Por: Al Franco
A afirmação feita pela tradição teológica cristã é de que o livro de Apocalipse mostra, não o Senhor Deus como o Alfa e o Ômega, mas a pessoa de Jesus. Isso não é verdade, e um exame minucioso dos textos vai esclarecer que o título Alfa e Ômega é aplicado somente para a pessoa do Pai, o Todo Poderoso mencionado em Apocalipse, o qual sempre é visto distinto do Cordeiro.
Além disso, e devo mencionar aqui no princípio, temos uma adulteração clara foi feita pela versão King James em Apocalipse 1:10-13 com relação ao título Alfa e Ômega e primeiro e último aplicados a Jesus. Como vai ser atestado, revelado e comprovado, esta sequência não deveria estar ali – foi um acréscimo irresponsável!
Quem é o Alfa e o Ômega?
A doutrina da trindade caminhava a passos largos para seu estabelecimento em 323 d.C. no Concílio de Nicéia, que formalmente foi escrito em um corpo de texto conhecido como O Credo de Atanásio. Abraçado pelos reformadores, a doutrina da Trindade usurpou as Escrituras na definição de quem é Deus, e quem é Jesus.
A Trindade afirma que há uma pessoa chamada por Deus Pai, uma pessoa chamada Deus o Filho, e uma pessoa chamada Deus Espírito Santo. Na Trindade, Jesus é visto como um ser incriado assim como o Pai é incriado e o Espírito Santo é incriado.
No quarto século, o que viria a ser a Igreja Católica Oriental, produziu o Credo Niceno-Constantinopolitano, que afirma a plena divindade de Jesus Cristo. Este credo leva o conceito de divindade ao extremo, referindo-se a Jesus Cristo como “Deus verdadeiro”.
Vamos examinar um a um os registros de João em Apocalipse para descobrir se a exigência feita pela interpretação tradicional cristã é mesmo confiável.
Apocalipse 1:8 “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso”.
Apocalipse 1:10-13, “Eu fui arrebatado no Espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, que dizia: Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último; e o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Bergamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia. E virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me, vi sete castiçais de ouro; E no meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do homem”.
Apocalipse 21: 5-7 “E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis. E disse-me mais: Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida. Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho”.
Apocalipse 22: 12-14 “E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro. Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas”.
As coisas nem sempre são o que parecem. Este artigo irá explicar o verdadeiro significado dos versos acima e mostrar como o erro entrou na versão King James das Escrituras, que inseriu os termos “Alfa e Ômega, o primeiro e o último” onde eles não deveriam estar, no contexto de Apocalipse 1:10-13.
Não é de admirar que milhares de cristãos interpretem o “Alfa e Ômega” no livro do Apocalipse como sendo Jesus Cristo o mesmo Deus todo poderoso. Porém, a leitura cuidadosa das passagens não só refuta a afirmação de que Jesus é “totalmente Deus”, mas declara a sua humanidade glorificada como absoluta, e faz uma distinção clara entre ele e o Senhor Deus. Além de acreditar que Jesus é o Alfa e o Ômega de Apocalipse, a maior parte da cristandade crê que Jesus é o criador. Entendem que Alfa é uma designação em grego para o começo. E por causa de sua percepção da palavra Ômega, que é uma designação em grego para o fim de algo, acreditam que Jesus é o Deus eterno.
Muitos argumentam também que as referências a Alfa e Ômega são declarações de Cristo como divindade. Isso não pode ser aplicado como estritamente literal, porque nem Deus nem Cristo são uma letra grega. É inútil procurar literatura judaica e pagã para a fonte de algo que se assemelha a este nome, Alfa e Ômega. Em nenhum outro lugar é uma pessoa, para não falar de uma pessoa divina, chamada Alfa e Ômega. Estudiosos confirmam que a frase é um hebraísmo de uso comum entre os antigos comentaristas judeus para designar o conjunto de qualquer coisa, desde o início até o fim. Não é de admirar que as sequelas do protestantismo católico dentro da teologia cristã pode ser capaz de santificar e divinizar até as letras do alfabeto grego.
O Alfa e o Ômega de Apocalipse 1:8
“Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso”.
Uma observação importante deve ser ressaltada: “Aquele que é, que era, e que há de vir” está “separado” de Jesus,
Apocalipse 1:4, 5 “João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono; E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados”.
Atente agora para os detalhes:
“… da parte daquele que é e que era, e que há de vir… E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos”.
A conjunção “e” é adicionada para fins de separação e distinção. Na frase, a leitura para “Aquele que é, que era e que há de vir”, é claramente feita separando o Senhor Deus da pessoa de “Jesus Cristo, a fiel testemunha, o primogênito dos mortos…”. Esta é a prova de que Jesus e Deus são duas pessoas distintas, mesmo no céu. Note que João descreve o Alfa e o Ômega como “Aquele que é, que era e que há de vir“.
Este ponto se torna mais enfático quando examinamos Apocalipse 1: 8, que é uma ligação direta para Apocalipse 1: 4.
Apocalipse 1: 8 “Eu sou o Alfa e o Ômega”, diz o Senhor Deus”, que é que era e que há de vir, o Todo-Poderoso“.
O parágrafo lê: “… Aquele que é, que era e que há de vir E de Jesus Cristo“. Isso revela claramente que o Alfa e Ômega não é Jesus, mas sim “aquele que é, que era e que há de vir”, ou seja, Deus. Portanto, como foi verificado, a primeira referência para Alfa e Ômega de Apocalipse, tantas vezes ensinada ter sido direcionada ao Senhor Jesus, na verdade, aponta para Deus, o Pai.
O ERRO nas versões da Bíblia King James
A doutrina que aplica as palavras Alfa e Ômega para o Senhor Jesus é um exemplo triste e infeliz de adulteração com a Palavra de Deus. A verdade mostra como a empreitada foi um contrato irresponsável armado por homens para justificar crenças falsas. A frase que diz: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último” de Apocalipse 1:11 não deveria estar ali, pois não se encontra nos textos gregos originais, também não é encontrada em praticamente todos os textos antigos, mas mencionada como uma nota negativa de rodapé em algumas traduções atualizadas.
Abaixo está a versão King James de Apocalipse 1:10-11, seguida por várias outras versões críveis tendo os mesmos dois versos citados nesta discussão. Vamos descobrir que as palavras Alfa e Ômega foram erroneamente adicionadas pela versão do Rei Tiago para fins teológicos, e não de tradução.
