O que Michelson Borges e o astrônomo jesuíta do Papa têm em comum?

Embora finjam crer e aceitar toda a Bíblia, indivíduos suspeitos de serem agentes do Vaticano, infiltrados pelos jesuítas, primeiro na Igreja Adventista do Sétimo Dia e depois em outras denominações (segundo informação do ex-jesuíta Alberto Rivera), podem ser identificados pelas idéias antibíblicas que costumam defender. Entre elas, o ensino satânico da adoração à Santíssima Trindade e, mais recentemente, o combate à literalidade plena do relato da Criação em Gênesis 1.

Michelson Borges, por exemplo, defende apenas a literalidade dos sete dias mencionados no relato de Gênesis 1 e pára por aí. Porque para ele e outros instrumentos do inimigo para promoção do descrédito na Bíblia, não teria havido, de fato, uma criação em sete dias literais de 24 horas, mas apenas o que chamam de “terra-formação”.

Creem que houve uma grande explosão criativa há bilhões de anos e então Deus teria deixado a Terra, sem forma e vazia, por um intervalo imenso de tempo e só depois decidiu organizá-la nos tais sete dias. Ora, se em Gênesis 1 não temos a plena verdade revelada, melhor rasgar e descrer de toda a Bíblia.

Michelson Borges e sua equipe de colaboradores ensinam que, embora a Bíblia diga que a luz foi criada no primeiro dia, o sol já existia e o planeta Terra já girava ao redor dele há bilhões de anos. No quarto dia, Deus apenas retirou nuvens e gases que impediam que o Sol fosse visto da Terra.

E enquanto o salmista inspirado afirma que os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de Suas mãos, Michelson Borges defende que os céus nos enganam quanto à localização da habitação de Deus e a abóbada do firmamento é apenas uma ilusão de ótica do observador.

Para gente como Michelson Borges, a Bíblia só interpreta a si mesma, quando a Ciência não tiver nada a dizer. Caso contrário, o texto bíblico deve ser desconsiderado e a posição da Ciência é que deve ser aceita como verdade.

Em vez de ensinar que Deus se revela pela Bíblia e pela Natureza, a qual podemos observar com os sentidos que o Criador nos proporcionou, Michelson e seus seguidores pregam que Deus se revela pela Bíblia e pela Ciência, colocando teorias e hipóteses científicas em pé de igualdade com a Revelação.

Dizendo-se adventistas, esperam não pela volta de Cristo, mas pelas voltas de Cristo ao redor de uma bola molhada giratória, que roda sobre si mesma e ao redor de uma das 400 bilhões de estrelas da Via Láctea, enquanto esta também supostamente se desloca na periferia da galáxia, ao redor de outras galáxias.

Se dependesse da cosmologia que Michelson Borges e outros infiltrados defendem, Jesus Cristo nunca voltaria sobre as nuvens com Seus anjos e nossas orações jamais seriam ouvidas e atendidas, ainda que o Universo deles seja mantido por três deuses, co-iguais, co-eternos e co-substanciais.

Michelson Borges e a cartilha jesuíta

Em parte, Michelson Borges segue a cartilha do astrônomo do Papa, identificado como “irmão Guy J. Consolmagno”, cientista e religioso jesuíta, diretor do Observatório do Vaticano e presidente da Fundação do Observatório do Vaticano.

Consolmagno frequentou a Escola Secundária Jesuíta da Universidade de Detroit antes de obter seus títulos de SB (1974) e SM (1975) no Massachusetts Institute of Technology e seu Ph.D. (1978) no Laboratório Lunar e Planetário da Universidade do Arizona, todos em ciência planetária.

Após pesquisa de pós-doutorado e ensino no Harvard College Observatory e no MIT, em 1983 ele se juntou ao Corpo de Paz dos EUA para servir no Quênia por dois anos, ensinando astronomia e física. Após seu retorno, ele assumiu um cargo de professor assistente no Lafayette College em Easton, Pensilvânia.

Em 1989, entrou na Companhia de Jesus, e fez votos como um irmão em 1991. Ao entrar na Ordem, foi designado como astrônomo do Observatório do Vaticano, onde também serve como curador da coleção de Meteoritos do Vaticano, posição que ocupa desde então. Conhecido como “o astrônomo do Papa”, ele foi nomeado pelo Papa Francisco para ser o diretor do Observatório do Vaticano em setembro de 2015.

