Olá amigos esta matéria de minha autoria foi originalmente postada no Defesa.org.
Muitas pessoas ao ter seu primeiro contato com o termo “Sobrevivencialismo” acreditam que é algo relacionado a “sobrevivência na selva” ou exclusivamente
“preparação para cenários de crise”, esta crença vem do esbarro no assunto, que muitas vezes aparece sendo discutido em vídeos, fóruns e materiais específicos que são publicados por muitos autores, dando a impressão de que todo sobrevivencialista é um mateiro paranoico e pessimista.
Acontece que o buraco é mais embaixo.
O sobrevivencialismo tem mais a ver com sustentabilidade e autossuficiência, e a grande maioria de seus estudos está mais para o dia a dia que para um estado de crise.
Trocando em miúdos, o sobrevivencialismo prático, é uma enorme colcha de retalhos de temas e especialidades que se estudados e praticados elevam a capacidade humana, aumentando suas chances de superar problemas. Além disso, quando aplicado ao dia a dia familiar, abre a possibilidade de uma nova forma de vida, mais critica, criativa, voltada ao natural, muito mais segura.
O sobrevivencialismo também é um equalizador de forças.
O homem comum geralmente é mantido na coleira do estado, escravizado pelo sistema e pela mídia de massa. Não é incomum ver o cidadão de bem ter seus direitos podados arbitrariamente, ser injustiçado e manipulado por empresas sem moral ou levado por propagandas a se endividar, comprando coisas que não precisa, enquanto negligencia outras, que uma hora ou outra podem salvar sua vida.
O potencial estratégico do sobrevivencialismo para o cidadão comum é imenso e afeta diretamente o sistema, criando no mínimo, uma divisão de logística e suprimentos totalmente off grid, fora do sistema e pessoal.
Vou dar um exemplo de como isso funciona:
A família planta uma horta, em vasos ou numa terrinha ali no quintal, a idéia é ter algum alimento em casa caso um evento de crise ocorra. Um ano se passou e não houve nenhuma crise que afetasse esta família no período. A horta rendeu colheitas, verduras, legumes que foram consumidos. Com isso o cidadão se alimentou melhor com os orgânicos que colhe, desenvolveu habilidades relacionadas a produção de alimentos, ele também gastou menos no mercado, pagando menos impostos ou taxas de cartão de crédito. Não houve uma grande crise de fato, não como muitos pensam, mas este cidadão deu grandes passos contra a inflação, a taxa de juros, os atravessadores e corruptos que ganham a vida nas costas do trabalhador honesto.
Com o tempo ele aprende a reciclar e compostar seu lixo, começa a colher e armazenar agua da chuva e com isso dá outro grande golpe no sistema, agua é vida, quem controla a agua controla a vida, afinal a mesma agua que chove na represa e que é vendida pra você, também chove em seu telhado. Ele vai se preocupar com segurança e não vai mais ser um alvo tão apetitoso para bandidos, que vão escolher alvos mais fáceis.
Essa gradual evolução, acontece no dia a dia, está em andamento, gerando benefícios visíveis no cotidiano familiar e é muito mais profunda do que ter uma lanterna boa e funcional quando a energia que compramos do estado falha, ter a lanterna, uma boa faca, uma arma para se defender é só arranhar o vidro do sobrevivencialismo.
Como seria um país com muitas pessoas com capacidade de autossuficiencia?
O sobrevivencialismo é uma arma estratégica poderosa para o cidadão comum, e vai muito além dos treinamentos de sobrevivência na selva e preparação para um apocalipse que pode ou não acontecer em breve.
Abraços.