NATUREZA HUMANA DE JESUS – PARTE I

A fim de aprendermos sobre a natureza humana de Jesus é necessário compreendermos a natureza do ser humano antes e após o pecado.
NATUREZA PRÉ LAPSARIANA(antes do pecado)
a)Era o homem um ser imortal ou passível de morte?
b) A natureza humana era susceptível somente a Deus, não podendo absorver influência de outro ser, ou seriam seus próprios desígnios (vontade, escolha, decisões etc.) capazes de originarem-se independente de seu Criador?
c)Haveria a possibilidade de o homem aprender sobre o mal, sem contaminar-se?
Era o homem um ser imortal ou passível de morte?
Mesmo que as Escrituras não nos informe de forma clara e explicita sobre a condição da natureza humana antes do pecado, isto é, se era um ser passível de morte ou imortal quando saiu das mãos de seu Criador, com absoluta conclusão lógica, compreendemos que jamais poderia o ser humano ter sido criado com vida eterna inerente em si mesmo, por dois motivos básicos:

PRIMEIRO – É visível, no desenrolar do relato de Gênesis, a possibilidade de a humanidade separar-se de sua única fonte de vida: DEUS, o que consequentemente ocorreu com a entrada do pecado, materializando assim a possibilidade de morte para Adão e Eva, bem como para todos os seus descendentes, fato que evidencia ter sido o homem criado com a possibilidade de morrer.

SEGUNDO – Se Deus criasse seres livres e imortais, com todas as prerrogativas que a liberdade oferece, estaria com isto colocando em CAOS a segurança de todo o universo, uma vez que, caso a liberdade e a eternidade fossem atributos inerentes (próprios e inseparáveis) aos seres na criação, consequentemente não haveria a possibilidade de revogá-los, e existindo no atributo da liberdade a probabilidade de rebelar-se contra o seu Criador, com certeza, não haveria como Deus destruir os possíveis rebeldes, visto que eram imortais por natureza, isto é, tal situação fugiria ao controle do próprio Deus, e se eternizaria o conflito entre o bem e o mal.

Tendo em vista estas considerações haveremos de concluir que o ser humano ao sair das mãos de Seu Criador era de uma natureza perfeita, isto é, nenhuma tendência tinha para pecar, mas que dependia exclusivamente de Deus para continuar vivendo, logo não possuía em si o dom da imortalidade, e embora seu destino futuro não fosse a morte, era ele um ser passível da morte, caso se separasse da fonte da vida: DEUS
A natureza humana era susceptível somente a Deus, não podendo absorver influência de outro ser, ou seriam seus próprios desígnios (vontade, escolha, decisões etc.) capazes de originarem-se independente de seu Criador?
Em qualquer exame sobre a origem da discórdia de Satanás, a degradação do ser humano, ou a origem do pecado, inevitavelmente, encontraremos uma ligação direta e inseparável ao dom da LIBERDADE ou do livre arbítrio, atributo este proveniente da essência de Deus, O AMOR.

Avaliando-se o fato de que um Deus de amor jamais criaria seres que Lhes fossem mecanicamente submissos;
Considerando que seres livres teriam na liberdade a possibilidade de total e absoluta independência própria;
Haveremos de concordar que o homem não era perceptível somente as influências Divinas, mas também poderia ser induzido por outro ser, e, inclusive, poderia ter uma atitude própria independente do Criador ou de quaisquer influências exteriores, de forma que poderia, inclusive, ter se tornado o iniciador da rebelião, caso Satanás não houvesse pecado antes.

Diante destas observações concluiremos que ETERNIDADE e LIBERDADE, somente podem ser atribuídos concomitantemente a seres que, por experiência de fé, reconhecem sua ETERNADEPENDÊNCIA ao seu Criador.
Em outras palavras, a ETERNIDADE COM LIBERDADE somente subsistem, se submissas a SOBERANIA DIVINA.

Haveria a possibilidade de o homem aprender sobre o mal, sem contaminar-se?

