Quando alguém cita Mateus 22:30 como resposta para a pergunta “Podem os anjos fazer sexo?”, está mentindo na cara dura porque esse não foi o questionamento dos saduceus para o Mestre. O próprio Evangelho de Mateus afirma que eles não acreditavam na ressurreição e com aquela “pegadinha” da viúva sem filhos que ficou com os seis cunhados, pretendiam colocar a Cristo numa posição desconfortável para ridicularizá-Lo.
Jesus destruiu a pegadinha dos saduceus, quando disse que depois da ressurreição seremos como anjos! Calma que você, mesmo sendo loira, pode entender:
Naquele mesmo dia, os saduceus, que dizem que não há ressurreição, aproximaram-se dele com a seguinte questão:
“Mestre, Moisés disse que se um homem morrer sem deixar filhos, seu irmão deverá casar-se com a viúva e dar-lhe descendência.
Entre nós havia sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu. Como não teve filhos, deixou a mulher para seu irmão.
A mesma coisa aconteceu com o segundo, com o terceiro, até o sétimo.
Finalmente, depois de todos, morreu a mulher.
Pois bem, na ressurreição, de qual dos sete ela será esposa, visto que todos foram casados com ela?
Jesus respondeu:
Vocês estão enganados porque não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus! Na ressurreição, as pessoas não se casam nem são dadas em casamento; mas são como os anjos no céu.
E quanto à ressurreição dos mortos, vocês não leram o que Deus lhes disse: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó’? Ele não é Deus de mortos, mas de vivos!
Ouvindo isso, a multidão ficou admirada com o seu ensino.
Ao ouvirem dizer que Jesus havia deixado os saduceus sem resposta, os fariseus se reuniram. — Mateus 22:23-34.
Jesus poderia simplesmente ter dito que ela ficaria com o primeiro, porque apenas ele era marido e, no Céu, as famílias não deixarão de existir. Os outros seis eram apenas cunhados tentando cumprir o dever legal de assegurar que o irmão teria descendentes. Mas Cristo respondeu: Na ressurreição serão todos como anjos!
A chave para entender a resposta criativa e bem humorada de Cristo, está na própria Bíblia:
“Os saduceus dizem que não há ressurreição nem anjos nem espíritos, mas os fariseus admitem todas essas coisas.” — Atos 23:8.
Entendeu a piada? A reação dos fariseus na platéia evidencia o resultado da resposta do Mestre de todos os Mestres:
“Ao ouvirem dizer que Jesus havia deixado os saduceus sem resposta, os fariseus se reuniram.” — Mateus 22:34
“Um dos mestres da lei aproximou-se e os ouviu [os saduceus] discutindo. Notando que Jesus lhes dera uma boa resposta, perguntou-lhe: De todos os mandamentos, qual é o mais importante?” — Marcos 12:28
Pelo estilo e enunciado da pergunta, Cristo logo percebeu que aqueles saduceus nada sabiam da Bíblia e tão pouco conheciam o poder do verdadeiro Deus.
Jesus não perdia a chance de ridicularizar aqueles que se imaginavam superiores aos demais! Se os “saduceus” de hoje em dia perguntassem a Ele: “Senhor, Senhor, os anjos fazem sexo no Céu?”, a resposta deveria ser mais ou menos assim:
(a) NÃO. Eu disse que na casa do meu Pai há muitas moradas, não muitos motéis!
(b) NÃO. O casamento anGAYlical ainda não foi liberado por lá, nem as relações anjoafetivas…
(c) NÃO. Nenhum deles até agora aceitou que tirássemos uma das costelas para fabricar a parceira!
(d) NÃO. Nenhum deles quer contrariar o que a Nossa Senhora do Espírito de Profecia disse…
(e) No Céu não, mas aqui na Terra…
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Quem eram os saduceus e os fariseus?
A Bíblia menciona freqüentemente os fariseus e saduceus, especialmente no Novo Testamento, já que Jesus estava em constante conflito com eles. Os fariseus e saduceus formavam a classe espiritual dominante de Israel. Há muitas semelhanças entre os dois grupos, assim como diferenças importantes.
Os saduceus – Durante o tempo de Cristo e do Novo Testamento, aqueles que eram saduceus eram aristocratas. Eles tinham a tendência de ser ricos e de ocupar cargos poderosos, incluindo o cargo de primeiro sacerdote e de sumo sacerdote. Eles também ocupavam a maioria dos 70 lugares do conselho regente chamado de Sinédrio. Eles trabalhavam muito duro para manter a paz através de sempre seguir as decisões de Roma (Israel nesta época estava sob o controle romano) e, na realidade, pareciam estar mais preocupados com a política do que com o religioso. Porque eles estavam sempre tentando acomodar os gostos de Roma, e porque eles eram ricos e da classe alta, eles não se relacionavam bem com o homem comum nem o homem comum os enxergava com alta estima.
O homem comum se relacionava melhor com aqueles que pertenciam ao grupo dos fariseus. Embora os saduceus ocupavam a maioria dos lugares no Sinédrio, a história indica que a maior parte do tempo eles tinham que concordar com as idéias da minoria farisaica, já que os fariseus eram os mais populares com o povo.