“I was in the Spirit on the Lord’s day, and heard behind me a great voice, as of a trumpet, Saying,I am Alpha and Omega, the first and the last: and, What thou seest, write in a book, and send it unto the seven churches which are in Asia; unto Ephesus, and unto Smyrna, and unto Pergamos, and unto Thyatira, and unto Sardis, and unto Philadelphia, and unto Laodicea”.
Uma versão na língua portuguesa baseada na King James cita o versículo nos mesmos termos,
“Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi por detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, dizendo: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último: e, o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia; a Éfeso, a Esmirna, a Pérgamo, e a Tiatira, a Sardes, Filadélfia e Laodicéia” (ACF).
É necessário lembrar que algumas versões anteriores da Almeida causaram confusão ao adicionar as palavras que não ocorrem nos mais antigos e respeitados manuscritos. De fato, a King James Version que provavelmente serviu de referência para algumas versões Almeida, adicionou tais palavras e contribuíram significativamente para aprofundar ainda mais a confusão. Diversas versões cometeram este erro, todavia, muitas admitem como é o caso de uma nota da Versão Literal de Young, que “os mais antigos mss omitem” tais palavras. É reconhecido pelos eruditos que textos Bizantinos posteriores adicionaram tais palavras quando alguns copistas em sua tentativa de identificar Jesus com Deus mudaram o texto original.
Eu vou adicionar aqui alguns comentários bíblicos para confirmar a adulteração vergonhosa da cláusula citada em Apocalipse 1 verso 11:
“Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o ultimo – Esta cláusula inteira está ausente no ABC, em trinta e outros manuscritos; algumas edições, o siríaco, copta, etíope, armênio, eslavo, Vulgata, Arethas, Andreas, e Primasius. Griesbach deixou-a fora do texto”, Clarke’s Commentary on the Bible.
“Eu Sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o ultimo – Os mais antigos manuscritos omitem esta cláusula inteira”, Jamieson-Fausset-Brown, Bible Commentary 11.
“… Com uma ampla evidência, Eu sou o Alfa e Ômega, o primeiro e o ultimo, deve ser omitido”, Pulpit Commentary, verse 11.
Atentem agora para as versões citadas a seguir; todas omitem as expressões Alfa e Ômega:
New American Standard Bible
“I was in the Spirit on the Lord’s day, and I heard behind me a great voice, as of a trumpet, saying, What thou seest, write in a book and send [it] to the seven churches: unto Ephesus, and unto Smyrna, and unto Pergamum, and unto Thyatira, and unto Sardis, and unto Philadelphia, and unto Laodicea”.
English Bible Society
“I was in the Spirit on the Lord’s day, and a great voice at my back, as of a horn, came to my ears, Saying, What you see, put in a book, and send it to the seven churches; to Ephesus and to Smyrna and to Pergamos and to Thyatira and to Sardis and to Philadelphia and to Laodicea”.
Almeida Atualizada
“Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi por detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, dizendo: O que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas: a Éfeso, a Esmirna, e até Pérgamo, e a Tiatira, a Sardes, e até Filadélfia e Laodicéia”.
Revista e Atualizada
“Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta, dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia”.
Almeida Revisada da Imprensa Bíblica
“Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi por detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, que dizia: O que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas: a Éfeso, a Esmirna, a Pérgamo, a Tiatira, a Sardes, a Filadélfia e a Laodicéia”.
Nova Versão Internacional
“No dia do Senhor achei-me no Espírito e ouvi por trás de mim uma voz forte, como de trombeta, que dizia: “Escreva num livro o que você vê e envie a estas sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia”.
Versão Católica
“Num domingo, fui arrebatado em êxtase, e ouvi, por trás de mim, voz forte como de trombeta, que dizia: O que vês, escreve-o num livro e manda-o às sete igrejas: a Éfeso, a Esmirna, a Pérgamo, a Tiatira, a Sardes, a Filadélfia e a Laodicéia”.
Bíblia de Jerusalém versão em Espanhol
“Caí en éxtasis el día del Señor, y oí detrás de mí una gran voz, como de trompeta, que decía: Lo que veas escríbelo en un libro y envíalo a las siete Iglesias: a Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadelfia y Laodicea”.
Darby Bíblia, “… dizendo: O que vês, escreve-o num livro, e envia às sete igrejas”.
De Phillip New Testament, “… dizendo: “Anote em um livro que você vê, e envia às sete igrejas …”.
Douay Rheims Version, “… dizendo: “O que vês, escreve-o num livro, e envia às sete igrejas…”.
Weymouth Novo Testamento, “… disse: “Faça imediatamente em um rolo um relato do que você vê, e enviá-lo às sete igrejas …”
Murdoch Novo Testamento, “… e disse: “O que vês, escreve-o num livro, e envia às sete igrejas … “.
Bíblia de Rotherham, “… dizendo: “O que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete Assembléias …”.
Como vimos, todas as versões citadas omitem as palavras em Apocalipse 1:11, “Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último”. Os melhores manuscritos não têm essa frase, e, portanto, deve a mesma ser omitida de qualquer tradução credível. A KJV também acrescenta “o primeiro e o último” de Apocalipse 1:11 em algumas versões. Em ambos os casos, os tradutores da Bíblia King James estavam seguindo o Textus Receptus. Mais tarde descobertas de manuscritos demonstraram que a cláusula não é original aqui. Para ser justo com os tradutores da KJV talvez deveríamos assumir que estavam apenas cumprindo o Textus Receptus, ou Texto Recebido, que tem centenas, se não milhares de problemas.
Só podemos especular, mas parece que os tradutores da Bíblia King James queriam fazer uma ligação clara entre as frases “Alfa e Ômega” e “o primeiro e o último”. E, qualquer que seja a posição teológica individual dos tradutores no comitê desta versão inglesa, certamente tentaram reforçar a visão de que Cristo era “Deus”. Influências trinitárias sem dúvida desempenharam algum papel, uma vez que a Igreja da Inglaterra defende Jesus Cristo como “Deus Filho” (ou seja – a segunda pessoa da Trindade, um Deus co-igual, junto com a pessoa do Pai e do Espírito Santo). No entanto, há manuscritos suficientemente críveis e ferramentas de estudo disponíveis para uma pessoa encontrar a resposta correta.
