O artigo sobre o santuário celestial, que reproduzomos abaixo, escrito pelo Dr. Wilson Borba, professor e diretor do SALT-FAAMA em Benevides-PA, é digno de louvor por exaltar uma doutrina característica e distintiva da fé adventista. Só não recebe Nota Máxima por deixar de fora um detalhe cfrucial: a localização do Céu, onde está o Santuário divino. Trata-se do Terceiro Céu, acima do primeiro céu onde voam os pássaros e sviões por entre as nuvens e acima do segundo céu, após o “mar de vidro” (firmamento), que separou as águas de cima das águas de baixo, no relato da criação da Terra plana e onde Deus posicionou o Sol, a Lua e as estrelas.
O apóstolo Paulo, por exemplo, disse ter conhecido alguém que, no corpo ou fora do corpo, subiu ao terceiro Céu. No registro bíblico, com frequência esse domo ou cúpula se abre e podem-se visumbrar realidades celestiais, como as atividades sacerdotais de Jesus Cristo, junto ao trono do Pai. Hiram Edson, um de nossos pioneiros mais famosos, viu esse firmanento aberto e observou a movimentação de Cristo nesse santuário no Céu. O senhor sabe disto.
Portanto, o que faltou em seu texto foi assumir o desenho da cosmologia bíblica e identificar exatamente a localização do santuário celestial, logo acima do céu azul desta Terra plana. Ali está Deus no comando de tudo. Ele é nosso vizinho!
Analise com carinho, pastor Wilson Borba, a possibilidade de a teoria jesuíta do Big Bang, — que resultou num suposto universo em contínua expansão, com bilhões de estrelas e planetas em bilhões de galáxias à bilhões de anos luz, onde a Terra seria apenas uma pequena bola molhada girando infinitamente através do Espaço sem fim –, ser a maneira encontrada pelo chifre pequeno de Daniel 8:11 para destruir ou rejeitar o lugar da habitação de Deus
En Daniel 8:11 el cuerno pequeño “desecharía” o “derribaría”, en el sentido de rechazar, abandonar o dejar “el lugar de su santuario”. La palabra hebrea traducida “lugar” se usa en el Antiguo Testamento para designar la morada de Dios, es decir, el santuario celestial (1 Rey 8:39, 43), así como el santuario terrenal (vers. 13). También puede referirse a un fundamento literal o metafórico (Sal 89:14). Daniel 8:11 es el único pasaje en el Antiguo Testamento donde encontramos la frase “lugar de su santuario”. (Angel Manuel Rodrigues)
Através do dogma do Globo giratório, sem a cúpula onde está o trono de Deus e Seu santuário, somos levados para muito longe de Deus: “O tentador vem com a insinuação de que Cristo removeu a sede de Seu trono e poder para alguma região desconhecida, e que os homens não mais necessitam de ser incomodados com exaltar-Lhe o caráter e obedecer à Sua lei.Os seres humanos devem ser uma lei para si mesmos, declara ele. Esses enganos exaltam o eu e anulam a Deus. Destroem as restrições e o governo moral na família humana. As restrições ao vício enfraquecem mais e mais. O mundo não ama nem teme a Deus. E os que não amam nem temem a Deus logo perdem todo o senso da obrigação de uns para com os outros. Estão sem Deus e sem esperança no mundo. — Vida e Ensinos, págs. 82 e 83.
Leia o artigo do pastor Darci Borba, publicado no site oficial da IASD:
A Bíblia ensina sobre a existência de um santuário ou templo divino no céu? O objetivo deste artigo é responder tal pergunta, apresentando algumas características do santuário celestial.
1. O santuário celestial é real. Os adventistas do sétimo dia creem na existência de um santuário real no Céu.[1] Acreditamos em sua literalidade. Usamos a palavra literal não porque entendemos que o santuário celestial seja construído de argamassa, mas para ensinar sua realidade. Logo, não cremos que sua existência seja alegórica, figurativa ou metafórica.[2] Desde os escritos do Antigo Testamento, a Bíblia ensina sobre a existência de um templo ou Santuário real no Céu.[3] “O Senhor está no seu santo templo; nos céus tem o Senhor o seu trono; os seus olhos estão atentos, as suas pálpebras sondam os filhos dos homens” (Sl 11:4).[4]
Ao apóstolo João também foi mostrado o santuário celestial. “Abriu-se, então, o santuário de Deus que se acha no céu, e foi vista a Arca da Aliança no seu santuário, e sobrevieram relâmpagos, vozes, trovões, terremoto e grande saraivada” (Apocalipse 11:19). O santuário de Deus é tão real como Seu trono, nosso Sumo Sacerdote Jesus Cristo, e Seu ministério celestial. Note, prezado leitor, que além de João identificar o santuário celestial cuidadosamente, evitou fazer confusão entre o santuário e o céu. Explicitamente, o apóstolo declara que o santuário “se acha no céu”, isto é, no οὐρανός (ouranós). Portanto, o céu não é o santuário, e este não é o céu.
