Novo clipping: Bem-aventurados os adventistas leigos perseguidos em Angola

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“Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa.

“Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós.

“Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens.

“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte..” — Mateus 5:11-14

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Novo clipping de notícias:

Seguidores de Kalupeteka impedidos de se reunirem

Reagem com alívio às declarações do líder da seita de que ele está bem.

Coque Mukuta

06.05.2015 15:52

Fiéis da seita A Luz do Mundo dizem ter ficado aliviados depois de verem o seu líder José Julino Kalupeteca na Televisão Pública de Angola (TPA) a confirmar que está bem de saúde. Entretanto, muitos deles continuam escondidos nas matas por temerem represálias por parte das autoridades angolanas, que lhes proibiram de se reunirem.

“Pelo menos já sabemos como está e onde está, por isso estamos mais tranquilos, porque as portas estavam fechadas”, disse à VOA, um seguidor de Kalupeteka que pediu o anonimato por medo de represálias.

A nossa fonte vai mais longe e diz que agora são proibidos de cantar ou mesmo visitar fiéis em suas casas. “Apenas posso orar sozinho, não podemos visitar um irmão que estiver em dificuldade”, continua a mesma fonte.

Em relação ao paradeiro do filho de José Julino Kalupeteca, convidado da edição da passada sexta-feira, 1 de Maio, do programa Angola Fala Só, da VOA, afirmou desconhecer o seu paradeiro: “Depois de dar a entrevista na vossa rádio, ele sofreu ameaças e saiu daqui onde nós estamos”, denunciou o seguidor de José Julino Kalutepeka.

Recorde-se que o filho do líder A Luz do Mundo solicitou, aqui na VOA, a intervenção dos Estados Unidos e das Nações Unidas para ajudar a encontrar os seguidores da seita que ainda estão vivos nas matas do Huambo.

A 16 de Abril, oito polícias morrreram em confrontos com seguidores da seita A Luz do Mundo no monte Sumi, no Huambo, depois de outro agente policial ter falecido no dia anterior no município da Caala, em Benguela.

Segundo as autoridades, 13 civis resultaram mortos no confronto, mas a Unita denunciou a morte de 700 pessoas e a Casa-CE, cujo líder Abel Chivukuvuku visitou o monte Sumi, considerou ter havido uma chacina no local.

http://www.voaportugues.com/content/seguidores-de-kalupeteka-impedidos-de-se-reunirem/2752441.html

Sobrevivente revela acontecimentos do Monte Sumi

Maio 01, 2015

O adolescente Albino Cassoma, um dos sobreviventes do confronto entre os efectivos da Ordem e os seguidores de Kalupeteka, conta o cenário de terror que se instalou na “montanha santa” do Sumi durante a intervenção policial

Venâncio Valentim, 34 anos, foi atingido por um tiro no abdómen disparado por um agente da Polícia Nacional (PN) quando tentava escapar do conflito entre os seguidores de José Julino Kalupeteka e as forças da ordem, revelou a O PAÍS Albino Cassoma, irmão da vítima.

Ainda em estado de choque pela perda do irmão, o adolescente, de 14 anos, que fez parte do grupo da seita ‘Luz do Mundo’ do município de Cacuaco que rumou ao Huambo para o tão pretendido encontro com Julino Kalupeteka, contou que os fiéis foram surpreendidos por volta das 12 horas de Quinta-feira, 16, pela Polícia quando se encontravam reunidos em acampamento. Os efectivos da PN iam executar um mandado de captura emitido pela Procuradoria-geral da República no Bié.

Segundo a fonte, tão logo Kalupeteka se deu conta da presença dos agentes orientou os seus seguidores a reagirem caso as forças da Ordem não dessem qualquer possibilidade de diálogo, tendo sido nesta circunstância que os agentes da Polícia, “sem qualquer explicação”, prenderam o líder da seita e os fiéis de imediato reagiram com paus e pedras e atingiram mortalmente três agentes.

De seguida, segundo Albino Cassoma, a Polícia foi atirando à queima-roupa sobre os crentes que foram se defendendo com paus e pedras. Naquele momento, o seu irmão Venâncio que estava a poucos metros de si foi atingido na tentativa de acompanhar o grupo que estava em fuga.