Religiosamente, os saduceus eram mais conservadores na área de doutrina do que os fariseus. Os fariseus enxergavam a tradição oral como tendo autoridade igual à Palavra escrita de Deus, enquanto os saduceus consideravam apenas a Palavra Escrita como sendo de Deus. Os saduceus trabalhavam arduamente para preservar a autoridade da Palavra escrita de Deus, especialmente os livros de Moisés (Gênesis até Deuteronômio). Enquanto eles poderiam ser elogiados por isso, eles definitivamente não foram perfeitos em suas opiniões doutrinárias. Segue-se uma breve lista de suas crenças que contradizem as Escritura:
1. Eles eram extremamente auto-suficientes, ao ponto de negar o envolvimento de Deus na vida quotidiana.
2. Eles negaram qualquer ressurreição dos mortos (Mateus 22:23; Marcos 12:18-27; Atos 23:8).
3. Eles negaram qualquer vida depois da morte, defendendo a crença de que a alma perecia com a morte; eles acreditavam que não há qualquer penalidade ou recompensa depois da vida terrena.
4. Eles negaram a existência de um mundo espiritual, ou seja, anjos e demônios (Atos 23:8).
Porque os saduceus estavam mais preocupados com a política do que com a religião, eles não se preocuparam com Jesus até quando as coisas chegaram ao ponto de que Jesus iria chamar a atenção indesejada de Roma. Foi a esta altura que os fariseus e saduceus se uniram e planejaram que Cristo fosse morto (João 11:48-50; Marcos 14:53; Marcos 15:1). Outras passagens que mencionam os saduceus são Atos 4:1, Atos 5:17, e os saduceus foram implicados na morte de Tiago pelo historiador Flávio Josefo (Atos 12:1-2).
Os saduceus deixaram de existir em 70 D.C. Já que este grupo existia por causa de seus laços políticos e sacerdotais, quando Roma destruiu Jerusalém e o Templo em 70 D.C., os saduceus também foram destruídos.
Os fariseus – Em contraste com os saduceus, os fariseus eram em sua maioria empresários de classe média e, por conseguinte, tinham contato constante com o homem comum. Os fariseus eram muito mais estimados pelo homem comum do que os saduceus. Apesar de serem uma minoria no Sinédrio, eles pareciam controlar o processo decisório do Sinédrio muito mais do que os saduceus, já que tinham o apoio do povo.
Religiosamente, eles enxergavam a Palavra Escrita como inspirada por Deus. Na época do ministério terreno de Cristo, a Palavra Escrita teria sido o que é agora o nosso Antigo Testamento. No entanto, eles também enxergavam a tradição oral com a mesma autoridade e tentaram defender sua posição ao argumentar que estas tradições podiam ser traçadas de volta para Moisés. Isso era nada menos do que legalismo.
Estas tradições tinha evoluído ao longo dos séculos. Estas tradições acrescentaram à Palavra de Deus, e isso era proibido (Deuteronômio 4:2; Apocalipse 22:18-19). Os fariseus procuravam obedecer rigorosamente a estas tradições juntamente com o Antigo Testamento. Os Evangelhos abundam com exemplos dos fariseus tratando essas tradições como sendo iguais à Palavra de Deus (Mateus 9:14, 15:1-9, 23:5, 23:16, 23; Marcos 7:1-23; Lucas 11:42) . No entanto, eles permaneceram fiéis à Palavra de Deus com referência a algumas outras doutrinas importantes. Em contraste com os saduceus, os fariseus acreditavam no seguinte:
1. Eles acreditavam que Deus controlava todas as coisas mas que decisões tomadas por indivíduos também contribuíam para o que acontecia no curso da vida de uma pessoa.
2. Eles acreditavam na ressurreição dos mortos (Atos 23:6).
3. Eles acreditavam em uma vida depois da morte, com a devida recompensa e punição individual.
4. Eles acreditavam na existência de anjos e demônios (Atos 23:8).
Apesar dos fariseus serem rivais com os saduceus, eles conseguiram colocar suas difereças de lado em uma ocasião – o julgamento de Cristo. Foi neste ponto que os fariseus e saduceus se uniram para colocar Cristo à morte (Marcos 14:53, 15:1, João 11:48-50).
Embora os saduceus tenham deixado de existir após a destruição de Jerusalém e do Templo por serem um grupo em grande parte de natureza política, os fariseus, os quais estavam muito mais preocupados com o estado religioso de Israel, continuaram a existir muito além da destruição de Jerusalém.
Na verdade, os fariseus eram contra a rebelião que causou a destruição de Jerusalém em 70 D.C, e foram os primeiros a fazer a paz com os romanos depois. Os fariseus também foram responsáveis pela compilação do Mishnah, um documento importante com referência à continuação do judaísmo após a destruição do lugar central de culto, o Templo.
Tanto os fariseus quanto os saduceus foram muito censurados por Jesus. Talvez a melhor lição que podemos aprender com os fariseus e saduceus é a de não ser como eles. Ao contrário dos saduceus, devemos acreditar em tudo o que a Bíblia diz, incluindo no supernatural e em vida após a morte. Ao contrário dos fariseus, não devemos tratar tradições como tendo igual autoridade com a Escritura, e não devemos permitir que o nosso relacionamento com Deus seja reduzido a uma lista legalista de regras e rituais.
Fonte: http://www.gotquestions.org/Portugues/Saduceus-Fariseus.html