Seria o culto aos deuses do mundo antigo culto aos anjos que pecaram?

Anjos que pecaram e deuses do mundo antigo

Tanto na epistola de Judas quanto na epistola de Pedro, vemos uma menção a anjos que pecaram. Anjos que não guardaram seu principado e pecaram e foram punidos por Deus e estão reservados ao juizo:

“Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo; E não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, pregoeiro da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios” 2Pe 2,4-5

anjos caidos (Ilustrações apenas no texto original. Link abaixo.)

“E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia” Jd 1,6

Mas quem eram esses anjos e quais seus pecados. A única referência de anjos que vemos praticando algo errado é no livro de gênesis no cpaitulo 6, onde Moisés descreve acerca dos filhos dos deuses:

“Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram” Gn 6,2

Alguns eruditos e teologos acreditam que os filhos de Deus (deuses) mencionados aqui se referem aos filhos de Set, mas essa mesma palavra aparece no livro de jó sendo uma referência a anjos:

“E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles” Jó 1,6

Então primeiro, vamos analisar a visão teológica acerca destes filhos de deuses.Os téologos e estudiosos da Bíblia até hoje divergem sobre a natureza dos Nephilim e dos “Filhos de Deus”, mencionados em Gn 6. Há duas possíveis interpretações:

* G. H. Pember argumenta em favor da teoria que diz que os “Filhos de Deus” de Gn 6 são na verdade anjos que vieram a Terra para terem intercurso com mulheres, tiveram filhos, sendo por isso punidos e lançados no inferno, segundo a Segunda Epístola de Pedro 2:4 (é interessante notar que no original a palavra não é “inferno”, e sim “tártaro” o que pode implicar um lugar diferente), e seus filhos se tornaram pessoas híbridas, metade humano, metade angélico (ver As Eras Mais Primitivas da Terra). Essa teoria é defendida por teólogos como John Fleming (1), S. R. Maitland (2), Caio Fábio (idéia advogada no seu livro de ficção Nephilim), Charles Ryrie, em sua Bíblia de estudo e pela maioria dos primeiros cristãos. Esteve em voga na Idade Média É também o ponto de vista de Fílon de Alexandria e dos apócrifos de Enoque e do Testamento dos Doze Patriarcas.

* Teoria de que não eram anjos, mas sim descendentes de Sete, que ainda seguiam a Deus. As “filhas dos homens” eram filhas de Caim, afastadas de Deus, e seus filhos foram heróis posteriormente, mas a Bíblia considera-os caídos, porque se afastaram de Deus. Argumenta-se que os anjos não podem procriar e que “filhos de Deus” referia-se aos seguidores de Deus. Essa teoria foi propagada por Agostinho, C. I. Scofield, Gordon Lindsay, entre outros, sendo a mais aceita. (ver uma defesa desta teoria[1]).

Há outras teorias como a de pano de fundo evolucionista que diz que os “filhos de Deus” eram descendentes de Adão e as “filhas dos homens” de uma raça inferior, como, por exemplo, a Neandertal. Atualmente pesquisas científicas comprovaram que aproximadamente 4% de nosso DNA é de origem Neandertal. Alguns veem ai a comprovaçao desta linha teórica.

Ainda outras teorias apresentam essa Mistura de [Filhos de Deus] com os [Filhos dos Homens] como uma hipotética experiência genética que os [Anjos] teriam feito nos seres humanos da época, na tentativa de evoluí-los.

O entendimento primitivo era de que os filhos de Deus eram anjos; o primeiro cristão a desafiar essa visão foi Julius Africanus (+- 200 DC), quando percebeu que algumas Bíblias gregas traziam o termo “Anjos de Deus” enquanto outras o traduziam como “Filhos de Deus”, então Julius deixou sua opinião de que os ‘filhos de Deus’ eram os descendentes de Sete, enquanto as filhas dos homens eram a linhagem de Caim; Julius também cita a visão dos anjos se relacionando com mulheres e ensinando-lhes astrologia e magia, mas dizia que preferia uma explicação mais naturalista. É possível que ele tenha sido influenciado pelos gnósticos, que tinham setores que veneravam Sete e outros que veneravam Caim.