Além de continuar trabalhando profissionalmente na ciência planetária, também estudou filosofia e teologia. Sua pesquisa está centrada nas conexões entre meteoritos e asteróides e na origem e evolução de pequenos corpos no sistema solar. Em 1996, ele participou da Antarctic Search for Meteorites, ANSMET, onde descobriu uma série de meteoritos nos campos de gelo da Antártida. Um asteróide foi nomeado em sua homenagem pela União Astronômica Internacional, IAU, em 2000: “4597 Consolmagno”.

Como Michelson Borges, Guy J. Consolmagno acredita na necessidade de que a ciência e a religião trabalhem lado a lado, e não como ideologias concorrentes.

Consolmagno e a Cosmologia da Terra plana

Michelson Borges segue, inclusive, a argumentação da cartilha de Consolmagno ao condenar a crença na literalidade do texto bíblico quanto ao modelo plano da terra, coberta por um domo sólido, segundo Gênesis 1.

Neste excerto do livro “Would You Baptize an Extraterrestrial?: …and Other Questions from the Astronomers’ In-box at the Vatican Observatory” escrito com o padre jesuíta Paul Muller (Crown Publishing Group, 2014), Consolmagno argumenta:

“Note, a única a parte ‘científica’ do Gênesis é sua descrição da Criação do universo — que foi aplainada por entendimentos científicos posteriores de como o mundo funciona. A questão de por que o mundo foi feito é tratada também em Gênesis como em qualquer outro lugar.

“De fato, a história da cosmologia, nossa tentativa de criar uma imagem do universo e de como ele funciona e de onde veio, envolve uma reviravolta cômica após a outra. Quanto mais aprendemos, mais percebemos quão ridículas eram nossas tentativas anteriores. No entanto, toda cosmologia sempre começa com deduções perfeitamente lógicas de observar o mundo ao nosso redor.

“Afinal, a “cosmologia” do Gênesis é apenas uma extrapolação óbvia do que as pessoas poderiam observar por si mesmas. Gênesis, capítulo 1, descreve uma Terra plana, com uma cúpula no alto. Isso é o que você vê quando anda ao ar livre. É isso que as pinturas deste museu mostram. Olhe, aqui, nesta pintura de um campo na época da colheita.

“Esqueça o trigo; olhe para o horizonte. Quando um pintor como Monet pinta um horizonte, é — bem horizontal. E observe o céu atrás das pilhas. Esse céu não está apenas acima de nossas cabeças; Ele se ergue do horizonte, como o lado de uma cúpula.

“De fato, toda vez que eu olho para as estrelas em um céu bom e escuro (o que é muito raro hoje em dia), embora eu saiba em minha mente que todas as estrelas são sóis em toda uma gama de diferentes distâncias da Terra, ainda me parece que são pontos de luz em uma cúpula sólida que se projeta sobre minha cabeça. Isso não é revelação divina; essa é uma observação simples. …Nenhum misticismo aqui; estas eram apenas observações óbvias da natureza.

“Essa foi a melhor ciência de sua época, quando os babilônios inventaram a astronomia. Essa é a ciência que foi presumida pelo escritor de Gênesis, a melhor ciência do dia: os sete dias da semana, o sopro do vento em um caos inicial de água, a separação de um mundo plano sob uma cúpula, com água acima e abaixo dessa cúpula, para explicar por que a água cai sobre você do céu e depois para onde a água vai quando desaparece no solo.

“A novidade em Gênesis não era a forma do universo: todo mundo sabia disso; eles podiam ver isso por si mesmos. O que era novo em Gênesis era a ideia de que o universo foi criado deliberadamente, de forma ordenada, por um Deus que existiu distinto daquele universo, já lá antes mesmo de seu começo.” Michelson Borges, com certeza, assinaria embaixo das palavras do mestre jesuíta contra a doutrina bíblica da terra plana acima da qual está o trono de Deus.

Guy J. Consolmagno e o “Criacionismo” de Michelson Borges

Consolmagno combate, porém, toda a crença na literalidade do relato bíblico da Criação. Em 2006, ele disse: “A religião precisa da ciência para mantê-la longe da superstição e mantê-la próxima da realidade, para protegê-la do criacionismo, que no final das contas é uma espécie de paganismo — está transformando Deus em um deus da natureza.”

Esse posicionamento do astrônomo do Papa foi noticiado, sob a manchete: “O criacionismo descartado como ‘um tipo de paganismo’ pelo astrônomo do Vaticano”, e reproduzimos todo o texto abaixo:

“Acreditar que Deus criou o universo em seis dias é uma forma de paganismo supersticioso, afirmou o astrônomo vaticano Guy Consolmagno.

