29% dos brasileiros declara-se evangélico, mas há diferenças importantes entre as várias denominações em atividade no país.
[26 de abril de 2017] – Uma recente pesquisa feita pelo instituto Datafolha mostra que três em cada 10 brasileiros (29%), com 16 anos ou mais, são evangélicos. Deste número 22% são pentecostais e pertencem a igrejas como Assembleia de Deus, Igreja Universal do Reino de Deus, Congregação Cristã e Igreja do Evangelho Quadrangular; já os outros 7% pertencem a outras ramificações do protestantismo, como as igrejas Batista, Metodista e Presbiteriana, chamadas de evangélicas históricas.A pesquisa denominada “Perfil e Opinião dos Evangélicos no Brasil”, entrevistou aproximadamente 3 mil pessoas, em 174 municípios do país, e mostra entre outros assuntos, quais são as principais denominações presentes no país, e onde está localizado o maior número de seus membros. De acordo com o documento, metade dos evangélicos está na região Sudeste, seguido do Nordeste, Norte, Sul e por fim a Centro-Oeste. A Assembleia de Deus, igreja pentecostal, é a que conta com maior número de membros em todo o Brasil, representando 34% do total. Ela é seguida pela Igreja Batista, do grupo das igrejas evangélicas históricas, e que detém 11% dos fiéis. Aparecem na sequência a Igreja Universal do Reino de Deus, a Congregação Cristã no Brasil, a Igreja do Evangelho Quadrangular, Deus é Amor, a Adventista, a Presbiteriana, a Internacional da Graça de Deus e a Mundial do Poder de Deus.
Assembleia de Deus
Especialmente forte nas regiões Nordeste e Norte, a Assembleia de Deus chegou ao Brasil por meio do trabalho de dois missionários suecos: Gunnar Vingren e Daniel Berg, que desceram em Belém, no Pará. Inicialmente eles passaram a frequentar a Igreja Batista, a qual pertenciam quando estavam na Suécia, no entanto, ambos eram adeptos da doutrina do chamado “batismo no Espírito Santo” e a consequente prática de se “falar em línguas” durante o culto. Segundo a fé pentecostal, esse “falar em línguas” refere-se à passagem dos Atos do Apóstolos que narra a descida de “línguas de fogo” sobre os apóstolos, no dia de Pentecostes. Na prática, esse dom se manifesta fazendo o fiel orar em palavras e sons aparentemente irreconhecíveis. Como essa não é uma doutrina aceita pela Igreja Batista, os missionários e outros membros optaram por abandonar a igreja e passaram a se reunir sob uma nova denominação. Inicialmente ela foi chamada de Missão de Fé Apostólica e, mais tarde, Assembleia de Deus. Hoje cada um dos ministérios (as várias ramificações dentro da Assembleia de Deus) é constituído de uma igreja sede e suas afiliadas.
Igreja Batista
A Igreja Batista também tem seu maior número de fiéis no Nordeste brasileiro, mas o número de membros no Centro-Oeste e Sudeste também é relevante. Sob o nome Batista, a denominação existe desde 1612. No Brasil, em 1881 chegaram em Santa Bárbara d’Oeste, no estado de São Paulo, os missionários William e Ana Bagby, juntos de Zacarias e Katarin Taylor, que logo se filiaram à igreja Batista local e aprenderam português com o padre Antonio Teixeira de Albuquerque. Tempos depois, os casais foram para a Bahia, onde em 1882 organizaram a primeira congregação formada por brasileiros, a Primeira Igreja Batista do Brasil. Os batistas têm uma forma de governo congregacional democrático, e suas igrejas são autônomas. Elas se relacionam umas com as outras pela mesma fé e ordem, de forma cooperativa.
Igreja Universal do Reino de Deus
A maior parte dos fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus está no Sudeste. Conta-se que o então pastor Edir Macedo deu início à igreja em um coreto, no subúrbio do Rio de Janeiro, onde ele pregava para alguns poucos que lá apareciam. A primeira igreja, como construção, foi erguida no bairro Abolição, no lugar de uma antiga funerária e o primeiro culto aconteceu em julho de 1977. O número de fiéis foi crescendo rapidamente, sendo necessária mais uma mudança e logo a criação das concentrações, que uniam os diversos membros dos templos que foram abertos, em um lugar só. Sua doutrina é bastante parecida com a de outras igrejas evangélicas pentecostais, mas ela costuma enfatizar a chamada teologia da prosperidade, segundo a qual o sucesso financeiro é um desejo de Deus para o homem.
Congregação Cristã no Brasil
A Congregação Cristã no Brasil também tem presença forte no Sudeste, mas também detém número de fiéis relevante no Nordeste e Centro-Oeste. A denominação ítalo-americana chegou ao Brasil por volta de 1910 em duas cidades diferentes: Santo Antônio da Platina, no Paraná, onde ocorreu o primeiro batismo realizado por Luigi Francescon, missionário fundador, e São Paulo, onde foi o segundo batismo. Os membros dessa denominação seguem os “Pontos de Doutrina e da Fé”, que são os 12 artigos de fé definidos na Convenção da Igreja Cristã Italiana da América do Norte, realizada em 1927. Em seus primeiros anos no país, os membros da igreja se apresentavam como Assembleia Cristã Reunidos em Nome do Senhor Jesus ou Congregação Cristiana. Foi em 1928 que adotaram então, o nome de Congregação Cristã do Brasil. Hoje, os templos são padronizados em sua arquitetura e cor, o que a torna de fácil identificação.