A partir daí as ‘opiniões’ se dividiram.

O livro de Enoque
Agostinho de Hipona (354-430 DC) teria decidido essa questão e encerrado a discussão dos anjos caídos entendendo que Gênesis 6 tratava-se da união da linhagem “piedosa” de Sete com a vil linhagem de Caim, dada a força da igreja em suprimir o que lhe interessava na época, o mito da linhagem piedosa de Sete acabou prevalecendo.

A influência negativa da exegese de Agostinho ainda defendia que as escrituras deveriam ser entendidas de forma alegórica tendo em vista o conhecimento da época em questão e não de forma literal. Mas esse entendimento de forma alegórica leva a distorções sob uma exegese forçada, indutiva e falsa, dando margem à imaginação e não ao entendimento, principalmente quando vemos escrituras como o Gênesis, claramente históricas sendo interpretadas a seu bel prazer, sem aprofundamento ou lógica.

Philo de Alexandria (20 AC – 50 DC), um filósofo contemporâneo de Josephus, entendia que as escrituras devem ser compreendidas de forma literal mas com um profundo significado espiritual. Philo teria até mesmo influenciado os cristãos primitivos com suas idéias, principalmente por ter escrito sobre o pentateuco em grego.
Em um pequeno ensaio intitulado “Relativo aos Gigantes”, que fora dedicado à interpretação de Gênesis 6, ele faz suas exposições baseado na tradução grega da Bíblia, e a cópia de seu texto tem a interpretação “anjos de Deus” apenas.

A edição da Bíblia de estudo “Bíblia de Jerusalém” cita em nota sobre Gênesis 6:

“O judaísmo posterior e quase todos os escritores eclesiásticos viram anjos culpados nesses ‘filhos de Deus’. Mas a partir do século IV em função de uma noção espiritual dos anjos, os padres comumente interpretaram os ‘filhos de Deus’ como a linhagem de Sete e as “filhas dos homens” como a descendência de Caim.”

As teorias divergem, mas vemos em judas uma pista acerca de qual hipotese se encaixa melhor no contexto:

“Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue à fornicação como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno” Jd 1,7

Alguns acreditam que Judas estava se referindo a uma antiga lenda judaica narrada no apócrifo livro de Enoque. No versiculo 14 desta epistola Judas inclusive menciona Enoque. Enoque, o sétimo dos patriarcas depois de Adão, segundo gênesis, foi um homem justo e andou com Deus. Enoque deixou escrito suas revelações que é chamado atualmente de livro de Enoque. Em um certo paralelo com gênesis, Enoque descreve que anjos viram que as filhas do homens eram bonitas e formosas e fizeram um acordo. Eles vieram a terra, e seduziram as mulheres e desta união nasceram nefilins, isto é, gigantes.

Nefilim, do hebraico נְפִלנ ְפִיל nefilím, que significa desertores, caídos, derrubados, mas tal termo é uma variação do termo נָפַל. Deriva da forma causativa do verbo nafál ou nefal (cair,queda,derrubar,cortar). Traz uma idéia de dividido, falho, queda, perdido, mentiroso, desertor.Literalmente os que fazem os outros cair ou mentir.

No Dicionário de Strong são chamados de tiranos. Em aramaico Nephila designa a constelação de Orion, que entre os hebreus era o anjo Shemhazai (Semyaza, Samyaza, Semyaze), conforme relatado no Livro de Enoque.

A Bíblia faz menção aos Nefelins como “anjos caídos”, “espíritos impuros” ou “demônios”, e no tal apócrifo Livro de Enoch como “vigilantes”, sendo em ambos os tais anjos que copularam com as filhas dos homens e engendraram esta raça híbrida dos gigantes.

Na Bíblia esta palavra refere-se aos filhos de אלהים, os valentes e heróis da antigüidade como relata o Livro do Gênesis 6:4.
“ Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de אלהים entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos;estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama. ”

Lembrando que a palavra Elohim em hebraico está no plural e significa Os Elevados trazendo a referência lógica e clara de onde surgiram os Nefilins. Elohim ou Os Filhos de Deus אלהים segundo a bíblia, Nefilins portanto é o grupo de Elohim que se rebelaram adquirindo o epíteto que literalmente significa Os Elevados Desertores.