Ao longo de seu passado obscuro e sórdido, a Igreja Católica Romana escondeu as Escrituras das massas, e poucas pessoas tinham a paixão, unidade e a coragem de desafiar preconceitos doutrinários. Porém, hoje em dia, as pessoas estão começando a fazer perguntas, pesquisando e encontrando respostas, que para muitos ficaram ocultas na escuridão das trevas por séculos.
Vamos agora examinar Apocalipse 21:5-7 em seu contexto:
“E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras. E disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida. O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho”.
Observe quem disse ser o Alfa e o Ômega: “E aquele que está assentado no trono disse: Eu sou o Alfa e o Ômega“. Além disso, Ele também acrescenta: ” O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho”. Evidente que quem fala aqui não é Jesus.
É necessário observar atentamente quem está falando ser o Alfa e o Ômega neste contexto de Apocalipse. Preste atenção amigo leitor, naquele que está assentado no trono, pois este é o Alfa e o Ômega, o mesmo citado como sendo o Deus de Jesus em Apocalipse 2:7; 3:2,12, que se distingue do Cordeiro em Apocalipse 5:1-7; 5:13; 6:16; 7:10, 15.
Veja que em alguns textos apresentados Jesus chama o Pai de “Meu Deus”. E não esqueça, Ele fala estas palavras quando já estava no céu,
Apocalipse 2:7 “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus”.
Apocalipse 3:2, 12 “Sê vigilante, e confirma os restantes, que estavam para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus… A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome”.
Eu acredito piamente que a cristandade não se deu conta do real significado destas passagens. Observe que Jesus está glorificado, mas continua chamando o Pai de MEU DEUS. Se Ele chama o Pai de meu Deus, Ele não pode ser Deus também. Não existe dois Deus. Veja o que Ele diz em João 17:3: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”.
Paulo reforça as palavras do Senhor Jesus quando declara haver apenas um Deus e não dois:
1 Coríntios 8:6 “Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele”.
Efésios 4:6 “Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós”.
1 Timóteo 2:5 “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem”.
Observe que Paulo continua chamando Jesus de homem. O Senhor subiu ao céu pela morte e ressurreição, não foi transformado em um Deus, mas sim em um homem glorificado, a pedra angular nos propósitos de Deus, o mediador e salvador da humanidade.
O apóstolo dos gentios foi enfático quando afirmou “que a morte veio por um homem, mas também por um homem veio a ressurreição dos mortos“, 1 Cor 15:21. A palavra “também” é significativa, pois faz uma comparação entre dois seres mortais, dois homens, Jesus e Adão.
A posição de Jesus em relação ao Pai não é aquela apresentada pelos trinitarianos e pela ortodoxia cristã, que ele é outro Deus, o Deus filho. Na verdade, Ele é o filho de Deus, o mediador e reconciliador dos pecadores, mas sujeito e submisso ao Pai. Veja o que declara Paulo na profecia do Salmo 110: “Depois virá o fim, quando [O Senhor Jesus] tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas. E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos”, 1 Coríntios 15:24-28.
Por que Paulo disse que “é evidente” que o Filho tem tudo em sujeição, exceto Deus? Eis aqui mais um entendimento óbvio e implícito, que o salmista não mencionou, mas Paulo, para a nossa benção, explicou. Em seguida o Apóstolo afirma que o Filho, este sim, “também se sujeitará” a Deus, para que todos, inclusive o Filho, estejam sujeitos ao Criador do Universo. Não é muito claro que o Filho, embora superior a todos os demais, além de não ser Deus é subserviente a Ele?
Qual a explicação que os trinitarianos dariam para estas passagens? As mesmas explicações vagas de sempre, de que é uma questão de funções organizacionais celestes, e que muitas vezes o termo “Deus” se refere ao “Deus-Pai” na sua função de Pai – a função de quem comanda – extraindo de vários versículos coisas que eles não dizem. Ainda recheiam o “bolo de interpretações” com termos teológicos e filosóficos pouco usados, que impressionam facilmente os leitores desavisados, ou os candidatos a eruditos.
Vamos voltar ao Alfa e o Ômega do versículo em discussão. Foi dito anteriormente que quem está assentado no trono – o qual disse ser o Alfa e o Ômega – é visto separado de Jesus, o Cordeiro. Isso é confirmado com mais algumas passagens interessantes:
Apocalipse 5:7 E veio [Jesus], e tomou o livro da destra do que estava assentado no trono.
Apocalipse 5:13 E ouvi a toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra e glória, e poder para todo o sempre.
Apocalipse 7:10 “E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro”.
Agora leia novamente parte do contexto em estudo e descubra quem é o Alfa e o Ômega. Veja o que diz aquele que está assentado no trono:
“E aquele que está assentado no trono… disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim”, Ap 21:5-7.
Não devemos esquecer que quem está assentado no trono é chamado de “Todo Poderoso”. No entanto, em duas ocorrências da palavra “Todo-Poderoso” em Apocalipse, Jesus é contextualmente – ontológicamente e gramaticalmente – excluído de ser o Todo-Poderoso mencionado. Veja:
Apocalipse 19:15 “E da sua boca [de Jesus] saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso”.
Apocalipse 21:22 “E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro”.
Além de tudo isso, Apocalipse 21: 6, 7 indica que os cristãos que são vencedores devem ser ‘filhos’ daquele conhecido como Alfa e Ômega. Isso nunca é dito sobre o relacionamento dos cristãos com Cristo. Jesus falou sobre os cristãos como seus ‘irmãos’ (Heb 2:11; Mat 12:50; 25:40). Esses ‘irmãos’ de Jesus são referidos como filhos de Deus Pai (Gálatas 3:26; 4: 6).
Portanto, foi mostrado que o segundo texto em Apocalipse apresentando o título de Alfa e Ômega, tantas vezes atribuído a Jesus, foi, na verdade, aplicado ao Pai por Ele mesmo.
Está faltando um, e é para ele que vamos agora…
O Alfa e Ômega em Apocalipse 22:13
Descobrimos, sem sombra de dúvidas – como visto nos argumentos anteriores – que o título Alfa e Ômega foi aplicado ao Pai, não ao filho. Porém, temos aqui em Apocalipse 22:13 novamente o título Alfa e Ômega que, para a Apologética convencional, é a principal prova para derrubar de vez o argumento de seus oponentes com relação à divindade e preexistência de Jesus. Para eles está claro aqui que Jesus é o Alfa e o Ômega.
