há pérolas como estas…” — Artigo: “Pérolas teológicas newtonianas.”
Fonte: http://www.cvvnet.org/m/index.php?cmd=view&id=505146
Amigo e guru de Michelson Borges, Ruy Carlos de Camargo Vieira, Ph.D., Universidade de São Paulo, engenheiro mecânico e elétrico e membro do Conselho Superior da Agência Espacial Brasileira, que fundou em 1971 a Sociedade Criacionista Brasileira e lançou a Revista Criacionista, refere-se a Isaac Newton como “cientista e teólogo” — Criacionista, adventista e intérprete profético!
Fonte: http://www.criacionismo.com.br/2008/06/isaac-newton-cientista-e-telogo.html
Diante desse quadro e depois de termos publicado vários materiais sobre a face oculta, satânica e espiritualista de Isaac Newton, tanto aqui no Adventistas.Com quanto em Criacionismo.Org, perguntamos e sugerimos uma decisão urgente de Michelson Borges: “Afinal de contas, depois de tudo que já ficou provado e documentado, Isaac Newton era um ocultista satânico detestável ou um cristão bíblico exemplar?
Caso insista nessa segunda opção, avaliando positivamente a Isaac Newton, Michelson Borges, Ruy Vieira e outros pesquisadores adventistas terão de aceitar também o posicionamento do pseudo-cientista, que descria da Trindade e foi unitarista até o fim de sua vida, como esclarece o físico Prof. Fernando Lang da Silveira, do www.if.ufrgs.br/~lang/, ferrenho defensor da Terra-Globo e anti-terraplanista declarado, ao responder à pergunta: “Você acredita na Santíssima Trindade? Não se esqueça de ler Mateus 28.19 ‘Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo’.”
Esta foi sua resposta:
A santíssima trindade não existia na bíblia até cerca do quarto século depois de Cristo. Ela foi “enxertada” na bíblia em um concílio; portanto se tomarmos as bíblias antigas como critério, ela não passa de mais um mito religioso e no qual os antigos cristãos não acreditavam e sequer haviam ouvido falar. No século XVII ainda havia entre os cristãos resistência à adoção de mais este mito ininteligível por qualquer ser racional. Os cristãos se dividiam então em “unitaristas” (crentes no deus uno) e “trinitaristas” (crentes no deus 3 em 1). Um importante cristão “unitarista” foi grande físico Isaac Newton (também um estudioso da alqumia e da história do cristianismo). Ele escondeu o seu “unitarismo” e somente na década de trinta do século XX foram encontrados escritos do grande físico professando o “unitarismo”; teve que escondê-lo pois na Inglaterra a igreja anglicana (que é uma divergência da católica romana) rezava pela cartilha “trinatarista” e, como é bem sabido, o rei da Inglaterra era a autoridade máxima dos “trinitaristas” anglicanos.
Para a igreja católica romana o “trinitarismo” é um dogma e sequer tem sentido se perguntar a um verdadeiro católico se acredita ou não pois dogmas não se discutem racionalmente. Apenas se aceita ou não: caso uma pessoa não o aceite, de fato não merece ser chamado de católico. E isto de uma certa forma vale para muitas seitas cristãs da atualidade.
A pergunta foi feita certamente por quem acredita na santíssima trindade pois do contrário não citaria Mateus ou qualquer outro trecho do livro sagrado e, salvo melhor juízo, esta pessoa somente está disposta a ouvir respostas positivas. Deixo aqui estas informações para tentar ponderar minimamente sobre tal crença; estas informações não se constituem em “verdades reveladas” mas são fruto de pesquisa histórica (e podem facilmente ser escrutinadas por qualquer pessoa que se disponha a tanto). Como já disse um importante pensador, quem aceita “verdades reveladas” está preparado para aceitar qualquer coisa, inclusive crer em minotauros, fadas, bruxas, anjos, papais noéis ou qualquer outra das tantas entidades míticas que proliferam no imaginário da humanidade.