Apesar de não conseguir descrever o número exacto de fiéis mortos no dia 16 de Abril, a fonte que alegou estar a viver momentos angustiantes por força dos acontecimentos que presenciou, diz ter visto mais de 20 crentes mortos, numa operação que segundo estimou, “durou mais de cinco horas porque eu fugi às 17 horas”.

“Ele estava numa posição mais acima de mim e quando tentou correr levou um tiro da barriga e morreu no momento. Era muita gente no chão e não consigo dizer quantas pessoas morreram, porque não dava para contar”, afirmou.

Além do malogrado, Albino fez saber que estavam no Monte Sumi, no Huambo, mais quatro irmãos seus, entre eles Valentim Cassoma que foi alvejado com três tiros nos membros superiores, inferiores e na região do abdómen mas conseguiu resistir aos ferimentos.

Durante o seu depoimento, o entrevistado referiu que, tal como Valentim, os restantes feridos eram transportados para o interior das cubatas que foram construídas para albergar os fiéis que deviam permanecer no local “até à vinda de Cristo”.

Questionado sobre o destino do corpo do malogrado, o adolescente disse desconhecer o seu paradeiro, tendo acrescentado que apenas recebeu informações de um dos seus correligionários que também estava no local, segundo as quais os mortos estavam a ser enterrados em valas feitas por máquinas retro-escavadoras.

“Kalupeteka não tinha armas”

Contrariamente às informações avançadas pelos responsáveis da Polícia Nacional, segundo as quais os crentes da seita ‘Luz do Mundo’ liderada por Julino Kalupeteka possuiam armas de fogo, Albino diz que no Monte Sumi os fiéis tinham em sua posse apenas os paus (chamados de canjavites) e as pedras que estavam espalhadas no chão do campo de adoração. “Os primeiros polícias foram mortos com paus e pedras”, disse a fonte, tendo justificado que as armas usadas posteriormente pelos seguidores de Kalupeteka eram as mesmas que estavam em posse dos agentes da Ordem que foram mortos pelos crentes durante o desenrolar dos confrontos.

Prosseguiu dizendo que entre as vítimas mortais estavam crianças e outros adolescentes que perante este cenário se foram dispersando, tentando escapar dos tiros. No seu caso, escapou com mais dois companheiros (Zé e Careca) e refugiaram-se no interior de uma caverna onde permaneceram mais de uma semana, alimentando-se de milho e tubérculos. “Ficamos uma semana e três dias na caverna, mas depois vimos que o sofrimento era demais, ganhamos coragem e decidimos sair, já não queríamos saber se vão nos matar. Passamos numas matas e felizmente conseguimos sair no bairro ”, disse.

Segundo explicou, dirigiram-se a uma cantina a fim de telefonarem para os seus pais em Luanda para darem a conhecer o sucedido, mas graças à bondade do proprietário do referido estabelecimento “que nos deu 2 mil Kwanzas para comermos e nos meteu no autocarro de Luanda porque nos disse que somos inocentes”, contou.

Albino, que aderiu à seita ‘Luz do Mundo’ em 2012, realçou que ele e os parceiros já eram dados como mortos, por esta razão, os familiares organizaram uma cerimónia festiva para celebrar o regresso dos sobreviventes.

Durante o período em que permaneceu no Sumi, antes do confronto com a Polícia, Albino Cassoma referiu que não passaram nenhuma privação alimentar porque, segundo disse, além das lavras que estavam ao redor do acampamento, Kalupeteka era detentor de diversas cabeças de gado, principalmente bovino.

Oito viaturas da Polícia e sete das FAA

Tomás Rafael, de 22 anos de idade, outro seguidor de Kalupeteka do município de Cacuaco, chegou a Caála apenas na tarde de Quinta-feira, 16 e a viatura em que seguia foi interpelada no sector Quilómetro 25, não tendo conseguido chegar ao Sumi. Segundo ele, a viagem foi interrompida pela Polícia, em função dos conflitos que estavam a decorrer.

Durante o período em que ficaram retidos naquela secção, Tomás Rafael declarou ter visto oito viaturas abarrotados de agentes da Polícia acompanhadas de outras sete das Forças Armadas Angolanas (FAA) a se dirigirem ao Monte. Disse não saber de concreto o que aconteceu no local, alegando apenas que viu muita gente dispersando-se no local para o qual as tropas se dirigiram.