Os gigantes são o resultado de uma união entre duas espécies, seres que foram alterados geneticamente devido a compatibilidade entre as mulheres humanas e os Nefelins. Na Bíblia, podemos identificar alguns dos descendentes dos Nefelins na terra por serem antigos governantes, como aponta o livro de Números 13:33
“ Também vimos ali os Nefilins, isto é, os filhos de Anaque, que são descendentes dos nefilins; éramos aos nossos olhos como gafanhotos; e assim também éramos aos seus olhos. ”

No livro de Números temos referência a genealogia dos Nefelins entre os homens e também o local onde habitavam. Números 13:22
“ E subindo para o Negebe, vieram até Hebrom, onde estavam Aimã, Sesai e Talmai, filhos de Anaque.(Ora, Hebrom foi edificada sete anos antes de Zoã no Egito.) ”

Já no livro de Deuteronômio podemos conhecer um pouco das características físicas dos Nefelins. Deuteronômio 9:2
“ Um povo grande e alto, filhos dos anaquins, que tu conhecestes, e dos quais tens ouvido dizer: Quem poderá resistir aos filhos de Anaque? ”

Neste versículo há uma segunda referência aos filhos de Deus, onde são chamados de Anaquins. A Palavra Anaquin tem origem no idioma sumério(Escrita Cuneiforme) da palavra Suméria Anunnaki que significa Aqueles que do céu desceram à Terra, o que corrobora o versículo bíblico com as narrativas Sumérias e Mesopotamica.

Ainda no livro de Deuteronômio podemos identificar outras referências aos Nefelins como apresenta o capítulo 2 versículos 10 e 11. Deuteronômio 2:10,11
“ Antes haviam habitado nela os Emins, povo grande e numeroso, e alto como os Anaquins;Eles também são considerados Refains como os anaquins; mas os moabitas lhes chamam Emins. ”

Depois de compreendermos estes versículos fica mais esclarecedor a batalha citada no livro do Gênesis, no capitúlo 14:5.
“ Por isso, ao décimo quarto ano veio Quedorlaomer, e os reis que estavam com ele,e feriram aos Refains em Asterote-Carnaim, aos Zuzins em Hão, aos Emins em Savé-Quiriataim ”

Mesmo não tendo nenhuma outra referência na Bíblia sobre os Zuzins podemos logicamente concluir que os Zuzins também eram descendentes dos Nefelins na Terra. No livro de Deuteronômio podemos compreender que alguns povos apenas davam outros nomes aos filhos de Deus ou Nefelins e seus descendentes. Deuteronômio 2:20
“ Também essa é considerada terra de Refains; Outrora habitavam nela Refains, mas os Amonitas lhes chamam Zanzumins ”

Deuteronômio 3:13
“ e dei à meia tribo de Manassés o resto de Gileade, como também todo o Basã, o reino de Ogue, isto é, toda a região de Argobe com todo o Basã. O mesmo se chamava a terra dos Refains ”

Flávio Josefo faz uma distinção entre os gigantes e o fruto das relações entre os “Filhos de Deus” e as “filhas dos homens”, quando afirma em sua obra: “… e os grandes da terra, que se haviam casado com as filhas dos descendentes de Caim, produziram uma raça indolente que, pela confiança que depositavam na própria força, se vangloriava de calcar aos pés a justica e imitava os gigantes de que falam os gregos.” (Antiguidades Judaicas). Aparece pela primeira vez em Génesis 6 traduzido como Gigantes, na maioria das versões bíblicas.Foi traduzido para o grego como grigori e para o latim como Gigantes como se pode verificar na Vulgata.

Na tradução Almeida (ALA),”filhos de Deus” se refere aos descendentes de Sete, nessa mesma tradução o hebraico nefilím é vertido por “gigantes”. Os Nefilins são descritos como “os poderosos [em hebr. hag gibborím] da Antiguidade” e os “homens de fama [ou “heróis”, MC]“.