Da maneira como a tentação foi apresentada a Eva escondia-se esta possibilidade com a falsa promessa de que ela seria “semelhante a Deus, conhecedora do bem e do mal”, só que estava implícito que isto somente seria possível através da desastrosa experiência da contaminação com o mal.

Uma analise superficial, isto é, sem o crivo contextual da Palavra de Deus, ou seja, argumento por argumento, parecia incontestável a afirmativa satânica de que Deus estava escondendo o mal de suas criaturas, e que se isto fosse realmente verdade, o “temor” do Criador era com a possibilidade de ter que competir com seres criados, mas que, após a experiência com o mal, haviam adquirido igualdade em sabedoria e imortalidade.

É importante lembrar que antes do homem pecar, Deus já havia tomado providências para que o ser humano fosse instruído sobre a existência do mal, vejamos o que a Palavra de Deus nos diz: “E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gênesis 2:16-17)

Inevitavelmente, alguns hão de perguntar: Era aquela arvore de natureza híbrida, havendo uma mistura do bem e do mal incorporados nela?
Claro que não!

Deus estava, através daquela árvore, ensinando a suas criaturas sobre a existência do mal e o possível confronto, o qual exigiria o conhecimento de que o mal consiste em desobediência a Palavra Divina, e que o conhecimento do bem consiste em confiar e se submeter às orientações de nosso Criador, logo naquela arvore estavam implicitamente contidos a instrução da vida e do bem, se obedecessem, e o conhecimento teórico(ou pela fé) do mal, todavia a prática da desobediência conduziria a contaminação com o mal, e que consequentemente levaria a morte.
Levando-se em conta a lição obtida através da exposição da arvore do conhecimento do bem e do mal, além das consequências oriundas da livre escolha do homem, poderemos perceber duas coisas que nos parece fundamentais:

a) Deus não escondeu o conhecimento do mal ao ser humano, apenas não queria que o mesmo experimentasse e fosse contaminado;
b)É desejo de Deus que o nosso conhecimento do mal seja através de Suas revelações, e jamais de forma experimental.
Resumo

1)Deus fez o homem sem qualquer mancha de contaminação com o mal, com liberdade a ser exercida mediante a segurança de um relacionamento de dependência, embora com a possibilidade de seguir sua própria vontade (escolha de um caminho próprio), ou submissão à influência de outro ser

2)Sendo assim, fica claro que o exercício da liberdade redundaria em uma das seguintes possibilidades:

a)Desobedecer assumindo uma atitude diferente das orientações do Criador, por iniciativa própria ou influencia de um outro ser que não fosse Deus, tornando-se condenado à morte (certamente morrerás Gênesis 2:17), com consequências a sua própria natureza, carregando em si a maldição e transmitindo-a aos seus descendentes;
b)Obedecer, isto é, exercer a liberdade de escolha em confiança e submissão à vontade Divina, permanecendo como um ser livre, sem condenação, podendo desfrutar da eternidade concedida por Deus, tendo o privilégio de transmitir esta benção a todos os seus filhos;

3)Observando pelo prisma dos fatos ocorridos, concluímos que o pecado entrou neste mundo por duas vias

a)por escolha (caso de Adão);
b)por desconfiança na Palavra de Deus e aceitação da palavra de Satanás (caso de Eva), isto, é no ser humano não havia afeição para a prática do pecado, ou seja, não havia o desejo (concupiscência) pecaminoso na sua própria natureza, mas havia a liberdade de escolha.

4)Antes de rebelar-se o ser humano, embora não estivesse condenado ou destinado a morte, era um ser passível de morte. Hoje nós, não somente somos passiveis da morte, mas somos seres condenados a morrer.

5)Antes de ceder ao pecado o homem não tinha necessidade de um salvador, mas de um padrão, “exemplo”, ou seja, um orientador e mantenedor de sua vida, logo o exercício de sua escolha, independente das orientações Divinas, é que poderia redundar na necessidade de salvação.
Continua no tópico: NATUREZA HUMANA DE JESUS–PARTE II
Fraternalmente,
Heráclito Fernandes da Mota.

Sobre Paulo Pinto

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