A declaração “Dominus Iesus” (Senhor Jesus), divulgada pelo Vaticano algum tempo atrás, surpreendeu o mundo religioso ao afirmar que só existe salvação numa Igreja, que é a Católica, dirigida pelo sucessor de Pedro, o Papa. O documento do Vaticano expressa aquilo que sempre creu a Igreja Católica: que a salvação e um dom oferecido através dos sacramentos da Igreja.
Na Bíblia, porém, a salvação é resultado da fé. Claramente, Jesus afirmou ser “o caminho, a verdade e a vida”, e que ninguém pode ir ao Pai, senão por Ele (João 14:6). O apóstolo João afirma que “aquele que tem o Filho de Deus tem a vida eterna” (I João 5:12). Ao apelar para a sucessão apostólica como evidência da igreja de Cristo, e para a autoridade do Papa como substituto de Cristo, o Vaticano ignora que o próprio apóstolo Pedro reconheceu que a “Pedra angular”, a qual todo crente deve estar ligado, é o próprio Cristo (I Pedro 2:4-8), e não o ser humano Pedro, de quem o Papa se diz sucessor.
Ignora também que, a mesma função e poder apostólico atribuído a Pedro, Jesus deu aos demais. Em João 20:21 a 23, é dito: “Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio. E havendo dito isto assoprou sobre eles e disse-lhes: recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, lhe são perdoados; e aqueles a quem retiverdes lhe são retidos”. Portanto, todos os apóstolos receberam “as chaves do Reino”, e o que os caracterizava como tais era a presença do Espírito Santo e a obediência à Palavra de Deus. Jesus disse: “Se Me amais, guardareis os Meus mandamentos” (João 14:15).
Ora, a Igreja que apresenta a si mesma como “única verdadeira” mantém em seu Catecismo uma lista de mandamentos diferente daquele que a Bíblia manda cumprir, em Êxodo capítulo 20. O apóstolo Paulo adverte os próprios cristãos, em Romanos 11:21-23, dizendo que Se Deus rejeitou de Sua comunhão os judeus que pecaram e desobedeceram à Sua palavra, muito mais pode rejeitar os cristãos gentios que vierem a cair em desobediência. O documento “Dominus Iesus” tem o mérito de afirmar a realidade da salvação, embora o mundo não a reconheça. Mas tem a arrogância de pretender que “não há salvação fora da Igreja Católica” (Foto: Divulgação).