Na verdade, nós temos duas opções: Os títulos (ou título!) só podem ser aplicados a Jesus com uma condição: se a composição textual for encurtada – e pode ser aplicado ao Pai de forma integral. Porém, há algo sumamente importante que foi ignorado por nossa Ortodoxia. Observe como a composição tradicional do texto está longa, em nada parecida com as outras duas mencionadas no mesmo Livro:
“Eu sou o Alfa e Ômega, princípio e o fim, o primeiro e o último”.
Compare com Apocalipse 1:8: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor…”. E Agora veja Apocalipse 21:6: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim”.
Completamente desnecessário introduzir no texto de Apocalipse 22:13 os três títulos: “Alfa e Ômega, princípio e o fim, o primeiro e o último”. Certamente há algo errado, e nós vamos descobrir onde está esse erro.
Observe três traduções que poderiam mudar todo o curso das discussões. Veja como a Bible in Basic English, a Good News Translation e a Worldwide English apresentam o texto:
“I am the First and the Last, the start and the end”
“Eu sou o primeiro e o último, o princípio e o fim”
Confira aqui as três versões: Bible in Basic English – Good News Translation – Worldwide English
Certamente houve um acréscimo aqui; acréscimo feito por escribas que acreditaram que o texto poderia enfatizar a divindade de Jesus apresentando-o como Deus. E, muitíssimo provavelmente, eles acreditaram que os títulos faziam menção ao filho, o que não é verdade. A referência é ao Pai!
Os erros em Apocalipse 1:11, como visto anteriormente, e Apocalipse 22:13, devem-se à imprecisão do chamado Textus Receptus, o texto grego no qual o Novo Testamento da KJV se baseou. De acordo com Bruce Metzger (em The Text of the New Testament: Its Transmission, Corruption and Restoration, Second Edition, Oxford University Press, 1968), o Textus Receptus foi preparado às pressas e a esmo, e foi baseado principalmente em manuscritos não confiáveis do século XII. Foi obra de um holandês chamado Desiderius Erasmus e foi publicado pela primeira vez em 1516. Embora o que ficou conhecido como Textus Receptus tenha uma precisão inferior ao primeiro Novo Testamento Grego completo, o chamado Novo Testamento Complutense que foi Publicado apenas dois anos antes em 1514, o texto de Erasmus foi comercializado com muito mais eficácia e foi usado como base para todas as principais traduções protestantes nas línguas da Europa até 1881, quando a versão revisada em inglês [RV] foi publicada pela primeira vez.
A tradução do Textus Receptus de Apocalipse 22:13, na qual se baseou a KJ, e da qual foram construídas quase todas as nossas traduções, pode estar em ordem incorreta em relação a tradução grega e não representa exatamente o texto original. E com base nas edições citadas acima temos pelo menos evidências que nos faz suspeitar de que o texto original pode sim ter sido alterado.
Acredito, baseado nos argumentos anteriores em Apocalipse quando o título Alfa e Ômega é aplicado ao Pai, que aqui também podemos colher evidências para provar a mesma tese se considerarmos se as palavras Alfa e Ômega são parte do texto original ou não. Observe que o texto poderia ficar de duas formas: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim”, que é similar as outras duas menções dadas ao Pai em Apocalipse, ou poderia ser, “Eu sou o princípio e o fim, o primeiro e o último”, que também pode ser aplicado a Deus, porém, a frase jamais foi usada em conjunto. Observe também que algo no texto maior parece estar fora de ordem, pois “primeiro e último” foi citado depois de “princípio e fim“: “Eu sou o Alfa e Ômega, princípio e o fim, o primeiro e o último”. Para o hermeneuta atento há uma discrepância aqui. Bastaria que a citação fosse, “Eu sou o Alfa e Ômega, princípio e o fim”.
E apesar de Jesus falar de forma semelhante em Apocalipse 1:18 e 2:8, “… Eu sou o primeiro e o último; E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno”, e “E ao anjo da igreja em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu”, não podemos atribuir a ele o título de Alfa e Ômega. Note que quando Jesus diz “eu sou o primeiro e o último” ele conecta as palavras com a frase, “que foi morto e reviveu”. Você vai descobrir também o significado de ser “primeiro e último” aplicado a Jesus na última seção desse artigo.
Vamos examinar Apocalipse 22:13
Apocalipse 22:12,13 “Eis que venho sem demora. O meu galardão está comigo, para retribuir a cada um segundo a sua obra. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim”.
Preste atenção em todo o contexto de Apocalipse 22:6-21 com alguns comentários adicionados entre colchetes:
Apocalipse 22: 6 “Ele [o anjo mencionado no Apocalipse 21: 9] me disse: “Estas palavras são fiéis e verdadeiras; e o Senhor, o Deus dos santos profetas, enviou o seu anjo, para mostrar aos seus servos as coisas que em breve hão de acontecer“.
Apocalipse 22: 7 [Observe a mudança abrupta; o anjo de repente fala como alguém que vem] “Eis que venho sem demora. Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro. [Muitos afirmam que o que vem é Jesus; no entanto, isso também poderia ser falado de Deus (1 Tess 3:13), o que é mais do que provável, uma vez que o anjo estava apenas se referindo ao Senhor].
Apocalipse 22:8 [Aqui João fala de si mesmo] Eu, João, sou aquele que vi e ouvi estas coisas. Quando eu ouvi e vi, caí em adoração diante dos pés do anjo que me tinha mostrado essas coisas.
Apocalipse 22:9 Ele [o anjo] me disse: Olha, não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus.
Apocalipse 22:10 Ele [o anjo] disse-me: “Não seles as palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo”.
Apocalipse 22:11 Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda.
Apocalipse 22:12 [Abruptamente o anjo começa a citar alguém novamente] Eis que venho sem demora. O meu galardão está comigo, para retribuir a cada um segundo a sua obra. [O Deus de Jesus julga o mundo através de Jesus, e cada um receberá de Deus o louvor – Atos 17:31; Romanos 2:16; 1 Coríntios 4: 5; 2 Timóteo 4: 1; Isaías 40:10].
Apocalipse 22:13 Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o fim.
