Neste sábado à noite, fomos eu, minha esposa e nosso filho de 8 anos a uma casa de sucos. No caminho, falávamos do livro Os Miseráveis, de Victor Hugo, que minha esposa está lendo pela segunda vez. Ela comentava que, quando criança, leu uma versão condensada do livro, pensando que fosse completa, e que só agora descobriu que existe um texto bem mais analítico, muito superior inclusive às duas versões feitas para o cinema.
A história de Jean Valjean é bastante trágica. Perdeu os pais ainda criança, sendo criado pela irmã. Quando ela fica viúva, com sete filhos para criar, ele começa a ajudá-la. Um inverno, porém, ele não consegue emprego. Desesperado, rouba um pão para alimentar os sobrinhos. É pego e condenado a cinco anos de trabalhos forçados, que, acrescidos pela culpa de diversas fugas, tornam-se dezenove anos de pena para cumprir.
Aos poucos ele vai percebendo que quem cometeu o crime não foi apenas ele, mas foi especialmente a sociedade, pois o prejuízo que causou foi ínfimo em comparação ao que sofreu. Ele é expulso de todos os lugares, pelo simples fato de ser um ex-presidiário.
O único que abriga Jean Valjean e o trata com dignidade é Don Bienvenu, bispo católico de Digne. Mesmo assim, o ex-presidiário fugitivo rouba-lhe talheres de prata e foge no meio da noite. Porém é pego pelos policiais e levado à casa do bispo. Don Bienvenu, ao contrário do esperado, diz aos policiais que lhe dera os talheres, e lhe pergunta por que não levara os castiçais de prata também. Tamanha bondade vinda de um ser humano faz Jean Valjean repensar sua posição em relação aos homens e à sociedade.
Comentávamos o fato de o bispo católico ser, nessa história, um cristão de verdade, que age com solidariedade e empatia em relação ao próximo, seguindo as instruções de Yeshua (Jesus Cristo), que nos recomendou perseverar em amor até o fim, pois no juízo final a prática contará bem mais que a teoria.
Comparei então o bispo católico da história de Victor Hugo ao pastor adventista do vídeo do Papa e os Fundamentalistas. Ambos pertencem a organizações sob o desagrado de Deus, condenados à destruição e ao vômito da rejeição, mas nos foram motivo de esperança de que existam outros bons valores individuais a serem revelados tanto no catolicismo quanto na Igreja Adventista antes daquele Grande Dia.
A ordem apocalíptica é “Sai dela, povo meu!”, referindo-se ao grande sistema religioso-político-econômico de dominação mundial, a Babilônia bíblica, rebatizada como Matrix no “evangelho” do cinema, aquela grande rede da qual precisamos nos libertar com a ajuda de Yeshua.
Falávamos sobre isso, enquanto aguardávamos os sucos solicitados, quando ouvi na mesa ao lado uma conversa surpreendente. Um casal e sua filha estavam sendo “evangelizados” por uma amiga, que reconheci ter sido minha colega de escola no ensino médio. Sinalizei para minha esposa e sugeri que ouvíssemos a conversa disfarçadamente.
Minha ex-colega de escola lhes explicava com toda empolgação que o fim está próximo. O fim dos recursos naturais deste planeta, onde segundo ela viemos parar há milhões de anos, após uma situação caótica ocorrida em um planeta distante. Nossos ancestrais vieram para cá e se estabeleceram na Terra, mas não somos daqui.
Somos anjos caídos, ela disse, muito atrasados em nosso desenvolvimento, homens das cavernas, comparados aos outros extraterrestres que nos visitam, bons e maus. Mas logo estaremos sendo levados daqui para um outro planeta. Afinal, reptilianos e outros ETs nos observam, prontos para nos retirar daqui no momento oportuno. Uma parte, os mais ativos e de mente aberta, será levada daqui enquanto os outros, muito mansos e humildes, serão deixados para trás inicialmente…
Quando perceberam que eu lhes ouvia a conversa, mudaram de assunto, pediram o valor da conta à garçonete e foram embora. Comentei então com minha esposa que não deveria ser apenas uma coincidência. Foi como aconteceu com Gideão, ao ouvir o sonho dos midianitas, uma confirmação.
Por alguma razão especial, Deus quis que fôssemos exatamente àquela casa de sucos e que nos assentássemos ao lado daquele grupo. Provavelmente para nos indicar que a mensagem para este tempo deve incluir um alerta para o risco iminente de uma simulação da volta de um Jesus Cristo alienígena, que corresponda às expectativas dessa geração evangelizada pelo cinema e os programas do Discovery e Canal History.
E depois destas coisas vi descer do céu outro anjo, que tinha grande poder, e a terra foi iluminada com a sua glória. E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e coito de todo espírito imundo, e coito de toda ave imunda e odiável. — Apocalipse 18:1-2.