2. O santuário celestial foi fundado por Deus. Ao João afirmar que o templo visto no céu é o “santuário de Deus”, ele evidencia que o próprio Deus é o seu fundador. A carta aos Hebreus explicitamente afirma que Jesus Cristo “se assentou à destra do trono da Majestade nos céus, como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, e não o homem” (Hb 8:1, 2). Os capítulos 8 e 9 desta carta contrastam o santuário celestial da nova aliança com o santuário terrestre da primeira aliança. Um estava na Terra, e o outro no céu. “O santuário do primeiro concerto foi fundado pelo homem, construído por Moisés; esse último foi fundado pelo Senhor, e não pelo homem”.[5
3. O santuário celestial é o verdadeiro tabernáculo. A declaração de que Cristo é “ministro do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu e não o homem” (Hb 8:2) implica na superioridade do santuário celestial em relação ao terrestre. Após a morte de Jesus Cristo na cruz, o serviço do santuário terrestre expirou (Mt 27:51), abrindo o caminho para Seu ministério sacerdotal no santuário celestial.
A palavra grega σκηνή (skēnē) é traduzida 15 vezes no Novo Testamento como tabernáculo e quatro vezes por tenda. Mas não deveríamos imaginar que o santuário celestial seja uma tenda como aquele construído por Moisés, pois sua qualidade e dimensões o extrapolam em perfeição e superioridade. “Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação” (Hb 9:11). A grandeza do santuário celestial também é evidenciada em Daniel 7:9-10. Trata-se de uma cena de juízo apresentando Deus, o Ancião de dias em seu trono, e milhões e milhões de seres celestiais que O serviam.
4. O santuário celestial serviu de modelo para o santuário terrestre. “E me fareis um santuário para que eu possa habitar no meio deles. Segundo tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis” (Êx 25:8, 9). A palavra hebraica traduzida por modelo é תַּבְנִית (tabnît). Tabnit se refere a “um desenho ou modelo para um edifício (2Rs16:10; 1Cr 28:11-19), uma imagem ou figura de algo (Dt 4:16, 18; Sl 106:20; Is 44:13; Ez 8:10; 10:8), uma réplica ou símile (Js 22:8). Geralmente descreve um objeto tridimensional e na maioria dos casos pressupõe a existência de um original”.[6]
Moisés construiu o santuário e todos os seus móveis no deserto, através de uma planta miniaturizada do santuário celestial. Conforme o autor do livro de Hebreus, os sacerdotes da antiga aliança “ministram em figura e sombra das coisas celestes, assim como foi Moisés divinamente instruído, quando estava para construir o tabernáculo; pois diz ele: Vê que faças todas as coisas de acordo com o modelo que te foi mostrado no monte” (Hb 8:5). Neste texto, a palavra figura vem do respectivo termo grego ὑπόδειγμα (hypodeigma), que também significa cópia ou imitação. [7]
Já o termo sombra é tradução de σκιά (skia), que significa uma projeção de algo maior. A sombra não é a realidade principal e original, mas uma projeção vinda de um modelo ou realidade maior. O santuário terrestre era sombra do original celestial. Os cordeirinhos sacrificados eram uma sombra projetada para trás do Cordeiro de Deus morto no Calvário. Igualmente, os sacerdotes terrenos eram uma sombra do Sacerdote celestial Jesus Cristo, pois Seu “ministério no santuário do Céu era o grande objeto que projetava sua sombra para o passado, e tornava claro o ministério do sacerdócio judaico”.[8]
5. O santuário celestial e o terrestre relacionam-se estruturalmente. “Ora, a primeira aliança também tinha preceitos de serviço sagrado e o seu santuário terrestre” (Hb 9:1). Note a expressão em itálico também. “A estrutura de dois departamentos do santuário terrenal aponta não somente para um santuário celestial com duas partes, mas também ao ministério em duas fases de Cristo nesse lugar”.[9] Entretanto, tomando em conta que o santuário celestial serviu de modelo para o terrestre, deveríamos ver principalmente o santuário terrestre à luz do celestial e não o contrário.[10]
Tanto a aliança do Sinai quanto a do Calvário tem o seu santuário e o seu ministério. No terrestre existiam dois ambientes. O primeiro, denominado Lugar Santo, onde havia o candelabro com as sete lâmpadas, uma mesa com os pães da proposição e o altar de incenso. Ali ocorria o serviço diário de intercessão dos sacerdotes pelo povo de Deus (Êx 40:22-25). Após o véu ficava o Lugar Santíssimo.
