Porque o arroz deve ser a base de sua preparação.

Metade da população mundial se alimenta de arroz, grão que possui diversas variações e tipos, no Brasil, o branco longo é o mais comum e justamente por conta disso deve ser a base de um sólido estoque de alimentos de emergência para tempos difíceis e MUITO DIFÍCEIS.

Muitos anos atrás, durante a segunda grande guerra, alguns soldados japoneses receberam a ordem de se retirar em grupos para a selva e ali empreender ações de guerrilha contra o inimigo. Tinham um suprimento de munições, arroz e ferramentas simples da época. A guerra acabou e 30 anos depois de lá saiu o ultimo soldado Hiroo Onoda.
Por 30 anos ele viveu na floresta, sua base alimentar foi o arroz.
Em Serra Leoa, a ONU distribui uma cota de ração para o povo, 450 gramas/dia de grão seco de arroz por pessoa, e assim é no Haiti, Gaza, nos Bálcãs e em inúmeros cenários  de crise realmente cascuda.

O povo usa exatamente a metodologia do soldado Onoda, faz do arroz sua base alimentar e vai misturando o que encontra, frutas, peixes, verduras e legumes, carnes, enfim, soma-se ao arroz qualquer coisa.

Você deve estar e perguntando o porque do arroz, afinal, nem é o campeão de cultivo, perde para o milho e o trigo de lavada na produção mundial, também perde para muitos alimentos em taxas nutricionais, então porque o arroz?

A resposta está nos detalhes. Assim como milho, trigo e outros do gênero o arroz é um alimento quase que basicamente energético, composto de fibras e amido, tem um potencial enorme para assimilar os nutrientes de outros alimentos.
O arroz pode ser armazenado por períodos absurdos de tempo, tendo grãos perfeitamente utilizáveis mesmo após 20 anos em embalagens a vácuo.
É também um dos grãos mais fáceis de se consumir e preparar e principalmente, é um grão barato.
O armazenamento faz o milho endurecer e o tempo faz com que perca seus nutrientes básicos, além disso, o rendimento do milho não muda. O trigo requer processamento, mesmo sendo mínimo e simples, sua tolerância é pequena se comparada ao arroz no quesito armazenagem e um punhado de farinha não alimenta um humano da mesma forma que um punhado de arroz faz.

O arroz pode ser transformado, servindo como farinha, massa, pasta e em seu estado normal, o arroz só precisa de água, e não de cozimento para ser consumido.

Mesmo após cozido o arroz ainda tem uma alta taxa de tolerância até o consumo, podendo durar dias se for simplesmente exposto ao sol.

Um saco de 5 Kg de arroz, comum no Brasil, apresenta um volume muito mais compacto que o mesmo peso em milho por exemplo, graças a sua densidade, e pode ser encontrado literalmente em qualquer lugar para compra, de padarias a mercadinhos e postos de estrada.

A planta leva 6 meses, do plantio da semente a colheita, e um grão gera em média 100 gramas de arroz integral por planta, tendo seu cultivo inicial em áreas alagadas.

O Arroz e o Prepper brasileiro

Preparadores brasileiros vão ter um grande coringa nas mãos mantendo um suprimento de arroz, já que é uma das bases do cardápio em nosso país, inclusive sendo um item de cesta básica. É realmente muito fácil
calcular a cota doméstica, basta para isso observar o consumo médio mensal de sua família. Uma casa que consome 10 kg/mês do grão, precisaria de 6 pacotes extra para estar garantida por 3 meses.

 

No dia a dia comum, o consumo de arroz não sofre qualquer tipo de racionamento, o que não acontece um períodos de crise, e há uma série de outros alimentos que compõe o cardápio diário, diminuindo o consumo do grão,  tenho conversado com colegas que, optaram por manter uma cota maior de consumo, fazendo uma conta de “copo e meio/dia” o que daria mais ou menos 180 gramas por pessoa por dia, elevando para 5,4 kg de arroz para cada indivíduo por mês. Esta seria uma dieta pesada a base do grão, com 2 cotas generosas por dia. Mesmo parecendo muito e exagerado, esta conta de consumo forçado custa ao preparador R$12,00, trocando em miúdos, é a sobrevivência alimentar por 12 reais por mês…

Os complementos

Um bom suprimento de arroz vai matar a fome e garantir a energia para o dia a dia. O preparador tem ainda a possibilidade de complementar o cardápio de forma fácil e simples. É exatamente neste ponto, após um estoque base concluído que entram em cena a horta e as pequenas criações domésticas, e até, porque não a caça de subsistência. Alguns ovos por dia, folhas variadas, frutas, abóboras, cenouras, rabanetes, batatas, tomates, ervas para tempero, a possibilidade de um animal de corte por semana e até as conservas e latarias, tudo isso é a “mistura” que vai garantir os nutrientes a longo prazo.

Concluindo, se você é um preparador iniciante e quer ter um grande coringa de preparação alimentar, não pense muito e dê o seu primeiro passo em direção ao arroz, em tempos normais, você aproveita para fugir das variações de mercado, em tempos difíceis vai ter sua sobrevivência garantida, com a segurança do estoque, você parte para novos complementos e grãos, como aveia, farinhas e liofilizados.

É isso aí, aguardo os comentários aqui no blog, bem como suas idéias sobre preparação alimentar para emergências, até mais!

Batata.

Fonte: http://sobrevivencialismourbano.blogspot.com.br/2014/08/porque-o-arroz-deve-ser-base-de-sua.html

Sobre Max Rangel

Servo do Eterno, Casado, Pai de 2 filhas, Analista de Sistemas, Fundador e Colunista do site www.religiaopura.com.br.

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