“O irmão Consolmagno, que trabalha em um observatório do Vaticano no Arizona e como curador da coleção de meteoritos do Vaticano na Itália, disse que um ‘mito destrutivo’ havia se desenvolvido na sociedade moderna, segundo o qual religião e ciência eram ideologias concorrentes.

“Ele descreveu o criacionismo, cujos defensores querem que seja ensinado nas escolas ao lado da evolução, como um ‘tipo de paganismo’ porque remontava aos dias de ‘deuses da natureza’ que eram responsáveis ​​por eventos naturais.

“O irmão Consolmagno argumentou que o Deus cristão era sobrenatural, uma crença que levou o clero no passado a envolver-se na ciência para buscar razões naturais para fenômenos como trovões e relâmpagos, que antes eram atribuídos a deuses vingativos. ‘Conhecimento é perigoso, mas ignorância também é. É por isso que ciência e religião precisam conversar entre si’, disse ele.

“‘A religião precisa da ciência para mantê-la longe da superstição e mantê-la perto da realidade, protegê-la do criacionismo, que no final das contas é um tipo de paganismo — está transformando Deus em um deus da natureza. E a ciência precisa da religião para para ter uma consciência, para saber que, só porque algo é possível, pode não ser uma boa coisa para fazer.’

O irmão Consolmagno, que deveria dar um discurso no Centro de Ciências de Glasgow na noite passada, intitulado ‘Por que o papa tem um astrônomo’, disse que a ideia da infalibilidade papal foi um ‘desastre de relações públicas’. O que realmente significava era que, em questões de fé, os seguidores deveriam aceitar que ‘alguém tem que ser o chefe, a autoridade final.’

“‘Não é como se ele tivesse um poder mágico, que Deus sussurra a verdade em seu ouvido’, disse ele.”

Fonte: https://www.scotsman.com/news/world/creationism-dismissed-as-a-kind-of-paganism-by-vatican-s-astronomer-1-1116595

Se nega a cosmologia bíblica, logo negará o sábado…

Quem nega a cosmologia bíblica da terra plana e outros detalhes do relato da criação em Gênesis 1, como faz Michelson Borges, para ser coerente deverá também rejeitar a crença em seis dias literais e na santidade do sábado, o que, segundo Guy J. Consolmagno no livro “Would You Baptize an Extraterrestrial?: …and Other Questions from the Astronomers’ In-box at the Vatican Observatory” é uma expressão do fundamentalismo característico dos protestantes:

“Tentar usar a ‘ciência’ para provar a existência de Deus tem o efeito de tornar a ciência uma autoridade maior do que a religião — ela dá à ciência a última palavra sobre a fé. Uma coisa é dizer que a beleza complexa da natureza reflete a glória do Criador e se deleita no design que vemos lá; que a razão pela qual fazemos ciência é a glória na verdade e o supremo Autor da verdade.

“Isso é boa religião. Entretanto, reduzir Deus a simplesmente outra força da natureza ao lado do eletromagnetismo ou da gravidade, como a razão imediata de que algo acontece, é má teologia e má filosofia.

“As pessoas que tentam fazer isso geralmente tentam resgatar uma leitura literal do Gênesis. É fundamentalismo vestido de ciência. E dentro dos círculos católicos, não há nada de tradicional nesse tipo de fundamentalismo. É um desenvolvimento novo e peculiarmente moderno de fora da tradição católica.

“Como vimos com Agostinho, os teólogos antigos e medievais estavam acostumados a interpretar a Bíblia em muitos níveis, tanto literais quanto figurativos. Mas a Reforma Protestante, com sua ênfase na ‘Palavra’, somente a Escritura, teve o efeito de achatar (eles diriam purificar) a interpretação bíblica apenas para o significado literal.

“O movimento protestante do século XVIII, chamado Grande Despertar, cimentou essa interpretação nas igrejas evangélicas. Assim, o literalismo bíblico é essencialmente uma ideia protestante. Apenas começou a infectar alguns católicos (ignorantes da nossa história e teologia) nos últimos quarenta anos.

“Mesmo na década de 1950, quando eu estava sendo educado, as freiras que me ensinaram não tiveram nenhum problema com a ciência moderna. Nem a Igreja teve problemas com as questões maiores da cosmologia. Você pode encontrar muitas declarações específicas de vários Papas nos últimos cem anos ou mais em defesa da astronomia moderna e da ciência moderna.”

Fonte: www.adventistas.com

Sobre Max Rangel

Servo do Eterno, Casado, Pai de 2 filhas, Analista de Sistemas, Fundador e Colunista do site www.religiaopura.com.br.

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