Igreja do Evangelho Quadrangular
A Igreja do Evangelho Quadrangular nasceu nos Estados Unidos em 1923 por meio do trabalho da Irmã Aimée. Já no Brasil, a primeira igreja da denominação foi fundada em São João da Boa Vista, no estado de São Paulo, em novembro de 1951, pelo missionário Harold Edwin Williams. Entre 1952 e 1954, Harold liderou com o missionário Raymond Boatright, aquele que é considerado por seus fiéis como um dos maiores movimentos de “avivamento” do país, chamado de Cruzada Nacional de Evangelização, que começou na cidade de São Paulo. Esse “avivamento” seria uma espécie de conversão mais profunda, que levaria o fiel à essência de sua fé, intensificando a vida de oração. A igreja mantém até hoje um Instituto Teológico que oferece cursos teológicos e de extensão, para preparar melhor as pessoas que irão atuar no trabalho missionário. Seus membros estão concentrados principalmente na região Sul do país.
Igreja Deus é Amor
Em 1962, o missionário Davi Miranda fundou a Igreja Deus é Amor, que tem sede na cidade de São Paulo. Inicialmente ela tinha como membros somente o missionário, sua mãe e irmã, mas em um mês conseguiu reunir um grupo de 70 fiéis. Entre 1980 e 1990 a igreja teve um grande crescimento e hoje, a Deus é Amor já conta com mais de 20 mil templos em países da América, África, Ásia e Europa. No Brasil, a maior parte dos fiéis dessa denominação está na região Sul, seguida pelas regiões Sudeste e Centro-Oeste. A denominação tem um regulamento interno e doutrina própria e os membros são credenciados. O regulamento passou por uma reformulação há cerca de 10 anos. Antes disso, era bastante criticado por outras denominações como excessivamente rígido, devido às imposições para mulheres não usassem calças e não cortassem o comprimento dos cabelos. Após as mudanças no documento, algumas situações foram minimizadas.
Igreja Adventista
Os adventistas estão em maior número na região Norte. A denominação chegou ao Brasil em 1884, por meio de publicações que chegaram ao porto de Itajaí, com destino a Brusque, em Santa Catarina. Quase 10 anos depois, o primeiro missionário chegou e começou os contatos com a população, realizando dois anos depois, em 1895, o primeiro batismo e fundando a primeira igreja adventista no país, situada em Gaspar, Santa Catarina. Uma característica da igreja é a preocupação com o ensino, motivo pelo qual a denominação investe na fundação de escolas adventistas que hoje estão espalhadas em todo o país. A primeira escola desse tipo foi aberta em Curitiba, no Paraná. Os membros dessa denominação têm cuidado especial com a alimentação e procuram não ingerir carne, por exemplo, não beber e nem fumar. Eles também cultivam o hábito de “guardar o sábado”, isto é, desde o entardecer de sexta-feira, interrompem as atividades rotineiras (como estudo e trabalho) e dedicam-se à adoração.
Igreja Presbiteriana
A Igreja Presbiteriana, uma das evangélicas históricas, tem na região Nordeste do país seu maior número de fiéis. Ela teve início por meio do trabalho de Ashbel Green Simonton, juntamente com o reverendo José Manoel da Conceição. É a mais antiga denominação reformada do Brasil, sendo herdeira dos ensinamentos de Calvino. Ao longo do século 20, outras igrejas do mesmo gênero foram nascendo: Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (1903), com sede em São Paulo; Igreja Presbiteriana Conservadora (1940), com sede em São Paulo; Igreja Presbiteriana Fundamentalista (1956), com sede em Recife; Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil (1975), com sede em Arapongas, Paraná, e Igreja Presbiteriana Unida do Brasil (1978), com sede no Rio de Janeiro.
Igreja Internacional da Graça de Deus
A Igreja Internacional da Graça de Deus é considerada neopentecostal, conceito que se refere às igrejas que são fruto das adaptações e renovações feitas na doutrina do pentecostalismo tradicional. Ela é liderada pelo missionário R.R Soares, famoso pelo programa de tevê Show da Fé. Fundada em junho de 1980, ela tem no Sudeste seu maior número de membros. A criação da igreja aconteceu depois que R.R Soares saiu da sua igreja anterior, a Universal do Reino de Deus. Presente hoje em vários países, foi em 2003 que começou sua expansão internacional, quando passou-se a realizar cultos em uma sala de um hotel na Flórida. Hoje a denominação já passou dos 1500 templos fora do Brasil.