Desaparecidos preocupam familiares
Neste momento reina o sentimento de incerteza por parte das famílias que ainda desconhecem o paradeiro dos parentes que rumaram ao Huambo. De acordo com os moradores do bairro Garcia, em Cacuaco, seguiram ao encontro de Kalupeteka mais de 15 membros da seita, tendo regressado a Luanda apenas três.

http://opais.co.ao/sobrevivente-revela-acontecimentos-do-monte-sumi/

75 seguidores da seita Kalupeteka foram detidos

segunda, 04 maio 2015 00:47

75 seguidores da seita Kalupeteka foram detidos

A Procuradoria Geral da República está a instruir os processos crime contra José Julino Kalupeteka e contra mais sete dezenas e meia de seguidores. Há ainda colaboradores próximos do “profeta do século XXI” a monte, um deles é Justino Chipando, amigo do líder e secretário-geral do movimento religioso.

Dos setenta e cinco detidos, número avançado por uma fonte de OPAÍS, trinta e quatro teriam sido ouvidos pelo Procurador-Geral da República no Huambo, até Terça-feira, 28, segundo a mesma fonte.

Entre os detidos estão evangelizadores e crentes que tiveram participação na morte dos nove efectivos da Polícia Nacional no dia 16 de Abril, no monte Sumi, no município da caála. A Polícia Nacional, no entanto, não se pronuncia sobre o número de detidos neste momento. Segundo o seu porta-voz no Huambo, Martinho Cavita, “os detidos foram entregues a Procuradoria, o procurador pode ter mandado soltar alguns deles. Como eram muitos, neste momento não consigo precisar quantos estão ainda detidos, a quantos foi dada ordem de prisão e quantos foram mandados embora”.

De entre os fugitivos, o mais procurado é Justino Chipango, sobre a qual q Procuradoria-Geral da República mandou publicar na comunicação social um mandado de captura. Justino Chipango é o homem citado pelos fiéis como aquele que no monte Sumi também tomava a palavra nas pregações de José Kalupeteka.

E é também o homem que recorrentemente aparece ao lado do profeta no material audiovisual de propagação da fé produzido pela JKK produções, a produtora da igreja.

Crentes crêem que ‘nuvem divina’ matou polícias

A editoria em português da rádio Voz da América divulgou entretanto, esta semana, uma entrevista, ao telefone, com alguém que se identifica como sendo Justino Chipango, o secretário de Kalupeteka.

Na entrevista, Chipango, que se diz escondido nas matas, afirma que Kalupeteka está ferido, em consequência torturas e foi evacuado para Luanda. Afirma também que ao acampamento chegaram cinco polícias e que foram os fieis que defenderam o seu profeta, destemidos. Já que gozavam de protecção divina, como lhes dizia Kalupeteka, que os mandava enfrentar as autoridades.

Um outro fiel, cujo nome a rádio não cita, diz que a morte dos polícias foi causada por uma nuvem vinda do céu. “É um fenómeno que não sei explicar”. Mais adiante, diz que Kalupeteka já os havia avisado da tentativa de o matarem, que apanhou quatro tiros na testa e mesmo assim sobreviveu, não lhe tendo acontecido nada.

Nem Chipango nem o outro crente arriscam em avançar qualquer número de civis mortos, embora ambos se digam com medo de se apresentarem às autoridades.

A teoria da nuvem salvadora que impediu os polícias de agir está a correr no planalto central, difundida por membros da Igreja Cristã do 7º Dia A Luz do Mundo, entretanto já interdita pelas autoridades.

http://angola24horas.com/portal/index.php/sociedade/item/4157-75-seguidores-da-seita-kalupeteka-foram-detidos

http://opais.co.ao/75-seguidores-detidos/

José Kalupeteka diz estar a ser bem tratado na cadeia

terça, 05 maio 2015 18:54

O líder da seita A Luz do Mundo José Julino Kaluteka disse à Televisão Pública de Angola e à Rádio Nacional de Angola que está a ser bem tratado me que nunca saiu da cadeia do Cambiote nos arredores da cidade do Huambo. Os órgãos públicos foram os únicos autorizados para entrar e falar com Kalupteka no dia em que ele foi ouvido pelo procurador da República de Huambo.

