NOMES POPULARES: Negramina, Limão bravo, Limão do mato, Capitiú, Folha santa, Marinheiro, Mata cachorro, Catingoso, Erva santa, Mescla de cheiro, Catingueira de paca, Fedegoso.
NOME CIENTÍFICO: Siparuna guianensis
UTILIDADES: Planta Medicinal.
É utilizada principalmente para febre, gripe, dores no corpo, e problemas digestivos e respiratórios.
Dentre as indicações terapêuticas da negramina estão dor de cabeça, febre, hipertermia, dor de dente, resfriado, sinusite, gripe, icterícia, sarampo, dores nos membros, reumatismo, coluna, artrite (CARNEIRO, 2009).
Na região do Alto do Rio Grande, em Minas Gerais, emprega-se decocto ou infuso de toda a planta como antiinflamatório, carminativo, estimulante, na cefalalgia, nas gripes e resfriados, bem como de cataplasma, compressa ou banho para reumatismo (Rodrigues & Carvalho, 2001).
Na comunidade Mumbuca, em Jalapão, Tocantins, faz-se o uso de infusão como analgésico (ROCHA-COELHO et al., 2005).
Souza & Felfili (2006) também mencionaram seu uso pela população de Alto Paraíso de Goiás para tratamentos de coluna, reumatismo e artrite.
Carmona & Guarim Neto (2001) relataram que as folhas
da espécie são utilizadas na forma de banho para sinusite.
Souza (1992) também apontou em sua pesquisa que utilizam essas folhas em banho para dores no corpo.
Em Poxoréo, as pessoas utilizam “semonte”, que consiste em folhas secas colocadas perto do fogo, que são posteriormente moídas e o pó é empregado em sua forma pura ou misturado ao fumo para cheirar, em uso tópico, com o intuito de curar “malina”, descrita como uma dor de cabeça causada pela exposição demasiada ao sol, que provoca corrimento de sangue nasal (Somavilla, 1998).
Em Mato Grosso, na Aldeia Pakueran, em Paranatinga, as folhas são fervidas e utilizadas em banho para febre e “quentura” na cabeça, espécie de enxaqueca (Schimöller, 1997).
Em Nova Xavantina, há relatos do emprego do sumo das folhas de negramina misturado com mastruz (Chenopodium ambrosioides) como adjuvante em pós-operatório.
Fontelle (2001) relatou em sua pesquisa as indicações de raizeiros de Cuiabá, que recomendam o uso da folha na forma de decocto e infuso para malina, hipertermia, hemoptise, resfriado podendo para isso ser associada a quina.
Além disso, suas folhas são utilizadas em galinheiros como repelente para piolho de galinha (Duarte, 2001).
Vigneron et al. (2005) verificaram que as folhas de S. guianensis combinadas com folhas de Campomanesia spp. são ali usadas como remédio antimalária.
No Amazonas, região das Guianas, as folhas são preparadas como chá e tomadas para febre, pressão arterial alta, doenças
reumáticas e cólicas (Prance, 1972; Santos & Peixoto, 2001).
Os índios Palikur usam externamente as folhas moídas com sal para o preparo de cataplasma antiinflamatório.
Os índios Wayãpi, do Amazonas, tomam o decocto das folhas e da casca do caule para calafrios, gripe e febre, administrando-o oralmente em pequenas quantidades ou principalmente na forma de banhos (Lorenzi & Matos, 2002).
Ainda no Amazonas, os índios Tikuna comem os frutos dessa espécie para dispepsia e indigestão.
Os Kubeo usam suas folhas para mordedura de serpente e fazem chá dos frutos para aliviar congestão nasal e calafrios.
Os Waorani esmagam os frutos e as folhas para fazer uma mistura pungente, a qual é esfregada no rosto e na cabeça para tratar “dor de cabeça de febre”, e uma infusão das folhas é empregada por eles como febrífugo.
Já os índios Tacana, grupo étnico boliviano do Amazonas, fazem uso externo da decocção das folhas para gripe (Bourdy et al. 2000).
Os índios Yanomami cheiram as folhas amassadas e as esfregam em suas testas e corpos para vertigem (Milliken & Albert, 1996).
COMPOSIÇÃO: Os resultados indicaram a presença de diferentes grupos de metabólitos nas folhas, sendo verificada a presença de óleos essenciais, saponinas, fenóis e taninos, catequinas, esteróides e triterpenos, depsídeos e depsinonas, azuleno, cumarinas, alcalóides e flavonóides.
Tem-se aderência aos resultados encontrados por Valentini et al. (2010), sendo positivos para alcalóides, terpenos e compostos não terpênicos, porém, prevalecendo as metilcetonas e ácidos graxos como os principais constituintes das folhas de S. guianensis, também são encontrados éteres e ésteres, fenólicos, taninos, flavonóides, óleos essenciais e ligninas (FISCHER, 1997).
Dentre os óleos essencias foram encontrados nas folhas siparunona (59,5%), veridiflorol (7,2%), ledol (7,14%), espatulenol (6,80%) e 2-undecanona (1,05%) (Valentini, 2009).
Os compostos ledol, espatulenol e veridiflorol também foram encontrados em estudos de própolis brasileira (Bankova et al., 1995; Bankova et al., 1998; Bankova et al., 1999; Sousa et al.,2006),
lembrando que esta tem atividade antibacteriana, antiviral, fungicida, antiinflamatória, oxidante e antitumoral (Russo et al., 2004)
Gostei muito da forma como apresentaram a pesquisa…a parte teórica e o vídeo. Parabéns! Um amigo me apresentou a Siparuna ( negramina) e vim em busca dessa informação.