Diz a narrativa ma bílbia que Deus teria decretado um dilúvio, atualmente é conhecido pela ciência moderna que o nosso planeta passa por um processo cataclísmico e cíclico e após a ocorrência do mesmo toda a sociedade humana foi destruída. O relato termina com dilúvio bíblico eliminando a raça humana juntamente com os Nefilins, os filhos dos filhos de Deus. Por fim, recomeça uma nova humanidade e os genitores dos Nefilins são eliminados omo afirma o livro de Josué Josué 15:14
“ E Calebe expulsou dali os três filhos de Anaque: Sesai, Aimã e Talmai, filhos de Anaque. ”

Similariedades com os sumérios
Muitos estudiosos afirmam que os Anunnaki são a própria espécie dos Nephilins como o escritor Zecharia Sitchin. De acordo com Sitchin, os Nefilim são os habitantes de Nibiru/Marduk o desconhecido 9º planeta do nosso sistema solar. Os sumérios tinham grandes conhecimentos de astronomia para sua época e retrataram a passagem deste corpo celeste como mostra o cilíndro VA-243.

Moisés disse que esses gigantes eram os valentes da antiguidade. Segundo Enoque, esses anjos ensinaram toda sorte de sortilégios aos homens e se passaram por deuses. Então seriam estes anjos os deuses do mundo antigo? O livro de Enoque, relatos sumérios e outros apócrifos mencionam fatos semelhantes. Contam a história de deuses que vieram do sol e ensinaram o conhecimento ao homem. Também narram histórias de experiências de humanos com animais gerando seres hibridos e criaturas bizarras.

Considerando a decadência do homem e o dilúvio

Aparentemente essa união entre anjos e humanos causou um grande problema genético, porque Deus resolve destruir o mundo com o dilúvio devido à corrupção de toda a carne, ou seja, todas as criaturas foram afetadas, da mesma forma que foram afetadas quando da queda de Adão.

“E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra. Gênesis” 6:12

O que nos dá a idéia de que não apenas houve a corrupção do homem mas também dos animais, sendo que Noé foi o único que não havia sido contaminado.

“Estas são as gerações de Noé. Noé era homem justo e perfeito em suas gerações; Noé andava com Deus. Gênesis” 6:9

Aqui a palavra “gerações” aparece traduzida também como “descendência” remetendo a uma pureza genética e não moral.

Considerando que o homem vivia em torno de 900 anos e que a pureza genética não deveria ser um problema, a alegação de uma união entre a descendência de Sete e Caim também não deveria causar nenhum problema de consanguinidade, ocasionando o surgimento de gigantes, também não é aceitável que a marca que Deus colocou em Caim tenha sido uma marca genética, porque essa marca era unicamente para evitar que ele fosse morto, coisa que uma marca genética não seria prática. E sem um fator externo não poderia haver a diferença de tipos sanguíneos que existem hoje, também não existiria a diversidade de raças que surgiram após esse evento. Essa tese da descendência piedosa de Sete também é totalmente falha, vejamos o que diz Gênesis 4:26:

“E a Sete também nasceu um filho; e chamou o seu nome Enos; então se começou a invocar o nome do SENHOR.”

Esse versículo além de controverso é mal traduzido, primeiro porque se somente Enos começou a invocar o nome do Senhor quer dizer que Adão e Sete não o faziam, o que é bem insensato e também controverso com a tese da “piedosa linhagem de Sete” que não é chamada assim na Bíblia em lugar algum; mas preste bem atenção em “se começou”, entendido como ‘começou a invocar a si mesmo’ o nome do Senhor, ou seja, começou a achar que era Deus. Estudando esse versículo temos um entendimento correto, vejamos a tradução da versão King James, como já citamos considerada uma das melhores traduções da Bíblia (ainda que tenha falhas também):

“And to Seth, to him also there was born a son; and he called his name Enos: then began men to call upon the name of the LORD. {Enos: Heb. Enosh} {to call…: or, to call themselves by the name of the Lord}”

Essa tradução nos dá uma visão mais acurada {‘invocar..:’ ou ‘chamar a si mesmos pelo nome do Senhor’} ou seja, os filhos de Sete já haviam começado a chamar a si mesmo deuses (chamar a si mesmos pelo nome do Senhor), enquanto os filhos de Sete estavam corrompidos espiritualmente, já os filhos de Caim além de corrompidos espiritualmente também estavam sob forte influência no sentido material das artes, guerra, etc, a humanidade decaída já não ia muito bem, porém com a corrupção dos anjos caídos isso ficou muito pior, porque havia a possibilidade de se corromper a descendência do Messias.