Era permitida a entrada somente do sumo sacerdote, uma vez ao ano. No Santíssimo estava a arca da Aliança com sua tampa, chamada propiciatório, e dentro dela as tábuas de pedra da Lei dos Dez Mandamentos (Êx 25:21; 31:18; 32:15, 16; 40:20; Hb 9:5). Dois querubins olhavam reverentemente para a arca, representando o respeito dos anjos celestiais pela Lei de Deus (Êx 40:1-6; Hb 9:1-7). O livro do Apocalipse apresenta visões do santuário celestial.[11] Descreve Cristo como Sacerdote no Lugar Santo, andando entre os sete candeeiros (Ap 1:12-16). Igualmente, apresenta o altar de incenso (Ap 8:3-5) e o Lugar Santíssimo com a arca da Aliança (Ap 11:19).
6. O santuário celestial e o terrestre relacionam-se funcionalmente. Como o santuário terrestre foi projetado de acordo com o celestial, se sugere não apenas uma correspondência estrutural entre eles, mas também funcional.[12] O santuário terrestre foi um ponto de acesso ao celestial (Is 6:1-7), lugar da manifestação divina e do culto verdadeiro (Êx 40:34, 35; Nm 17:1-13). O santuário celestial é o lugar da morada de Deus, lugar de reunião, de adoração, e onde Ele manifesta Sua vontade, juízo e perdão (1RS 8:31, 32, 34, 36, 39, 43; Dn 7:9-10; Ap 4:4-11). É o lugar “onde o Deus transcendente se encontra com suas criaturas celestiais”.[13] Embora nenhum edifício possa conter a Deus, Ele “condescende em morar entre suas criaturas, entrar em sua esfera de ação, morar na Terra e no céu com o fim de fazer-se acessível a elas (1Rs 8:27-30)”.[14] O santuário terrestre representava o santuário celestial, o centro do governo de Deus. Era chamado de Tenda do Testemunho (Nm 17:7), pois ali estavam as tábuas do Testemunho (Êx 31:18; Nm 17:4), ou seja, a cópia da Lei de Deus escrita pelo dedo de Deus em tábuas de pedra. No santuário celestial está a Lei original, pela qual o santo Rei rege a todos os seres pensantes do Universo.
7. O santuário celestial é o centro da nossa esperança. Porque nele está Jesus, nosso Sumo Sacerdote, realizando a obra final em favor do Seu povo. De acordo com a escritora Ellen White, “o santuário no Céu é o próprio centro da obra de Cristo em favor dos homens. Ele diz respeito a cada alma que vive na Terra. Abre ante nossos olhos o plano da redenção, conduzindo-nos através do tempo ao próprio fim, e revelando o triunfante resultado da controvérsia entre a justiça e pecado. É da máxima importância que todos investiguem inteiramente estes assuntos, e sejam capazes de dar a cada um que lhes peça a razão para a esperança que neles há”.[15]
Meditemos no Jesus crucificado, mas também nEle ressuscitado e ministrando em nosso favor no santuário celestial. “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna (Hb 4:16), pois tendo Ele “..se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação” (Hb 9:28).
Referências
[1]William G. Johnsson, “O Santuário Celestial – Figurativo ou Real?”, em A luz de hebreus, editado por Frank B. Holbrook (Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2013), 4:45-62. A seguir: Johnsson.
[2]“O Santuário Celestial: Conceito Figurado ou Literal”, em Questões sobre doutrina, 1ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2009), 266-268.
[3]Para um estudo mais detido sobre o santuário celestial nos escritos do AT e do NT, ver: Elias Brasil de Souza, O Santuário Celestial no Antigo Testamento (Santo André, SP: Academia Cristã, 2015), e Ángel Manuel Rodríguez, “Santuario”, em Tratado de Teologia Adventista del Séptimo Día, 1ª ed. (Buenos Aires: Casa Editora Sudamericana, 2009). A seguir: Rodríguez.
[4]As passagens bíblicas foram citadas da versão Almeida Revista e Atualizada no Brasil, 2ª ed. (Gráfica da Bíblia: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993).
[5]Ellen G. White, O grande conflito, 43ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2013), 413.
[6]Rodríguez, 433.
[7]Francis D. Nichol ed. Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, 1ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014), 480.
[8]Ellen G. White, Atos dos apóstolos, 9ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2013), 246.
[9]Rodríguez, 434.
[10]Johnsson, 4:45-62.
[11]Kenneth Strand, “Las ocho visiones básicas” em Simposio sobre apocalipses-I, editado por Frank B. Holbrook, 1ª ed. (Doral, FL: Asociación Publicadora Interamericana, septiembre de 2010), 59-84.
[12]Rodríguez, 484.
[13]Ibíd., 434.
[14]Ibíd.
[15]Ellen G. White, Cristo em Seu Santuário, 1ª ed. (Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira,1979), 45.
Fonte: http://noticias.adventistas.org/pt/coluna/wilson-borba/o-santuario-que-esta-no-ceu/