De acordo com o texto bíblico, no período de aproximadamente dois mil e quinhentos anos entre a Criação e o Dilúvio, houve uma fase da história da raça humana em que seres celestiais ou “alienígenas” abandonaram o lugar de sua habitação para relacionarem-se sexualmente com a humanidade. Disto resultaram, “gigantes” (nefilins) e outras alterações e aberrações genéticas que deram causa à destruição da Terra pelo Dilúvio.
“Mas se há um pecado acima de todo outro que atraiu a destruição da raça pelo dilúvio, foi o aviltante crime de amálgama de homem e besta que deturpou a imagem de Deus e causou confusão por toda parte.” (Ellen G. White, em Spiritual Gifts, Vol. 3, pg.64, 1864).
“Toda espécie de animal que Deus criou foi preservada na arca. As espécies confusas que Deus não criara, resultantes da amálgama, foram destruídas pelo dilúvio. Desde o dilúvio, tem havido amálgama de homem e besta como pode ser visto nas quase infindáveis variedades de espécies animais e em certas raças de homens.” (Ellen G. White, em Spiritual Gifts, Vol. 3, pg. 75, 1864)
Detalhes adicionais desse período da história humana podem ser encontrados em obras como o Livro de Enoque que, embora citado na Bíblia, é tido como “apócrifo”. Recomenda a profetisa adventista Ellen G. White que esse tipo de livro seja consultado ou aceito como fonte de informação histórica? O texto republicado abaixo fala sobre esse assunto.
Conheça o Livro Perdido da Bíblia, Traduzido em 1840, que Pode Ter Servido de Fonte para a Sra. WhitePublicado originalmente em maio de 2004.
Quando fazemos o Ano Bíblico de forma apressada, sem atentar para os detalhes, corremos o risco de passar por alto pequenas informações como estas duas referências feitas ao “Livro de Jaser” ou “Livro dos Justos”, encontradas em Josué e II Samuel:
Ainda que tenha reparado nelas, creio que você provavelmente nunca ouviu seu pastor ou líder da igreja fazer menção a esse provável livro perdido da Bíblia. E por isso, imaginei que seria interessante disponibilizar aqui no site informações curiosas acerca desse livro, cuja tradução do Hebraico para o Inglês e publicação teriam acontecido em 1839/1840, exatamente naquele período em que os mileritas sacudiam os Estados Unidos com a pregação de que Jesus estaria retornando à Terra, dali a alguns meses. Antes dessa edição, houve pelo menos dois outros livros inicialmente identificados como “Livro de Jaser” ou “Livro dos Justos”. Um deles era um tratado ético datado da Idade Média e que, até onde sabemos, nunca foi traduzido para o Inglês, mas começa com uma seção do “Mistério da Criação do Mundo”. Uma análise do conteúdo do livro revela que não está relacionado ao Livro dos Justos mencionado na Bíblia. Uma outra falsificação foi publicada em 1829, supostamente traduzida por Flaccus Albinus Alcuinus. Ela circula até hoje, estando disponível em inglês e espanhol na internet, mas é uma fraude, difundida especialmente pela Ordem Rosa Cruz. O terceiro e mais importante candidato ao título de “autêntico livro perdido da Bíblia” é uma obra, cuja preservação é atribuída a rabinos e que teria sido compilada do Talmude Babilônico e de outras fontes judaicas, sendo posteriormente traduzida pelo judeu-americano, proprietário de um jornal e filantropo, Mordecai M. Noah (desenho à direita). Para facilitar sua identificação, convém saber que essa obra se inicia com a frase: “E Deus disse, vamos fazer o homem à nossa imagem e à semelhança, E Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança.” Uma comparação de Josué 10:13 com Jaser 88:63-64 e II Samuel 1:17-18 com Jaser 56:9 deixa claro que esta versão do “Livro de Jaser” ou “Livro dos Justos”, traduzida para o inglês em 1840, pode ser realmente o desconhecido “Livro dos Justos” citado na Bíblia.
Em 1887, fascinados pelas informações adicionais trazidas pelo livro, cujo relato se estende desde a Criação do Homem até o período dos Juízes de Israel, mórmons da cidade de Salt Lake City teriam patrocinado uma segunda edição do livro em inglês, mas sem equipará-lo a outros escritos sagrados.
EGW e o Livro dos Justos Aquela polêmica afirmação feita pela Sra. White, acerca do “amálgama” ou cruzamento entre seres animais de diferentes espécies e entre humanos e animais, que posteriormente foi retirada de seus escritos pela liderança para evitar controvérsias e não causar embaraços à igreja, pode ter sido fundamentada em Jasher 5:18:
Portanto, os textos de Ellen G. White mencionados abaixo, datados de 1864, tanto podem ser uma evidência de que ela se valeu da informação contida nesse livro que não faz parte do cânon bíblico para compor comentários referentes a esse período da história bíblica, quanto podem legitimar o texto desse Livro de Jaser ou “Livro dos Justos” para adventistas do sétimo dia, uma vez que parte das informações que traz e que não constam da Bíblia parecem ser confirmadas por EGW, a quem reputamos por escritora inspirada:
Pesquisadores que investigaram o uso de outros fontes por Ellen G. White observaram também que “suas descrições de Enoque que tinha uma ‘luz santa’ sobre o semblante são semelhantes aos do Livro de Jaser onde Enoque tinha uma ‘aparência divina’ sobre seu semblante.” Dirk Anderson, no livreto A Nuvem Branca, demonstra num gráfico que as descrições do dilúvio de Noé do livro Patriarcas e Profetas parecem correr paralelas com o Livro de Jaser:
O White Estate registra uma possível referência de Ellen White em visão acerca desse livro tido como “apócrifo”, na qual ela afirma: “Vi que o Apócrifo é o livro escondido e que os sábios destes últimos dias deverão entendê-lo.” Mas acrescenta: “Vi que a Bíblia é o Livro norma, que irá julgar-nos nestes últimos dias.”
O White Estate afirma, porém, que “o sentido e significado dessa declaração não é claro”. Confira em: http://www.whiteestate.org/issues/faq-unus.html#unusual-section-h1 Links úteis (em inglês):
Pesquisa: Robson Ramos |