Também não há nenhuma lógica em serem os ‘filhos de Deus’ os descendentes de Sete e as filhas dos homens serem as filhas de Caim, justamente porque em Gen 7:13 esclarece: “E no mesmo dia entraram na arca Noé, seus filhos Sem, Cão e Jafé, sua mulher e as mulheres de seus filhos.” Ou seja, só sobraram 3 descendentes de Sete? Isso é totalmente ilógico, além do fato de Gênesis nem sequer dar uma pista sobre ser mesmo a descendência de Sete, ou seja, pura suposição imaginativa chamada de exegese, ainda que tentem alegar que as filhas de Caim eram depravadas e seduziram os filhos de Sete, tornando o entendimento mais obscuro e simplista ainda, levando-se em conta que além de não explicar o surgimento dos gigantes também deixa várias pontas soltas, sendo um relaxo com a unicidade das escrituras e sua harmonia. Pode ter havido uma linhagem messiânica, mas nada de linhagem piedosa de Sete, mesmo porque em nenhum lugar da Bíblia diz que a mistura de piedosos e impiedosos gerou gigantes ou fez Deus destruir a humanidade por tal bobagem.

Para quem ainda não fez uma profunda reflexão sobre o assunto das descendências na Bíblia, e talvez muitos não se dêem conta do porquê do detalhamento sobre as descendências na Bíblia, especificando a linhagem messiânica, uma vez que pela lógica todos os homens nasceram de Eva, portanto não poderia haver outra descendência a menos que houvesse um fator externo, ainda que Caim tenha sido declarado “do maligno”, após o dilúvio isso não faz nenhum sentido, somente se outra tentativa de corrupção da linhagem messiânica tivesse lugar.

Alguns intérpretes, nesciamente, entendem que anjos caídos tendo filhos com mulheres é ensinamento encontrado nas tradições pagãs e que isso não é bíblico. Porém nas tradições pagãs esses anjos decaídos são deuses, são adorados e respeitados como verdadeiros deuses que eram proibidos por Deus aos Israelitas. Isso só mostra que essa proibição não era gratuita e que a Bíblia confirma que esses povos adoradores de demônios estavam no caminho do erro, enganados por esses falsos deuses que existiram no passado.

O famoso Gilgamesh era parte humano e parte deus, resultado da mistura de homens e deuses que vieram do céu. Da mesma forma Hércules e tantos outros que eram venerados nas antigas tradições pagãs e ainda o são até os dias de hoje.

(Ilustrações apenas no texto original. Link abaixo.)

Mumia

Placa suméria que ilustra suposto gigante

Figura egipcia

Pintura rupestre

Placa suméria

pintura rupestre

Quase todas mitologias do mundo antigo descrevem deuses que vieram do sol. Por isso vemos em todas elas essa simbologia de adoração solar. Uma curiosidade: Vemos em uma milenar pintura rupestre uma ilustração que se assemelha muito ao deus egipcio anubis:

Pintura rupestre

Anubis
E também vemos que desde os homens das cavernas, menções a adoração solar. E todas essas culturas que cultuavam deuses haviam seus deuses do sol. Talvez por isso Deus tenha abominado tanto a adoração ao sol, porque eram anjos que se passaram por deuses dizendo que vieram do sol:

“E disse-me: Vês isto, filho do homem? Ainda tornarás a ver abominações maiores do que estas. E levou-me para o átrio interior da casa do SENHOR, e eis que estavam à entrada do templo do SENHOR, entre o pórtico e o altar, cerca de vinte e cinco homens, de costas para o templo do SENHOR, e com os rostos para o oriente; e eles, virados para o oriente adoravam o sol. Então me disse: Vês isto, filho do homem? Há porventura coisa mais leviana para a casa de Judá, do que tais abominações, que fazem aqui? Havendo enchido a terra de violência, tornam a irritar-me; e ei-los a chegar o ramo ao seu nariz” Ez 8, 15-17