Compare cuidadosamente o seguinte, especialmente os dois últimos versículos: “Eu caí para adorar aos pés do anjo que me mostrou essas coisas” (22: 8); “Eu, Jesus, enviei meu anjo para testemunhar estas coisas” (22:16); “Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém. Ora vem, Senhor Jesus” (22:20). Que o leitor seja lembrado de quem estava se comunicando com João no capítulo 1, e então pergunte-se quem testemunhou essas coisas a João.
Olhe novamente para Ap 22: 8-16. João é identificado como o orador em 22: 8. O anjo fala no verso 9. Aparentemente, o anjo continua falando no verso 10. O anjo ainda pode estar falando no versículo 11. O anjo continua falando no verso 12. O anjo fala pelo Pai no verso 13. A Bíblia de Jerusalém; a NJB e a tradução de J. Moffatt nos mostram que o anjo falou todas as palavras do versículo 9 até ao versículo 15.
Jesus começa a falar no versículo 16: “Eu, Jesus” – também introduz um novo orador. Isso significa que a declaração anterior (“Eu sou o Alfa e o Ômega”) foi feita por outra pessoa. No caso aqui é o anjo falando pelo Pai. Isso fica claro quando lemos o verso imediatamente anterior, o 12, que diz: “Eis que cedo venho e está comigo a minha recompensa, para retribuir a cada um segundo a sua obra“. É uma réplica exata do verso 6 de Romanos capítulo 2 quando fala do juízo de Deus. Veja: “Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo as suas obras“, Rm 2:5,6.
Aqueles que usam a expressão “Alfa e Ômega” para Jesus se apoiam na frase: “Eu venho em breve/Eis que cedo venho” em Apocalipse 22:20. Em seguida, eles apontam para as mesmas palavras em Apoc 22:12 (“certamente cedo venho”) e afirmam que quem fala que é o Alfa e o Ômega só pode ser o Senhor Jesus.
Porque Deus reina sobre todas as coisas, e é o Senhor da história, Israel viveu na esperança (como os profetas anunciaram) da ‘vinda’ de Deus – seus atos futuros pelos quais ele decisivamente lida com toda a maldade estabelecendo justiça na terra . Veja alguns textos que falam de Deus vindo; o Salmo 96:13 diz, “O Senhor está vindo”, que é uma expressão no VT descrevendo a intervenção do Senhor na história [compare com Sl 18: 9; 96:13; 144: 5; Isa 26:21; 31: 4; 64: 1-3 ].
Quando o anjo falou a Maria: “O Senhor está com você” (Lucas 1:28), ele obviamente não quer dizer que Deus tinha literalmente vindo à terra (compare Juízes 6:7-12). Quando o pai de João Batista disse: “Louvado seja o Senhor, o Deus de Israel, porque ele veio e redimiu o seu povo” (Lucas 1: 66-68) ele quis dizer que Deus estava operando do céu para ajudar a humanidade dos justos. Quando Moisés descreve Deus com ele (Josué 1: 5), significava que Deus, do céu, estava auxiliando-o. Quando Josué disse aos israelitas “Deus está entre vós” (Jos 3:10), ele estava novamente dizendo que Deus estava ajudando-os. E não podemos ignorar um grupo vasto de profecias para os tempos finais que fala de Deus “vindo”. Além disso, quando Deus “vem” a terra, ele vem para operar através de alguma outra pessoa. Quando Moisés voltou ao Egito para ajudar seu povo, Deus “veio” para ajudá-los (através de Moisés). Quando Jesus veio à terra para ajudar a humanidade, Deus “veio” (através de Jesus). E quando Jesus “retornar” do céu, Deus “vem!”
Assim, se Jesus “em breve” vem para fazer a vontade de Deus, então, pelo mesmo ato, Deus vai “vir” também (não literalmente, mas através de Jesus).
Leia agora novamente Apocalipse 1: 8 e Apocalipse 1: 4, 5 que vai ficar mais claro para você:
“Eu sou o Alfa e o Ômega”, diz o Senhor Deus, que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso”
Sabemos que este é o Pai falando como vimos nos comentários na primeira parte desse estudo. Somente Ele é chamado Senhor Deus e Todo-Poderoso na Sagrada Escritura. Observe que o Pai neste versículo é descrito como alguém que está para vir:
“Graça e paz da parte daquele que é, que era e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono, e de Jesus Cristo, a testemunha fiel …” (1: 4, 5).
Portanto, no sentido que Deus “vai vir”, deve ser como descrito acima: Deus “vir” através de seu filho, mas eles ainda são duas pessoas distintas!
Portanto, podemos ver facilmente que não há razão para dizer que o título Alfa e Ômega de Apocalipse 22:13 foi dirigido a pessoa de Jesus. E a maior evidência para tal é exatamente o versículo imediato. Leia Apocalipse 22:14 [Isto é o anjo falando] Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar pelas portas na cidade. É uma terceira pessoa falando – Deus não diria: “Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos“.
O capítulo segue dizendo:
Apocalipse 22:15 Ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os homicidas, os idólatras, e todo aquele que ama e pratica a mentira.
Apocalipse 22:16 [Agora entra Jesus:] Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas a favor das igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi; a Resplandecente Estrela da Manhã“.
Apocalipse 22:17 Vem!’ O Espírito e a noiva dizem: Aquele que ouve, diga: Vem! E quem tem sede, venha. E quem quiser, receba de graça a água da vida.
Apocalipse 22:18 Eu testifico a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus lhe acrescentará as pragas que estão escritas neste livro.
Apocalipse 22:19 Se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão escritas neste livro.
Apocalipse 22:20 [João escreve] Ele [Jesus] que dá testemunho destas coisas diz: “Sim, eu venho“, Amém! [João responde] Vem, Senhor Jesus.
Apocalipse 22:21 A graça do Senhor Jesus esteja com todos os santos. Amém”.
Um detalhe importante a ser notado está registrado nos versículos oito e nove. Quando João cai aos pés do anjo para adorá-lo, este diz: “Não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus“. João ficou tão maravilhado que se ajoelhou diante do poderoso anjo. É a segunda vez que ele comete o mesmo erro, e a segunda vez que lhe chamam a atenção (Ap 19:10). Esta é uma prova conclusiva de que realmente temos um anjo falando pelo Senhor Deus Todo Poderoso, alguem subserviente ao Senhor admoestando o apóstolo João a “adoração a Deus”, assim como ele faz. Veja: “Não faças tal… adora a Deus”.