“Estou a ser bem tratado e bem alimentado”, disse Kalupeteka *a TPA e RNA, rodeado de polícias e guardas prisionais, adiantando ainda que se encontra na cadeia de Cambiote desde que foi detido a 16 de Abril.

O procurador da República do Huambo Tito Cassule, por seu lado, afirmou que o processo decorre o seu curso normal, “de instrução preparatória, à procura de elementos probatórios à busca da prova material”.

Cassule, que lembrou que neste momento vigora o princípio do segredo de justiça, garantiu que concluída esta fase de instrução, o caso será entregue ao tribunal para julgamento.

Recorde-se que desde a sua prisão, o líder da seita A Luz do Mundo não conseguiu comunicar-se com nenhum membro da sua família, fiéis e advogado.

A propósito, o advogado David Mendes, da associação Mãos Livres, que se ofereceu para defender José Julino Kalupeteka, não foi autorizado ainda pela procuradoria da República.

http://angola24horas.com/portal/index.php/sociedade/item/4162-jose-kalupeteka-diz-estar-a-ser-bem-tratado-na-cadeia

Suspeitas de massacre em grande escala no Huambo
O raid policial ao local de culto da seita religiosa “A Luz do Mundo” pode ter deixado centenas de mortos, e não apenas os 13 confirmados pela polícia, acusam partidos da oposição angolana.
5 de Maio, 2015 – 17:23h

Culto da seita “A Luz do Mundo”, alvo da repressão policial em abril, com um número de vítimas ainda por apurar.
A seita religiosa é considerada ilegal à luz da lei angolana e reúne milhares de fiéis que acreditam que o mundo irá acabar ainda em 2015. José Kalupeteka tornou-se líder da seita “A Luz do Mundo” após ser expulso da Igreja Adventista do Sétimo Dia e os seus sermões atraíram três mil seguidores ao encontro da seita no monte Sumi, a 40 quilómetros do Huambo em meados de abril.

As autoridades angolanas acusam Kalupeteka de estar por detrás do assassinato de nove polícias e membros dos serviços secretos às mãos de membros da seita. A resposta policial para deter o líder religioso no local de culto terá resultado num massacre com mais de mil mortos entre os fiéis, acusam por seu lado os deputados da Unita citados pela Deutsche Welle. Uma delegação de deputados do partido tentou deslocar-se ao local, mas foi impedida de lá chegar pelo cordão policial.

Os relatos recolhidos pela Unita falam de perseguição e disparos indiscriminados no local e noutras aldeias. “A própria polícia, na voz do segundo Comandante Geral, diz que houve três horas de fogo intenso, e sabemos que os homens de Kalupeteka não tinham armas… Então quem ficou a disparar durante três horas só podem ter sido aqueles que estavam armados, ou seja, a Polícia de Intervenção Rápida”, diz o líder parlamentar da Unita, Raul Danda.

Também a CASA-CE e o Bloco Democrático reagiram às notícias sobre o evental massacre da seita. O líder da Casa-CE, Abel Chivukuvuku, deslocou-se ao local e o deputado Leonel Gomes denuncia que duas semanas após a repressão ainda “há muita gente que vive das lavras do monte Sumi e não consegue ter acesso ao seu espaço de cultivo porque qualquer movimento na área é recebido a tiro”.

Em declarações publicadas esta terça-feira pelo portal Angonotícias, Leonel Gomes acrescenta que “o mais grave é que a caça às bruxas continua, porque ainda ontem houve matanças no Balombo, na comuna da Catata, região do Ngove, e no Longonjo (Huambo)”. O Secretariado Nacional do Bloco Democrático emitiu um comunicado a 23 de abril, exigindo uma comissão parlamentar de inquérito ao sucedido e condenando o “aproveitamento político” por parte do governo angolano, que acusou “outras forças” de estarem por detrás da seita de Kalupeteca.