Igreja Mundial do Poder de Deus
Por fim, a Igreja Mundial do Poder de Deus é a mais nova das igrejas entre as 10 com maior número de fiéis, e estes estão localizados, em sua maioria, na região Centro-Oeste. Foi fundada por Valdomiro Santiago, em Sorocaba, São Paulo, no ano de 1998. Hoje o número de templos já ultrapassa os 5 mil, contando-se os do Brasil e os localizados em outros países. [FONTE: SEMPRE {FAMÍLIA}]
Templo = Igreja? Sacerdotes = Pastores? Púlpito = Santíssimo?
Muitos cristãos acreditam que o santuário/templo do Antigo Testamento corresponde à ‘igreja’ (prédio) e que os sacerdotes israelitas correspondem aos pastores. No entanto, essa ideia é contrária aos ensinamentos do Novo Testamento. Por isso, essa ideia antibíblica deve ser rejeitada. Acompanhe um resumo do que o Novo Testamento ensina sobre o assunto.
Santuário/templo
– Na nova aliança, o santuário/templo físico desaparece
“Todavia, o Altíssimo não habita em casas feitas por homens.” (At 7:48)
– No Céu, há o Santuário Celestial (que já existia nos tempos do Antigo Testamento)
“O mais importante do que estamos tratando é que temos um Sumo Sacerdote como esse [Jesus], o qual Se assentou à direita do trono da Majestade nos Céus e serve no santuário, no verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, e não o homem.” (Hb 8:1-2)
“Pois Cristo não entrou em Santuário feito por homens, uma simples representação do verdadeiro; Ele entrou nos céus, para agora Se apresentar diante de Deus em nosso favor.” (Hb 9:24)
– Na Terra, o santuário/templo são os cristãos individuais e a comunidade cristã
“Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês? […] O santuário de Deus, que são vocês, é sagrado.” (1Co 3:16-17)
“Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos?” (1Co 6:19)
Sacerdotes
– O Senhor Jesus O Cristo é nosso Sumo Sacerdote no Santuário Celestial
“Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que professamos.” (Hb 4:14)
“Visto que vive para sempre, Jesus tem um sacerdócio permanente. […] É de um sumo sacerdote como este que precisávamos: santo, inculpável, puro, separado dos pecadores, exaltado acima dos céus.” (Hb 7:24, 26)
– Todos os cristãos são sacerdotes
“Vocês também estão sendo utilizados como pedras vivas na edificação de uma casa espiritual para serem sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus, por meio de Jesus Cristo. […] Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas dAquele que os chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz.” (1Pe 2:4-5, 9)
“Jesus Cristo […] nos constituiu reino e sacerdotes para servir a Seu Deus e Pai.” (Ap 1:5-6)
“Tu és digno de receber o livro e de abrir os seus selos, pois foste morto, e com Teu sangue compraste para Deus gente de toda tribo, língua, povo e nação. Tu os constituíste reino e sacerdotes para o nosso Deus, e eles reinarão sobre a Terra.” (Ap 5:10)
“Felizes e santos os que participam da primeira ressurreição! A segunda morte não tem poder sobre eles; serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele durante mil anos.” (Ap 20:6)
O que significa ser um sacerdote?
Martinho Lutero ensinava corretamente que:
- – podemos ir diretamente a Deus, sem a mediação da igreja, sacerdotes, sacramentos, boas obras, santos etc. (Jo 14:6; Hb 10:19-20);
- – todos os cristãos, e não apenas um grupo privilegiado, são espirituais (Jo 3:6; Rm 8:9, 14; 1Pe 2:5);
- – o batismo nos torna iguais (Jo 3:6; Gl 3:26-29; Cl 3:9-11);
- – cada cristão recebe um dom/ministério/vocação, mas nenhum destes é superior ao outro (1Co 4:1-2; 12:4-12; Ef 4:11-16).
Mesmo em relação aos diferentes dons espirituais:
- – não é determinado dom que torna alguém espiritual;
- – nenhuma vocação (ou dom) é mais sagrada que a outra;
- – não há hierarquia, senão a de serviço;
- – não há lugar para autoritarismo ou arrogância.
Adaptado de palestra de Wilson Paroschi (via Missão Pós-Moderna)
Nota: Outra ideia bem comum no meio do sistema religioso é a seguinte: “A igreja de hoje segue o modelo do templo de Israel. Portanto, o local onde fica o púlpito deve ser considerado como o Santíssimo, simbolicamente”. Esta afirmação não tem nenhum respaldo bíblico nem no Espírito de Profecia. Apesar de saber do grande zelo que se deve ter para com o local de onde a Palavra de Deus é pregada, não se pode ensinar algo que a própria Palavra não confirma. Depois que o Senhor Jesus entregou-Se na Cruz, o simbolismo que havia no Santuário perdeu seu sentido (cf. Mateus 27:51). As igrejas atuais estão mais para “sinagogas” do que para o Templo, pois elas servem para ensinar a Palavra de Deus e fazer adoração a Ele, sem, contudo, envolver qualquer tipo de “sacrifício expiatório”, nos moldes que eram feitos no Antigo Testamento. Portanto, dizer que o local de onde a Palavra de Deus é pregada é o Lugar Santo e que o púlpito representa o Santíssimo, não tem nenhuma base genuinamente bíblica. [Com informações: MEGAPHONE ADV]