Portanto, não há evidência alguma de que a frase “o Alfa e o Ômega” refere-se ao Messias – na verdade, o oposto é evidente quando examinamos cuidadosamente as ocorrências desta frase em todo o livro do Apocalipse.
O Primeiro e o Último
Em Isaías 41:4; 44:6; 48:12 encontramos as palavras “primeiro e último”, que expressam a soberania do Senhor apresentado-o como único Deus. No entanto, a ortodoxia cristã entende que primeiro e último neste contexto deve significar eternidade para trás e para frente no tempo. Na verdade, o profeta reforça nestas expressões o domínio do Deus Todo-Poderoso, o “primeiro e último” em força (Divindade), apresentando o Pai como a fonte de todo o poder, algo que os falsos deuses das nações não podem reclamar. Observe as palavras em 44:6, 8: “Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus… Eu não conheço nenhum”.
Compare esta sentença com os textos a seguir: “Por isso hoje saberás, e refletirás no teu coração, que só o Senhor é Deus, em cima no céu e em baixo na terra; nenhum outro há”, Deuteronômio 4:39.
“Portanto, grandioso és, ó Senhor Deus, porque não há semelhante a ti, e não há outro Deus senão tu só, segundo tudo o que temos ouvido com os nossos ouvidos”, 2 Samuel 7:22.
“Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, e meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá”, Isaías 43:10.
No último livro da Bíblia descobrimos a expressão “primeiro e último”. Pelo menos duas vezes ela é aplicada a Jesus, em Apocalipse 1:17 e Apocalipse 2: 8. A frase aparece também em Apocalipse 22:13, onde o Senhor a aplica para si mesmo.
Erroneamente a ortodoxia popular prefere ler as expressões primeiro e ultimo de Isaías e Apocalipse, como “eterno”, embora não haja nada nas referências citadas para justificar este significado. Assim, e irresponsavelmente, surgiu uma reivindicação que foi transformada em constituição pela teologia cristã tradicional, de que o livro de Apocalipse mostra, não só o Pai, como o primeiro e ultimo e o alfa e Ômega – com conotação de eternidade, mas também o Filho, o Senhor Jesus. Além disso, de acordo com muitos, a frase “o primeiro e o último”, aplicados a Jesus em Apocalipse 1:17 e 2:8 oferece prova de que Jesus é o Senhor Deus, uma vez que o Pai fala de si mesmo como primeiro e último sugere que Jesus é o Senhor do Antigo Testamento e, portanto, pré-existente de acordo com o ensino da envelhecida ortodoxia cristã apoiada pelo trinitarismo e o catolicismo romano.
O primeiro e o último, que foi morto e reviveu
Apocalipse 1:17, 18 “E eu, quando vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último; e o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno”.
Apocalipse 2:8 “E ao anjo da Igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto e reviveu”.
Observem que os termos primeiro e último estão associados às palavras “o que vivo e fui morto, mas estou vivo para sempre”, e, “que foi morto e reviveu”. Vamos saber depois porque.
O ponto que deve ser observado, insisto, é que a cristologia popular vê na frase “o primeiro e o último” de Apocalipse 1:18 e 2:8 um Jesus preexistente, como sendo ele o próprio Deus, dando-lhe o significado de eterno, sugerindo que Jesus existe fora de todos os tempos, ou que ele sempre existiu a partir da eternidade passada infinita com uma existência contínua ininterrupta para o futuro infinito. Esse ponto de vista sugere que Jesus, enquanto aqui viveu, era uma coisa do outro mundo, alguém que tinha um poder incomum, que flutuava pelo espaço infinito indo para trás e para frente no tempo, movendo-se entre o passado, presente e futuro: Um verdadeiro Deus! Está aí, presado leitor, uma extraordinária maneira de negar que ele não veio em carne. Isto é um perigo mortífero, pois insinua que o Messias jamais morreu.
A conclusão das Escrituras não seria de que Jesus é o Senhor Todo-Poderoso, mas que tanto Jesus como Deus são, de alguma forma, respectivamente, o primeiro e o último. No entanto, muitos têm afirmado que só pode haver um primeiro e último, e, assim, entendem que esta frase mostra que a pessoa que está falando em Apocalipse 2:8 é o Senhor, o Altíssimo. Seu raciocínio é que, quando o uso semelhante de palavras se aplica para Jesus e Deus, deve significar que Eles não tem começo e nem fim – são ambos eterno passado e futuro eterno. Assim, entendem que as palavras tem o mesmo sentido quando aplicadas a Jesus, e, portanto, eles concluem que Jesus é o Senhor Deus.
Quando questionados sobre como o Eterno, que é de eternidade a eternidade, morreu, a ortodoxia cristã fica em apuros. Como poderia um ser eterno morrer? E é aqui que começam os tropeços nos argumentos, dando a luz àquela velha fábula trinitariana: “quem morreu foi a natureza humana de Jesus e não a divina”. Isto se torna um desastre para aqueles que não separam Jesus de Deus, afirmando serem eles uma só pessoa, literalmente, insinuando ter sido o Messias um ser eterno, que mesmo estando na sepultura, continuava vivo.
Observe aqui a realidade dos contextos: “… Eu sou o primeiro e o ultimo; e o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre”, Ap 1:18.
“… Isto diz o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu”, Ap 2:8.
Obviamente, O Deus eterno, que é Espírito, nunca iria dizer: “Eu estava morto“. Deus é imortal e Ele não pode morrer; portanto, em Apocalipse 1:18 a referência aponta para o filho do homem glorificado: “Eu sou aquele que vive, e foi morto, e eis que estou vivo para sempre“.
A proposta da maioria na cristologia convencional é irritante, pois sugere que Jesus morreu, mas uma parte dele ficou viva em outro lugar. No entanto, deve-se observar que há um contraste entre o seu ser morto com estar vivo para todo o sempre, como atesta o verso acima, o que esclarece que ele morreu mesmo. Quando Jesus diz que ele estava “morto” é traduzida da palavra grega, “Nekros”, que significa “um cadáver”. A nossa palavra “necrotério” é derivado de Nekros. Jesus diz em Apocalipse: “Eu era um cadáver”. Ele não diz apenas que estava morto, mas acrescenta ênfase à morte. Deus é imortal, e, portanto, Jesus não pode ser chamado de Deus. As Escrituras que provam que Deus não pode morrer são as seguintes:
“Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o sempre. Amém”, 1 Timóteo 1:17.