O jornalista Rafael Marques também recolheu relatos de várias fontes, incluindo das forças policiais, que indicam que as perseguições e mortes se arrastaram por vários dias após o assalto ao local de culto e que terão provocado desconforto em muitos agentes. Segundo o jornalista angolano, agentes dos serviços de segurança terão feito vistorias aos telemóveis dos polícias para apagar eventuais gravações em vídeo do que se passou.

Num discurso proferido após a repressão policial, o presidente José Eduardo dos Santos afirmou que a seita é uma ameaça à paz nacional e o paradeiro do seu líder, detido pela polícia, continua desconhecido. A especulação sobre o número real de vítimas desta ação policial continua bem viva, devendo-se também à impossibilidade dos jornalistas angolanos terem acesso à região. “O silêncio e a cortina de penumbra em torno do caso contribuem para a especulação”, disse a líder do Sindicato dos Jornalistas à Deutsche Welle.

“Houve muitos jornalistas que vieram ao Huambo. Mas, pelo que sei, nenhum deles conseguiu obter qualquer informação de uma fonte oficial que permitisse destapar este véu que cobre o caso Kalupeteka. É um caso que, por si só, é sinónimo de toda a cobertura mediática e de como andamos”, lamentou Luísa Rogério.

O advogado David Mendes, que representa Rafael Marques e já representou os ativistas Nito Alves, Alves Kamulingue e Isaías Cassule (os dois últimos assassinados por agentes da segurança angolana em 2012), tentou contactar Kalupeteka para lhe garantir a defesa dos crimes de que pode vir a ser acusado. Mas este advogado, que também representa a ONG Mãos Livres, foi impedido de contactar com o líder da seitae os restantes fiéis detidos e de ter acesso ao local onde o massacre terá ocorrido a 16 de abril.

http://www.esquerda.net/artigo/suspeitas-de-massacre-em-grande-escala-no-huambo/36879

05.05.2015 • 16h28
Kalupeteka reaparece no Huambo

Líder religioso foi apresentado à imprensa na cadeia do Cambiote, e aparenta estar bem de saúde.

Por REDE ANGOLA.

O líder da seita Luz no Mundo, Julino Kalupeteka, foi apresentado hoje à imprensa no Huambo, quase vinte dias após o confronto na Cáala entre os seus seguidores e a Polícia Nacional, que, oficialmente, culminou na morte de nove polícias e de treze fiéis – embora a UNITA afirme que ocorreram mais de mil mortes e o líder da Casa-CE, Abel Chivukuvuku, relate ter havido uma “matança grave” no local.
O religioso está preso na cadeia do Cambiote, no Huambo. Nas imagens da TPA, aparenta não ter sofrido ataques à sua integridade física e apresenta-se lúcido, apesar de dizer apenas frases curtas, em resposta a perguntas da imprensa local. “Estou muito bem. Fui bem recebido e bem tratado”, afirma, laconicamente.

A demora na sua apresentação propiciou o surgimento de boatos que davam conta sua morte e de que poderia ter sido levado para um local distante. Os advogados da associação Mãos Livres, que anunciaram a intenção de defender o líder da seita, também disseram que o acesso ao religioso lhes foi negado.
No entanto, Kalupeteka, numa pergunta igualmente dirigida, diz em poucas palavras que não saiu do Huambo. “Sempre estive aqui, permanentemente”.
O caso ainda tem diversos pontos por serem esclarecidos, como o número real de fatalidades e as motivações do confronto.

A UNITA chegou mesmo a pedir uma investigação da ONU sobre o assunto. Ainda esta semana, o Rede Angola, que esteve no local, publica uma reportagem especial sobre o caso.

No lote dos desaparecidos estão quatro irmãos de Albino, um dos quais ferido na sequência dos confrontos, para além de Jambito Lucas (17 anos), familiar de Tomás Rafael e uma senhora que abandonou o esposo e levou consigo os filhos.

A única informação que alguns familiares possuem dá conta que parte dos sobreviventes está em alguns bairros da Comuna do Alto Hama, mas até ao momento, segundo Isabel Wayolela, irmã de Jambito, só um morador no Cacuaco conseguiu comunicarse com a esposa.

Kalupeteka reaparece no Huambo

Sobre Max Rangel

Servo do Eterno, Casado, Pai de 2 filhas, Analista de Sistemas, Fundador e Colunista do site www.religiaopura.com.br.

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