Descobrimos a doença de Laodicéia, contraída por seus pastores, que infectaram a maioria dos membros da denominação, “Laodicite 2020”. Por conta do efeito Dunning Kruger provocado por essa doença, quem menos sabe, mais se imagina o senhor sabe-tudo da congregação. E quem mais sabe, compreende que ainda tem muito a aprender e pesquisar nas Escrituras.
Enquanto os últimos, só sabem que nada sabem e buscam frequentemente a sabedoria e iluminação divinas para obter maior luz e conhecimento vindos do alto, os primeiros, quando examinados pelo Grande Médico, testam positivo para a condição: “Só não sei que nada sei”.
“Como DIZES: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e NÃO SABES que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;
Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.” Apocalipse 3:17,18.
“E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada.”
Tiago 1:5.
“Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o que é bom.”
1 Tessalonicenses 5:20,21.
O que diz a Wikipédia
O efeito Dunning-Kruger é um fenômeno que leva indivíduos que possuem pouco conhecimento sobre um assunto a acreditarem saber mais que outros mais bem-preparados, fazendo com que tomem decisões erradas e cheguem a resultados indevidos; é a sua incompetência que restringe sua capacidade de reconhecer os próprios erros.[1] Estas pessoas sofrem de superioridade ilusória.
Em contrapartida, a competência real pode enfraquecer a autoconfiança e algumas pessoas muito capacitadas podem sofrer de inferioridade ilusória. Esses indivíduos podem pensar que não são muito capacitados e subestimar as próprias habilidades, chegando a acreditar que outros indivíduos menos capazes também são tão ou mais capazes do que eles. A esse outro fenômeno dá-se o nome de síndrome do impostor.[2]
A síndrome do impostor, fenômeno do impostor ou síndrome da fraude, é um fenômeno pelo qual pessoas capacitadas sofrem de uma inferioridade ilusória, achando que não são tão capacitados assim e subestimando as próprias habilidades, chegando a acreditar que outros indivíduos menos capazes também são tão ou mais capazes do que eles. Não se trata de uma desordem psicológica reconhecida oficialmente, mas ela tem sido o assunto principal de vários livros e ensaios por psicólogos e educadores.[3]
As pessoas que sofrem este tipo de síndrome, de forma permanente, temporária ou frequente, parecem incapazes de internalizar os seus feitos na vida. Não importando o nível de sucesso alcançado em sua área de estudo ou trabalho, ou quaisquer que sejam as provas externas de suas competências, essas pessoas permanecem convencidas de que não merecem o sucesso alcançado e que de fato são nada menos do que fraudes.
As provas de sucesso são desmerecidas como resultado de simples sorte, ter estado no lugar certo na hora certa, ou se não por ter enganado as outras pessoas fazendo-as acreditar que são mais inteligentes do que o são em realidade.
Há estudos mostrando que esta síndrome é mais comum entre mulheres,[2] especialmente mulheres bem sucedidas em profissões tipicamente ocupadas por homens. Outros, no entanto, revelam que ela incide em um igual percentual de homens.[4][5É comumente encontrada no mundo acadêmico, especialmente entre estudantes de mestrado e pós-graduação.[6]
A síndrome do impostor, caracterizada pela incapacidade de pessoas acreditarem nas suas próprias competências pode ser vista como o oposto do Efeito Dunning-Kruger, em que as pessoas não conseguem ver as suas próprias incompetências.
Estudo
O mecanismo da ilusão de superioridade foi demonstrado numa série de experiências realizadas por Justin Kruger e David Dunning, à época investigadores da Universidade de Cornell.[3] Os resultados foram publicados no Journal of Personality and Social Psychology em dezembro de 1999.[4] Kruger e Dunning constataram que vários estudos anteriores sugeriam que em habilidades tão distintas como compreensão de leitura, operação de veículos motorizados, e jogar xadrez ou tênis, “a ignorância gera confiança com mais frequência do que o conhecimento”.
Dunning e Kruger propuseram que, em relação a uma determinada habilidade, as pessoas incompetentes irão:
- falhar em reconhecer sua própria falta de habilidade;
- falhar em reconhecer as habilidades genuínas em outras pessoas;
- falhar em reconhecer a extensão de sua própria incompetência;
- reconhecer e admitir sua própria falta de habilidade depois que forem treinados para aquela habilidade.