Fonte: https://www.if.ufrgs.br/novocref/?contact-pergunta=voce-acredita-na-santissima-trindade
Ruy Vieira, em artigo mencionado acima, cita palavras do próprio Isaac Newton recolhidas por outro pesquisador, em sua defesa da unicidade de Deus:
“Precisamos crer que há um só Deus ou monarca supremo a Quem podemos temer e guardar Suas leis e dar-Lhe honra e glória. Devemos crer que Ele é o Pai de quem vêm todas as coisas, e que ama Seu povo como seu Pai. Devemos crer que Ele é o ‘Pantokrator’, Senhor de todas as coisas, com poder irresistível e ilimitado domínio, do qual não podemos esperar escapar, se nos rebelarmos e seguirmos a outros deuses, ou se transgredirmos as leis de Sua soberania, e de Quem podemos esperar grandes recompensas se fizermos Sua vontade. Devemos crer que Ele é o Deus dos judeus, que criou os céus e a terra e tudo que neles há, como expresso nos Dez Mandamentos, de modo que podemos agradecer-Lhe pelo nosso ser e por todas as bênçãos desta vida, e guardar-nos de usar Seu nome em vão ou adorar imagens de outros deuses.” Richard S. Westfall, The Life of Isaac Newton (Cambridge: University Press, 1993), p. 301
E agora, Michelson? Isaac Newton foi um ocultista satânico detestável, ou um cristão bíblico exemplar? Crer na unicidade de Deus e rejeitar a Trindade não faz dele um santo digno de imitação. “Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem.” Tiago 2:19.
Isaac Newton e seus estudos sobre a Trindade (atualizado!)
Isaac Newton considerado por muitos como o maior cientista que já viveu, foi um profundo pesquisador de Teologia e da Bíblia Sagrada. Chegou a colecionar vários manuscritos antigos até mesmo de partes de livros como Revelação ou Apocalipse. Ele citava de modo prolixo diversos dos principais “Pais da Igreja”.
Newton era esperto! Nunca discutia seu entendimento sobre a trindade publicamente, pois teria sido morto pelos católicos ou protestantes. Suas anotações sobre o assunto só foram encontradas depois de sua morte. Newton sentia que a doutrina da consubstancialidade entre o Pai e o Filho era um conceito metafísico emprestado da filosofia grega, sendo que até mesmo perguntou: “Será que Cristo enviou seus apóstolos para pregar metafísica ao povo sem maior instrução, suas esposas e crianças?” Citou ainda que os dois principais textos usados pelos trinitários para “provar a trindade” eram falsificações do texto da Bíblia Sagrada. Quais textos eram estes? 1 Timóteo 3:16 e 1 João 5:7. Ao clicar neste links verá que esta página tem alertado a respeito das adulterações feitas nestes textos por pastores e teólogos tanto católicos quanto “evangélicos”. Newton rejeitava também a doutrina da imortalidade da alma. # ( Wood (2004), Science and dissent in England, 1688–1945, p. 50.)
John Byl, em seu artigo “Newton e a Trindade”, pinta um quadro claro de que Newton não era trinitário.
Em suas anotações particulares, algumas das quais não foram examinadas completamente até meados do século 20, Newton comprometeu-se num esforço significativo em criticar as doutrinas trinitárias da Igreja. Byl escreve:
“Em uma de suas anotações fica claro que, já no início dos anos 1670, Newton ficou bastante absorto na doutrina da Trindade. Sobre este tema estudou extensivamente não só a Bíblia, mas também muitos dos “Pais da Igreja”. Rastreou a doutrina da trindade desde Atanásio (298-373); Ele se convenceu de que, antes de Atanásio, a Igreja não tinha nenhuma doutrina trinitária. No início do 4º século , Atanásio se opôs a Arius (256-336), que afirmou que Deus o Pai tinha primazia sobre Cristo. Em 325, o Concílio de Niceia condenou como heréticas as opiniões de Arius. Assim, de acordo com a visão de Newton, Atanásio triunfou sobre Arius em impor a falsa doutrina da trindade sobre o cristianismo. Newton afirmou ainda que, para apoiar o trinitarianismo, a Igreja deliberadamente corrompeu a Bíblia, modificando textos cruciais.
