A santa ceia do Senhor foi o último momento de Jesus com Seus discípulos antes de Sua morte e ressurreição. Foi um momento especial, havia uma expectativa entre os discípulos acerca das palavras do Mestre, que há algum tempo falava de Sua própria morte. Muita coisa os discípulos não entendiam, outras passavam batido, como se eles fossem transparentes e não havia qualquer sinal de retorno dos ensinamentos de Jesus em suas vidas.
As duas vezes que Jesus multiplicou pães e peixes, Ele fez a mesma coisa: pegou o pão, deu graças a Deus e o partiu entre os discípulos. Somente os discípulos tinham parte em Seu Ministério, por isso Jesus não repartiu o pão direto entre a multidão, além do mais, repartir o pão é a parte do homem, a de Deus é abençoar e multiplicar o pão, mas cabe ao homem o repartir.
Na santa ceia Jesus agiu da mesma forma como a fez quando multiplicou pães e peixes: pegou o pão, deu graças a Deus e repartiu entre Seus discípulos. A metodologia foi a mesma, porque o pão que naquela hora era multiplicado era o pão espiritual. Não havia necessidade de multiplicar o pão material, porque a ceia da páscoa foi preparada com antecedência e havia comida e bebida suficientes e, naquele momento, o pão que precisava ser multiplicado era o espiritual.
A santa ceia foi o derradeiro momento de intimidade entre Jesus e Seus apóstolos, uma reunião fechada, somente os doze estavam presentes. Todas as cerimônias que aconteceram no decorrer da ceia têm profundo significado, mas duas frases de Jesus, em especial, têm sido objeto de controvérsias e diferentes interpretações até os dias de hoje.
Quando Jesus pegou o pão para abençoa-lo, Ele disse: “Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.” (I Coríntios 11:24). Isto é o meu corpo. Como assim? Quer dizer que todas as vezes que participamos da santa ceia, o pão se transforma no corpo de Jesus? Infelizmente tem muita gente boa que pensa assim, mas não é assim que funciona.
O significado do gesto de Jesus e de Sua frase é bem claro e quer dizer apenas que Ele entregaria o Seu corpo na cruz para nos resgatar do pecado. E como fica o milagre da transmutação? Transmutação é a ação de transformar um elemento em outro, o que significa dizer que, segundo este dogma (pagão), todas as vezes que tomássemos a santa ceia, ou a comunhão, comeríamos não um pedaço de pão tirado do uso comum, mas o corpo do próprio Jesus.
Pois bem. A verdade é que isso não pode acontecer e por três motivos. Primeiro, seria banalizar um milagre tão grande; segundo, seria antropofagia, seria comer carne humana e terceiro, quando Jesus foi elevado aos céus, Ele foi inteirinho: corpo, alma e espírito. Já pensou se todas as vezes que comêssemos a santa ceia, mastigássemos o corpo físico de Jesus?
Tem mais uma coisa. Qual o objetivo útil de se comer o corpo de Jesus? A santa ceia é apenas um símbolo e não muda a vida de ninguém, se fosse o corpo físico de Jesus, será que a ingestão dele não transformaria imediatamente a vida das pessoas? Tem muita gente boa que sai da santa ceia direto para o meio do mundo, pronto a voltar aos pecados de estimação.
A expressão de Jesus foi: “Isto é o meu corpo que é partido por vós.” Em algumas traduções a expressão é: “Isto é o meu corpo entregue por vós”. Ou seja, o corpo que Eu vou entregar por amor a vocês.
Quando Jesus tomou o cálice com o vinho, Ele disse: “Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.” (I Coríntios 11:25). O cálice com o vinho era um símbolo da nova aliança entre Deus e os homens consumada através do sangue de Jesus. Apenas isso.
A santa ceia, a cerimônia do lava pés, a conversa com Judas, que saiu da mesa para entregar Jesus ao Sinédrio e o hino que cantaram quando terminou a ceia e Jesus se dirigiu ao jardim do Getsêmani, tudo teve um significado e todos eles apontavam para a consumação da obra da salvação, para a hora em que Jesus seria preso, condenado, torturado e executado sem ter cometido crime algum.
Não há salvação em nenhum outro, porque somente Jesus morreu, ressuscitou e permaneceu vivo para sempre e hoje está sentado à direita de Deus Pai e um dia voltará à terra, só que desta vez Ele virá como Rei, com Poder e Grande Glória e todo olho o verá e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor. A cada um de nós cabe uma decisão pessoal e intransferível: reconhecer Jesus como Salvador, ou não. O que Ele espera é que você decida voluntariamente reconhece-lo como Salvador, para mudar o rumo de sua sorte, mas a decisão sempre será somente sua.