Dunning traçou uma analogia — “a anosognosia da vida quotidiana”[5][6] — com uma condição patológica na qual uma pessoa que possui uma deficiência física devida a lesões cerebrais demonstra não perceber essa deficiência, ou mesmo nega sua existência, mesmo em casos de incapacidades severas tais como cegueira ou paralisia:
“Se você é incompetente, você não consegue saber que é incompetente (…) [A]s habilidades necessárias para fornecer uma resposta correta são exatamente as habilidades que você precisa ter para ser capaz de reconhecer o que é uma resposta correta. No raciocínio lógico, na educação dos filhos, na administração, na resolução de problemas, as habilidades que você usa para obter a resposta correta são exatamente as mesmas habilidades que você usa para avaliar a resposta. Portanto, nós demos continuidade a investigações para apurar se a mesma conclusão poderia ser verdadeira noutras áreas. E para nossa surpresa, era bem verdadeira.”— [5]
Kruger e Dunning testaram suas hipóteses com alunos da Universidade de Cornell matriculados em matérias de psicologia, aplicando auto-avaliações de habilidade lógica, habilidade gramática, e humorismo. Depois de confrontados com suas próprias notas obtidas nos testes, pediu-se aos avaliados que estimassem seu nível de habilidade em relação aos demais participantes. Neste momento o grupo mais competente em cada habilidade estimou seu nível corretamente, enquanto o grupo incompetente na habilidade superestimou o seu nível. Dunning e Kruger constataram:
“Em quatro estudos, os autores detectaram que participantes com notas integrando o quartil mais baixo da pesquisa em avaliações de humor, gramática, e lógica superestimaram de forma brutal seu desempenho na avaliação e a sua própria habilidade. Apesar do resultado de seus exames os colocarem no 12.º percentil, eles estimaram estar no 62.º”
Enquanto isso, pessoas com real conhecimento tenderam a subestimar sua competência. Basicamente, participantes que consideraram as tarefas fáceis supuseram que as tarefas também eram simples para os demais.[4]
Um estudo seguinte sugere que os estudantes incompetentes melhoram seu próprio nível de habilidade e sua habilidade de estimar seu nível perante seus pares apenas depois de extenso treinamento nas habilidades que eles não possuíam.
Referências
- ↑ «Só não sei que nada sei». revistagalileu.globo.com
- Fehlhaber, Kate; Fernanda Sucupira (tradução) (2 de junho de 2017). «O que os sabe-tudo não sabem, ou a ilusão da competência». Nexo Jornal. Consultado em 3 de junho de 2017
- ↑ Carrasco, Daniela (7 de abril de 2014). «7 sinais de que você é uma das vítimas da síndrome do impostor». Brasil Post. Consultado em 11 de Abril de 2014
- ↑ Toledo, Edson. «Síndrome do impostor: tendência do indivíduo não se considerar responsável por resultados positivos que obteve, atribuindo-os às circunstâncias externas». Consultado em 11 de Abril de 2014
- ↑ Ir para:a b Laursen, Lucas (15 de fevereiro de 2008). «No, You’re Not an Impostor». Science Ca
- ↑ Fehlhaber, Kate; Fernanda Sucupira (tradução) (2 de junho de 2017). «O que os sabe-tudo não sabem, ou a ilusão da competência». Nexo Jornal. Consultado em 3 de junho de 2017
- ↑ Administradores.com (21 de maio de 2015). «Os prejuízos do efeito Dunning-Kruger para a vida profissional». Administradores.com
- ↑ Ir para:a b Justin Kruger; David Dunning (1999). «Unskilled and Unaware of It: How Difficulties in Recognizing One’s Own Incompetence Lead to Inflated Self-Assessments». Journal of Personality and Social Psychology. 77 (6): 1121–34. PMID 10626367
- ↑ Ir para:a b «The Anosognosic’s Dilemma: Something’s Wrong but You’ll Never Know What It Is (Part 1)». Opinionator. Consultado em 4 de dezembro de 2015
- ↑ Dunning, David (2005). Self-Insight: Roadblocks and Detours on the Path to Knowing Thyself (Essays in Social Psychology). Psychology Press. pp. 14–15. ISBN 1-84169-074-0.