“Aquele que é o bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores; o único que possui a imortalidade e habita em luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver. A ele seja honra e poder eterno! Amém”, 1 Timóteo 6: 15-16.
Porém, lamentavelmente, a alegação de que Jesus foi 100% Deus Todo-Poderoso e ao mesmo tempo 100% ser humano, quando aqui andou, tornou-se uma constituição dentro da teologia protestante e católica romana. Muitos se referem a esta suposição como a “dupla natureza” ou “união hipostática” de Jesus. Ou seja, ele era humano, mas uma parte dele era eterna, a divina que nunca morreu. Assim, a fim de aplicar essa hipótese ao Apocalipse, o trinitário ou qualquer um que acredita nas alegadas “naturezas duais” de Cristo, tem de dividir a sentença em duas partes, de modo a aplicar a frase “o primeiro e o último” à ideia de Jesus como Deus. Em seguida, a última parte da frase, “que estava morto”, eles teriam que reclamar que se aplica apenas à “natureza” humana de Jesus, concluindo assim que somente esta natureza, a humana, foi que morreu. Isso tudo gera a tese absurda e cômica de que “o primeiro e o último” não morreu. Em outras palavras: Jesus morreu, mas uma parte dele, a divina, continuou viva em algum lugar entre o céu e a terra.
Está aí, amigo leitor, a proposta mais nociva e destruidora já apresentada contra o sacrifício do Senhor Jesus, que faz da sua morte no madeiro uma verdadeira farsa. E acreditem, pode até ser que a ortodoxia cristã, envenenada pelo trinitarismo e o catolicismo romano, nem tenha percebido o absurdo proposto. E repito: em Apocalipse 2:8, Jesus disse: “O primeiro e o último, que foi morto”. Ele declara que “o primeiro e o último” esteve morto. Ele não disse, como a ortodoxia cristã parece ter dito: “Eu sou o primeiro e o último que não morreu, mas que como um ser humano, fui morto”. Portanto, qualquer que tenha uma visão dualista para este versículo, na verdade, acaba negando o que Jesus disse, que o “primeiro e ultimo esteve morto”.
O Significado de primeiro e último para Cristo
“E eu, quando vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último”, Apoc 1:17.
Para os defensores da preexistência do Filho de Deus aqui está a principal evidência a favor de suas argumentações: “Jesus já existia desde tempos eternos”. Declaram que a palavra “primeiro” deve significar “princípio”. Portanto, para eles, Jesus existe desde o princípio. O problema é que essa linha de interpretação parece não ter entendido perfeitamente o verso 18, que declara,
“… E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno”.
Qual seria, então, neste contexto, o sentido exato de ser o primeiro e o último? Perguntando de outra forma: Quem morreu na cruz? Isso parece escapar à atenção dos muitos dedicados a doutrina da “pré-existência”, que, se Jesus era o “filho eterno” ou “o Filho de Deus, Ele não poderia ter sido a semente prometida a Abraão, Isaque e Jacó, semente esta, como disse Paulo, que se tornou o mediador entre Deus e o homem (1 Tm. 2:5). Se, de fato, Jesus era o Filho de Deus, uma parte da “Divindade”, ou o “Filho eterno”, Ele não poderia ter se tornado um mediador entre Deus e o homem, como atesta as Escrituras.
O Senhor Jesus é descrito no Apocalipse como “o primogênito dentre os mortos” (Ap . 1:5), e isto é confirmado pelo próprio, quando ele instrui João a escrever, “Eu sou aquele que vive e fui morto” (Apoc 1: 18). A sentença continua, ou seja, o verso 18 completa o sentido do contexto, enfatizando de forma brilhante a vitória do Senhor sobre as hostes malignas, lhe dando o poderio sobre tudo e todos, “… E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno”. Isso também significa ser o primeiro e o último, como veremos com mais detalhes nos comentários que se seguem. Aqui também temos uma revelação valiosa, pois se atentarmos para a palavra do verso 17, descobrimos que o Senhor tranquiliza João diante da visão deixando explícito ser dele o poder de abrir e fechar, e, portanto, demonstrando que ele tem a primazia. A nenhum outro homem será jamais dada tal autoridade, pois há apenas um mediador entre Deus e os homens: Jesus, o primeiro e o último, ninguém mais.
Há outra palavra interessante que o Senhor nos deixa de uma forma positiva neste contexto, e João a registrou como segue: “Eu sou a Raiz e a Geração de Davi”, Apoc 22:16. Poderia haver algo mais definitivo? As Escrituras provam que a pessoa a direita do Pai é de fato Jesus de Nazaré, que tinha morrido e que era um descendente do rei Davi, que ele não poderia ter sido pré-existente se sua raiz começava em Davi. E quando Miquéias 5: 2 diz do Messias: “Ó Belém …, de ti sairá [o Messias]”, só pode significar que, na sua existência única e terrena, ele se originou em Belém!
Detalhes importantes também encontramos nas palavras de Lucas em 1:32, e que podem causar danos irreparáveis para a doutrina da pré-existência do Messias como o “Filho eterno”, ou mesmo, “Deus Filho”. Observe que a pessoa a nascer de Maria era o Messias prometido, e era para ser chamado Filho do Altíssimo, e que Ele estava para reinar sobre o trono de seu pai, Davi: ”Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi“. Esse versículo mostra que Jesus de Nazaré passaria a ser chamado Filho do Altíssimo. Se Jesus tivesse sido o “Filho eterno”, ou “Deus Filho”, a natureza profética desta passagem estaria totalmente destruída.
Na verdade, o contexto que fala de Jesus como o “primeiro e o último”, mostra ele sendo levantado para a vida eterna pelo Senhor Deus e Pai. Assim, ele é chamado de o “primogênito dos mortos” (Colossenses 1:18). De qualquer maneira, parece haver aqui uma conexão entre suas declarações que ele se tornou morto e agora está vivo para todo o sempre.
Um detalhe importantíssimo que deve ser observado é porque as palavras “Eu sou o primeiro e o último” são seguidas pela sentença “Que foi morto e reviveu”. A adição feita por Jesus completa o sentido da mensagem transmitida. Nos dois versículos inspirados Jesus declara ser ele o primeiro e o último, mas acrescenta porque: que foi morto e reviveu.
