Ontem ouvi um homem formado em fisioterapia afirmando que cada um interpreta a Bíblia conforme sua cultura, e vou mais longe ainda que ele:
Cada um a interpreta como quer, e até consegue provar qualquer coisa com a famosa “constatação bíblica” ou como é mais conhecida, a comprovação de textos – surgida entre os anos de 1590 a 1600.
O fato das Escrituras Originais terem recebido epígrafes (títulos), capítulos e versículos contribuiu e muito para a confusão religiosa que existe hoje no mundo cristão, prova disso é que segundo o Boletim Internacional de Pesquisa Missionária, existem atualmente no mundo volta de 35.500 denominações cristãs, além disso, podem ser encontrados cerca de 3,5 milhões de templos em todo o mundo, isso sem contar com os últimos construídos em seu Bairro caro leitor… Seria uma boa notícia se cada um não tivesse uma doutrina diferente do outro, mas, o que prevalece é a CONFUSÃO.
E não é difícil compreender tamanha bagunça, cada qual interpreta as Escrituras a seu bel prazer, e na maioria das vezes não levam em consideração nem o contexto do próprio texto, muito menos o contexto histórico e cultural de quando o mesmo foi escrito. Saem catando pedacinhos da Escritura para justificar suas vontades (ensinos) como se essa fosse um enorme quebra-cabeça. Você já parou para pensar como eram as cartas paulinas quando foram escritas? Já parou para pensar como liam essas cartas?
Segundo as regras da língua portuguesa existem duas coisas que devem sempre ser aplicadas ao se deparar com questões textuais: compreensão e interpretação de texto. A primeira trata do óbvio, ou seja, é saber o que está escrito, conforme está escrito; a segunda trata do significado, da intenção de quem escreveu, o que se pretendia dizer com aquilo.
No texto de João 10 devem ser aplicadas essas regras, e qualquer pessoa com uma boa noção de português será capaz de compreender quem é o ladrão da história. Pedir a direção do Espírito Santo na leitura bíblica não significa se tornar burro, e sim, colocar nosso Senhor Jesus à frente – para que Ele mesmo nos ensine sua vontade… Só existe um livro em toda a Bíblia que é privilégio daqueles que servem ao Senhor Jesus, é o livro Revelação – esse foi dado aos Filhos – o restante pode sem sombra de dúvidas ser entendido por qualquer um, obedecido é outra coisa.
Os personagens citados aqui são: 01 ladrão, que também é chamado de salteador (que assalta); 01 pastor, ou o bom pastor; 01 lobo que arrebata e dispersa; e as ovelhas.
O próprio Jesus afirma ser o pastor (o bom pastor), a porta, aquele que dá vida pelas ovelhas. Ele também afirma que o ladrão não entra pela porta, mas sobe por outra parte, além disso afirma que o ladrão (salteador) vem para roubar, matar e destruir. Afinal, quem é esse bandido safado?
Continuando, no verso 12 aparece uma outra figura, a do mercenário – e o nosso Senhor Jesus afirma que ele não é pastor. O mercenário não é pastor! Se você pesquisar em um dicionário descobrirá que mercenário é aquele que só trabalha por dinheiro, ou para obter alguma vantagem, ele não conhece a palavra “voluntário”, só age para ganhar algo em troca.
Engraçado é que Jesus faz questão de dizer que mercenário não é pastor, será porque? Será se esse mercenário se passaria por pastor? E se o ladrão e o mercenário são a mesma pessoa? Já pensou nessa hipótese?
Mais um pouquinho à frente é que vai aparecer a figura do lobo, esse sim é a representação de satanás, o texto não deixa outra hipótese. Se o mercenário tá “vigiando” o rebanho por interesses financeiros, então na hora que vier satanás, o lobo, ele tira para fora – pois não se importa com as ovelhas, então ele foge. Note que o mercenário se sente “dono” das ovelhas mesmo não sendo (12b), além disso se coloca na posição de pastor (12a).
Isso é o que diz o texto, pelo menos… chamem um professor de português aí e corrija-me se eu estiver errado!
Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie. Efésios 2:8-9