A adoração solar e os deuses do sol: (Ilustrações apenas no texto original. Link abaixo.)

sol em pintura rupestre

Adoração solar egipcia

adoração solar no egito

deus sol egipcio rá

ra, deus egipcio do sol

Deus sol hindu

deus sol maia

deus sol grego

mitra deus sol persa

Hélio deus sol romano

Aureola solar nas imagens cristãs

antigo simbolo do sol

influência solar no catolicismo romano

Observando a cultura e os deuses do mundo antigo, vemos muitas semelhanças entre eles:

Mitra deus persa
MITRA, DEUS ARIANO DA LUZ

O dia 25 de Dezembro é a data do nascimento de Mitra, Guardião da Justiça, Cujo culto, vindo da Índia e do Irão arianos, chegou ao Império Romano no século I a.c. e aí se divulgou imensamente, desde a Ásia Menor até à Ibéria (parece ter havido um templo mitraico em Tróia de Setúbal, foi aí encontrado um baixo-relevo que representa provavelmente uma cena dum banquete mitraico, neste momento exposta no Museu Nacional de Arqueologia, na exposição «Religiões da Lusitânia»), passando pela Gália e pela Britânia.

Mitra, ou Mithras, Cujo nome significa, em Sânscrito (língua ariana da Índia), «Amigo»; em Persa, o mesmo nome quer dizer «Contrato». Trata-Se de um Deus luminoso, puro, combativo, que incita os homens a seguirem o Seu caminho no combate pela Luz contra as Trevas. O Seu culto confundiu-se, no Ocidente, com o do Sol Invictus, ou Sol Invencível; Mitra tem naturalmente um forte carácter solar (o que não significa que seja o Sol) e o Seu dia sagrado é o domingo (no Latim pagão, domingo é «Dies Solis», ou «Dia do Sol»).

De acordo com algumas versões, Mitra nasceu duma pedra, o que constitui um símbolo da sua pureza; segundo outros, é filho duma virgem. De uma maneira ou doutra, conta-se que o Deus Máximo, Ahura Mazda, Lhe ordenou que matasse um determinado touro. O Sol foi o mensageiro que levou esta ordem a Mitra, O Qual a cumpriu, conseguindo levar o touro para uma caverna onde o sacrificou (por esse motivo, os fiéis de Mitra oficiavam as suas cerimónias religiosas em cavernas). Do sacrifício do touro, o universo é renovado, pois que o sangue do bovino será o vinho e todo o seu corpo alimenta o cosmos, dando, entre outras coisas, o pão. A alma do touro sacrificado subiu então aos céusa para ficar junto do Deus Supremo.

Depois de cumprida a sua missão, Mitra realizou um banquete com os Seus fiéis, comendo pão e vinho, findo o qual ascendeu aos céus.

MARDUK

marduk
Marduque, Marduk ou Merodaque, como é apresentado na Biblia, é um deus protetor da cidade da Babilónia, pertencente a uma geração tardia de deuses da antiga Mesopotâmia. Era filho de uma relação incestuosa entre Enki e Ninhursag. Foi pai de Dumuzi (que seria o bíblico Tamuz) que corresponde ao deus egipcio Osíris. A sua consorte era Sarpanitu. Possuía quatro olhos e ouvidos (via e ouvia tudo), e de sua língua saía uma chama; apesar de tudo, era considerado muito belo.

NINURTA
Ninurta ou Inurta era o deus dos combates no tempo dos sargônidas na mitologia babilônica; consideram-no, os estudiosos, um deus emigrado da religião naturista.Nos arcaicos tempos sumérios, era o senhor de Girsu (Nim Girsu), o quarteirão sagrado de Lagash, quando desempenhava o papel de deus da fertilidade, presidindo as cheias dos rios que traziam a abundância do adubo que permitia a prática da agricultura. Na época assíria, seus símbolos eram armas mas já houvera sido uma charrua.
Na figura de Ninurta se confundem muitas outras divindades: Inshushinak, o deus de Susa, Zababa, o deus de Kish e muitos outros. Assim como se confundem vários deuses consigo, também lhe atribuem uma poligamia pois, ora é esposo de Babu, ora de Gula, divindades diferentes que presidiam a saúde dos homens.