Jesus não está dizendo que ele é preexistente quando usa a sentença nas duas passagens, e muito menos declara ter sido ele o criador. Também não devemos entender o primeiro e o último aplicados a Jesus em Apocalipse da mesma maneira que foi contextualizado por Isaías, quando declara sobre Deus em em 44:6, 8: “Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus… Eu não conheço nenhum”.
O profeta reforça nestas expressões o domínio do Deus Todo-Poderoso, o “primeiro e último” em força (divindade), apresentando o Pai como a fonte de todo o poder, algo que os falsos deuses das nações não podem reclamar.
Compare com os textos que seguem: “Por isso hoje saberás, e refletirás no teu coração, que só o Senhor é Deus, em cima no céu e em baixo na terra; nenhum outro há”, Deuteronômio 4:39.
“Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, e meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá”, Isaías 43:10.
Em ambos os casos em que os termos “primeiro” e “último” são usados sobre Jesus, também sua morte e vida eterna são mencionados no contexto, Ap 1:17, 18 e 2:8. Jesus foi o primeiro a quem Deus deu à luz diretamente da morte por meio de seu Espírito Santo para nunca mais morrer de novo, Atos 2:24, 32, 26; 3:15; 4:10; 10:40; 13:30, 33, 37; 17:31; Romanos 4:24; 8:11; 10: 9; 1 Coríntios 6: 14; 15:15; Gálatas 1: 1; Colossenses 2:11, 12; 1 Tessalonicenses 1:9, 10; 1 Pedro 1:21; 3:18.
Todos os cristãos, que estiverem nos túmulos, Deus os trará a vida por meio de Jesus no ultimo dia: João 5:21, 22, 25, 27,28, 29; 6:39, 40, 44,54; 11:24; Atos 10:42; 17:31; Romanos 2:16, o que faz do Senhor Jesus o primeiro, ou seja, o primogênito de entre os mortos, sendo que nunca haverá outro que será o primogênito dentre os mortais, Col 1:18; Ap 1:5. Paulo diz em 1 Coríntios 15:20 que Cristo “foi feito as primícias dos que dormem”. Com efeito, uma vez que, no contexto, Jesus descreve a si mesmo como o primogênito dos mortos, podemos fazer aqui um paralelo como sendo ele “o primeiro e o último”, que após sua exaltação, reconciliou, justificou e salvou. Desta forma Jesus é designado como primeiro e ultimo, o que faz uma distinta aplicação nos termos para ele em relação ao Deus Todo-Poderoso. Ele é chamado de primeiro e ultimo, não porque ele é o Pai, mas, no contexto sempre tem a ver com sua morte e ressurreição, em oposição à nunca ter um começo e nem fim, sendo eterno passado e futuro eterno.
Deus não pode ser o primogênito dentre os mortos porque ele simplesmente não pode morrer, não pode ser trazido de volta à vida novamente depois da morte porque ele é imortal. Por outro lado o Senhor Jesus disse: “Eu estive morto”. Jesus não disse que apenas uma parte dele morreu. Apocalipse 1: 17,18 atesta: ”… Eu sou o primeiro e o último; E o que vivo e fui morto”, o que pode ser extremamente embaraçoso para a ortodoxia tradicional a qual propõe que Jesus sempre esteve na condição de eterno enquanto estava no túmulo. Se Jesus não morreu realmente na cruz então seu sacrifício foi uma farsa e nós permanecemos no nosso pecado, o que faz do Espírito Santo um mentiroso, pois ele inspirou Paulo a registrar que nosso velho homem foi com Cristo crucificado e morto (Romanos 6:6-8). O corpo de Cristo é aquele em que nos é dado a vida, ele é o início e o fim da nova criação nos decretos de Deus.
E aqui temos a principal evidência de que a adulteração de Apocalipse 1:10-13 na King James, acrescentando as palavras “Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último”, não é ilusão ou engano, mas um fato.
Como foi visto anteriormente, os dois textos inspirados em discussão neste tópico, imediatamente após a expressão “primeiro e último”, são acompanhados das palavras “e o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre” (Ap 1:18) e, “que foi morto, e reviveu” (Ap 2:8). Essa composição contextual nos deixa um tesouro de valor inestimável, que é a revelação do porque o Senhor Jesus foi chamado de primeiro e último.Primeiro e último neste contexto está ligado a sua morte, ressurreição e exaltação
Vamos observar que a passagem adulterada não nos possibilita visualizar a intenção de todo o contexto circundante, mas tenta transformar Jesus no Deus Todo Poderoso apenas para satisfazer interesses trinitários e ortodoxos, furtando o real significado de sua conquista sobre a morte que culmina na sua ressurreição, exaltação e glorificação. Assim, o contexto inspirado nos permite aplicar os termos primeiro e último em referência à vida incessante que ele recebeu depois de ter sido o primeiro ressuscitado, obtendo exclusividade como herdeiro e salvador do mundo. Por isso quando o Senhor Jesus foi levantado da morte para a glória, Ele foi o início de uma nova criação – Apocalipse 3:14, “E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus”. Colossenses 1:15 diz que ele “é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação“ (Veja o artigo sobre Colossenses 1:16-19 clicando aqui: TUDO foi criado por Ele).
Cristo é o primeiro e o último, porque ele é o Autor e Consumador da fé, A Pedra angular, o homem por quem Deus julgará o mundo, e criador das novas eras vindouras (ver Heb. 1:10). Nele consiste Colossenses 1:17, “Ele é antes(superior a) de todas as coisas, e nele tudo subsiste”. Então, ele é o começo e o fim da nova criação de Deus, pois ele consumou a obra de redenção tendo completado tudo a nosso favor, nos fazendo assentar nos lugares celestiais, transferindo-nos do reino das trevas para o reino da luz (Ef 2:6; Col 1:13). A ele foi concedida uma imortalidade interminável e o poder de dar vida à humanidade pelo próprio doador da vida e sustentador, que é o Pai. Seu corpo foi levantado do túmulo para sempre, e, literalmente, o seu “outro” corpo, que é o de cristãos, também se levantará (1 Cor. 12:27 compare com Ef 2:6).
A Deus toda Glória
Fonte: site A Humanidade de Jesus
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