Nenhuma dessas torturas aconteceu, segundo Jeffrey Burton Russell, autor do livro Inventando a Terra Plana. Para ele, a História foi manipulada para denegrir a Igreja Católica medieval.
Se o historiador católico Jeffrey Burton Russell houvesse escrito um livro sobre “A Invenção da Santidade do Sábado” e tentasse provar que a observância do sétimo dia foi substituída pela guarda do Domingo desde as reuniões da Igreja Cristã primitiva, fortalecendo-se e perpetuando-se no Catolicismo durante a Idade Média, imediatamente teólogos e simpatizantes da Igreja Adventista do Sétimo Dia teriam rejeitado e desmentido o livro por se tratar de uma doutrina bíblica que tem como origem o relato bíblico da Criação em sete dias literais de 24 horas.
Diriam com certeza que a doutrina da santidade do sábado é bíblica e não pode ser negada, ainda que a Igreja Católica a tenha desprezado e estimulado seus membros a abandonarem essa prática.
Por isso, o inimigo do Criador preferiu lançar mão de um outro método para desacreditar e desestimular, ainda que parcialmente, a crença na literalidade total do relato da Criação do Capítulo 1 de Gênesis. Inspirou um de seus mais ardorosos admiradores, o “satanólogo” Jeffrey Burton Russell, a escrever o livreto Inventando a Terra Plana, para ridicularizar a crença na doutrina bíblica da Terra plana, coberta pela abónada do Firmamento, descrita repetidas vezes nos diferentes livros que compõen a Bíblia.
E o Diabo foi bem sucedido no que fez a ponto de a própria Sociedade Criacionista Brasileira a decidir traduzir e publicar o livreto maligno através do apoio de uma universidade ligada à IASD. Assim, a doutrina bíblica da Terra plana passou a ser considerada um erro, uma fábula, um mito, e a Cosmologia terraplanista, evidente do Gênesis ao Apocalipse, perdeu visibilidade e credibilidade no meio adventista brasileiro.
Nossos teólogos, inclusive da Associação Geral, optaram por um criacionismo bíblico que aceita apenas uma parte do relato de Gênesis como literal, o que abre brecha para que outras porções no relato bíblico sejam também descartadas, como bem alerta o teólogo adventista, Elias de Souza Brasil.
O problema é que o criacionismo bíblico adotado por teólogos e irmãos Adventistas pretende parecer científico, colocando a ciência em posição superior à das Escrituras. Querem parecer intelecuais, sábios segundo o mundo!
Hoje, contudo, são muitos os experimentos que demonstram não existir curvatura no relevo terrestre. Isso já levou físicos geólogos e outros profissionais a desmentir a esfericidade da terra e questionarem a chamada força da gravidade, descartando também a veracidade dos movimentos de rotação e translação da Terra. Sol e Lua, segundo eles, estariam girando sobre o solo em que vivemos.
Por tudo isso, nos próximos dias estaremos publicando uma resenha crítica desse livro maldito, que subordina a Bíblia à Ciência e trata o ensino bíblico como mito, erro, fábula inventada para denegrir a Igreja Católica Medieval. Sim, Jeffrey Burton Russell inventou uma “teoria da conspiração ao contrário”, com supostas manipulações da História que teriam sido criadas para prejudicar o Catolicismo.
Parece que nem o pessoal da Associação Geral, nem Michelson Borges, Dr. Rodrigo Silva e o irmão Ruy Vieira, tradutor do livro pela Sociedade Criacionista Brasileira, perceberam a gravidade das conclusões conspiranóicas anticatólicas do satanólogo:
“Finalmente, falácias ou mitos desta natureza vivem por si mesmos, criando uma dialética entre si, e produzindo consequentemente um “ciclo de mitos” no qual cada mito reforça os demais. Por exemplo, têm sido mostrado que a Inquisição jamais existiu, mas essa falácia como a da Terra Plana faz parte de um ciclo que inclui a Idade Escura, a Lenda Negra, o confronto entre o cristianismo e a ciência, etc.” Jeffrey Burton Russell, Inventando a Terra Plana, pág.121.