NERGAL
Era o deus (dingir) sumério da guerra e da morte. Tinha por esposa a deusa Ereshkigal.O atrevido e impetuoso Nergal era filho de Enlil, deus do Ar, e Ninlil , deusa dos Cereais. Como filho primogênito do casal, nasceu do estupro sofrido por sua mãe, diante dos portões do reino infernal de Ereshkigal. Viveu toda a sua infância e juventude entre os deuses Anunnaki, até o dia em que ousou ofender Namtar, representante oficial de Ereshkigal, afirmando total indiferença contra Ereshkigal, uma deusa a quem nunca vira. Até aquele momento, a soberba de Nergal havia provocado nos demais deuses diversão e surpresa, porém naquele instante instaurou o horror e a reprovação por parte de todos, já que sabiam que a rainha do Inferno não seria condescendente com seu desprezo.

NAMMU
Segundo os mitos das regiões mesopotâmicas, Nammu ou Namma é uma deusa primordial, a mãe de todos os deuses e deusas, do céu e da terra; cujo nome é descrito por um pictograma que significa “mar primordial”; era a deusa do “mar doce”.

Da união dos filhos de Nammu, Anu (Céu) e Antu/Ki (Terra), nasceu Enlil (Ar); quando o deus do Céu, se viu sozinho e chorava copiosamente com saudades da esposa Ki, Nammu então recolheu as lágrimas e gerou Enki, Ereshkigal e Ninki (Damkina). Era uma deusa poderosa e afável, a quem os exorcistas recorriam para livrar possessos do domínio de demônios. É a grande mãe das fontes da vida, é a deusa que nutre e preserva.

Shamash
SHAMASH
ARQUÉTIPOS: Utu, Babbar

Shamash (em acadiano: Šamaš “Sol”) ou, aportuguesado, Chamach, era uma deidade mesopotâmica nativa e o deus sol no panteão acádico, assírio e babiloniano. Shamash foi o deus da justiça na Babilônia e Assíria, correspondendo ao deus Utu sumeriano.
O “Sol” do acadiano šamaš é cognato ao hebraico ??? šemeš e árabe ??? šams.Shamash deriva do acádico Šams, que queria dizer Sol, tal como ainda hoje no árabe moderno.Entra no nome compósito dos reis assírios Shamsi-Adad, invocação simultânea de Shamash e de Adad.

Shamash aparece na história do Mangá Japonês Shaman King como espírito Guardião da Iron Maiden Jeane, líder dos X-Laws. A Participação na trama é bem fiel a sua história, já que é utilizado como ferramenta de Julgamento – Fazendo Alusão a sua participação mística no Código de Hamurabi.

INANNA
DEUSA DO AMOR E FERTILIDADE. ARQUÉTIPOS: ISHTAR, AFRODITE, VÊNUS.

Inanna deusa do amor suméria

Inanna era a deusa (dingir) do amor, do erotismo, da fecundidade e da fertilidade, entre os antigos Sumérios, sendo associada ao planeta Vénus. Era especialmente cultuada em Ur, mas era alvo de culto em todas as cidades sumérias.A sacerdotisa Enheduana compôs 42 hinos em sua homenagem; estes hinos são uma das principais fontes sobre a mitologia suméria.

Surge em praticamente todos os mitos, sobretudo pelo seu carácter de deusa do amor (embora seja sempre referida como a virgem Inanna); por exemplo, como a deusa se tivesse apaixonado pelo jovem Dumuzi, tendo este morrido, a deusa desceu aos Infernos para o resgatar dos mortos, para que este pudesse dar vida à humanidade, agora transformado em deus da agricultura e da vegetação.

É cognata das deusas semitas da Mesopotâmia (Ishtar) e de Canaã (Asterote e Anat), tanto em termos de mitologia como de significado. O dia 2 de Janeiro é tradicionalmente consagrado a esta deusa.

fontes: link

Fonte: http://exegeseoriginal.blogspot.com.br/2011/07/anjos-que-pecaram-e-deuses-do-mundo.html

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Servo do Eterno, Casado, Pai de 2 filhas, Analista de Sistemas, Fundador e Colunista do site www.religiaopura.com.br.

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