Por exemplo, Newton afirmou que as palavras bem conhecidas de I João 5: 7 (“há três que dão testemunho no céu, o pai, a Palavra e o Espírito Santo: e estes três são um”) não estavam no original na Bíblia anterior ao 4º século (Newton, ao que parece, não era um homem apenas da versão Rei Jaime). Newton escreve que “os Padres … preferiram abandonar as Escrituras do que não condenar Arius”. Pouco tempo depois, a corrupção universal do cristianismo seguiu a corrupção central da doutrina: no 4º século o trinitarianismo contaminou todos os elementos do cristianismo. O anti-trinitarismo de Newton também é evidente em sua interpretação do Apocalipse. De acordo com Newton, o sétimo selo começou no ano 380, quando o trinitarianismo foi oficialmente ratificado no Conselho de Constantinopla. A grande apostasia não era o romanismo, mas o trinitarianismo, “a falsa religião infernal”, para citar as próprias palavras de Newton.”
Em 1936, John Maynard Keynes obteve uma quantidade significativa dos escritos não publicados de Newton. Ele destacou 12 pontos principais defendidos por Newton.
Em suas anotações Newton fez as seguintes 12 observações sobre a trindade, deixando em branco sua 13º anotação:
1- A palavra “Deus” não é empregada em nenhuma parte das escrituras para significar mais do que uma das três pessoas ao mesmo tempo.
2- A palavra “Deus” de forma alguma restrita ao Filho ou Espírito Santo significa sempre o Pai de uma ponta a outra das Escrituras.
3- Sempre que é dito nas escrituras que há apenas um Deus, isto quer dizer o Pai.
4- Enquanto alguns hereges tomaram Cristo como um mero homem e outros como sendo o Deus Supremo, São João no seu Evangelho se esforçou em declarar sua natureza de modo que os homens pudessem ter a partir daí uma apreensão correta dele e evitar tais heresias e com este objetivo o chama de A Palavra ou o Logos: devemos supor que ele intencionou usar tal termo no sentido empregado no mundo antes de usa-lo, quando de forma semelhante aplicava-se a um ser inteligente. Pois, se os Apóstolos não tivessem usado as palavras como as encontraram, como poderiam esperar ser corretamente compreendidos? Ora, o termo Logos nos escritos de São João, era geralmente usado no sentido dos platonistas, quando aplicado a um ser inteligente e os arianos entendiam no mesmo sentido, e portanto, o deles é o verdadeiro sentido de São João.
5- O Filho em vários lugares confessa sua dependência da vontade do Pai.
6- O Filho confessa o Pai maior, então o chama de seu Deus, etc.
7- O Filho reconhece a presciência original de todas as coisas futuras de estar somente no Pai.
8- Não há menção de uma alma humana em nosso Salvador além da palavra, pela meditação pela qual a palavra deveria ser encarnada. Mas a própria palavra foi feita carne e tomou sobre si a forma de um servo.
9- Foi o filho de Deus que Ele enviou ao mundo e não uma alma humana que sofreu por nós. Se houvesse tal alma humana em nosso Salvador, teria sido uma coisa de grande importância completamente omitida pelos Apóstolos.
10- É um epíteto apropriado do Pai ser chamado Todo Poderoso. Porque por Deus Todo Poderoso sempre entendemos o Pai. Contudo, isto não é limitar o poder do Filho. Pois ele faz tudo o que vê o Pai fazer; Pois reconhecer que todo poder está originalmente no Pai e que o Filho tem poder nele, mas que ele deriva do Pai, porque ele professa que de si mesmo não pode fazer nada.
11- O Filho em todas as coisas submete sua vontade à vontade do Pai, o que seria irracional se ele fosse igual ao Pai.
12- A união entre ele e o Pai, ele interpreta como sendo igual à dos santos uns com os outros. Que é uma concordância de vontade e conselho.
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Para ler os escritos de Isaque Newton acesse este link: