Editor-chefe da CPB endeusa Rubens Lessa depois de morto e diz que redatores da Casa são os novos profetas de hoje!

Marcos de Benedicto, editor-chefe da CPB, exagerou na dose de puxa-saquismo póstumo, ao endeusar Rubens Lessa depois de morto e dizer que redatores da Casa, incluindo-se, são os novos profetas da atualidade no artigo “O Poeta e o Profeta”, publicado na Revista Adventista.

“…Ademais, os profetas receberam a ajuda dos escribas para preservar sua mensagem. Assim, como ‘escribas’ modernos, os editores adventistas se sentem privilegiados em ajudar a interpretar, transmitir e proteger o legado profético.

“Na Igreja Adventista, encontramos uma longa lista de grandes editores, especialmente no início do movimento, que têm procurado valorizar a mensagem profética. Escritores, e às vezes poetas, artistas das palavras que tentam captar o incaptável, definir o indefinível e descrever o indescritível, eles se apropriam também do espírito dos profetas. Procurando unir passado, presente e futuro, falam para todas as gerações. Sabem que, se não anunciarem a verdade de Deus, correm o risco de se tornarem porta-vozes das mentiras do inimigo, como ocorre com tantos influenciadores hoje.

“Ao destacar aqui o papel profético em conexão com o trabalho editorial e literário, o objetivo é acrescentar outro ângulo ao merecido tributo oferecido ao querido pastor Rubens Lessa na matéria de capa, o qual ocupou este espaço por muitos anos e descansou no dia 12 de janeiro. Afinal, escritor e poeta, ele se via como um defensor da mensagem profética. Por isso, no seu último editorial da Revista Adventista, em maio de 2014, frisou: ‘Reafirmo minha crença na Palavra de Deus e no dom profético.’ Poeta imbuído com o espírito dos profetas, ele cumpriu a missão de proclamar, com beleza, o ‘assim diz o Senhor’.”

Só se forem profetas de aluguel, ou “profetas de programa”, que profetizam por dinheiro… Profetas assalariados a serviço de uma liderança corrupta e apóstata são, com toda certeza, falsos profetas descritos em Ezequiel 13:

Ezequiel 13 — Os falsos profetas

1 O SENHOR falou comigo assim:

2 — Homem mortal, fale contra os profetas de Israel que inventam as suas próprias profecias. Diga-lhes que escutem a palavra do SENHOR.

3 O que o SENHOR Deus diz é isto:

— Ai desses profetas sem juízo e sem moral! Eles seguem a sua própria inspiração e inventam as suas próprias visões. 4 Povo de Israel, os seus profetas são como raposas no meio de ruínas. 5 Eles não defendem os lugares onde as muralhas caíram, nem levantam de novo essas muralhas, e assim, quando a guerra vier no Dia do SENHOR, o povo de Israel não poderá se defender. 6 As suas visões são falsas, e o que eles anunciam é tudo mentira. Eu não os enviei, mas eles dizem: “A palavra do SENHOR é esta.” E ainda esperam que as palavras deles se cumpram! 7 Eu lhes digo: “As visões que vocês veem são falsas, e o que vocês anunciam é tudo mentira. Vocês dizem que as palavras são minhas, mas eu não lhes disse nada.”

8 Por isso, o SENHOR Deus diz a eles:

— As suas palavras são falsas, e as suas visões são mentiras, e por isso eu estou contra vocês. 9 Eu vou castigá-los, pois são profetas que têm visões falsas e anunciam mentiras. Quando o meu povo se reunir para tomar decisões, vocês não estarão lá. Os seus nomes não estarão escritos na lista do povo de Israel. Vocês não voltarão nunca mais para a sua terra. E assim ficarão sabendo que eu sou o SENHOR Deus.

10 — Os profetas enganam o meu povo, dizendo que tudo vai bem, quando tudo vai mal! O meu povo construiu uma parede de tijolos soltos, e os profetas vieram e a rebocaram. 11 Diga a essa gente que a parede vai cair. Vou mandar chuva pesada e também chuva de pedra; e um vento forte soprará contra ela. 12 A parede cairá, e todos perguntarão a vocês de que adiantou rebocá-la.

13 Portanto, o que o SENHOR Deus diz é isto:

— No meu furor, mandarei um vento forte, chuva pesada e chuva de pedra para destruir essa parede. 14 Derrubarei a parede que eles rebocaram, e a jogarei no chão, e deixarei que os alicerces fiquem aparecendo. Quando a parede cair, vocês morrerão debaixo dela. Então todos ficarão sabendo que eu sou o SENHOR.

15 — A parede e os que a rebocaram sentirão a força da minha ira. Então direi a vocês: “A parede não existe mais, nem aqueles que a rebocaram, 16 isto é, não existem mais os profetas que afirmaram em Jerusalém que tudo ia bem, quando tudo ia mal.” Eu, o SENHOR Deus, falei.

Profecias sob encomenda da Administração, que iludem o povo!

Isaías 30

8 O SENHOR Deus me disse: “Escreva a mensagem numa tábua a fim de que fique registrada para sempre como testemunha eterna contra o povo. 9 Pois são gente rebelde, pessoas mentirosas, que não querem ouvir a lei do SENHOR. 10 Eles pedem aos videntes que não tenham visões e dizem aos profetas: ‘Não nos anunciem a verdade; inventem coisas que nos agradem. 11 Deem o fora! Parem de nos amolar! Não nos falem mais a respeito do Santo Deus de Israel!’ ” 12 Por isso, o Santo Deus de Israel diz ao seu povo: “Vocês rejeitam a minha mensagem e põem a sua confiança e a sua fé na violência e na mentira. 13 Portanto, esse pecado vai trazer a ruína para vocês; ele será como uma brecha que vai se abrindo num muro alto: de repente, o muro desmorona e cai no chão. 14 Vocês serão completamente destruídos, como um vaso de barro que se quebra: não sobra nem um caco que sirva para tirar brasas do fogo ou para tirar água do poço.”

Exemplo de “profecia sob encomenda” são os vários artigos em que os redatores da Casa Publicadora, ao longo de décadas, referem-se aos pastores e líderes da Igreja Adventista do Sétimo Dia como intocáveis “ungidos” do Senhor. Sabendo que Cristo vem do latim “Christu”, derivado do grego “Khristós”, que significa “o Ungido”, promovem os pastores a Anticristos! Homens que se colocam no lugar de Cristo, ou que têm o espírito do Anticristo.  Igualzinhos ao Silas Malafaia, que tenta intimidar aqueles que o denunciam por práticas que desagradam a Deus:

Sem falar nas tentativas de tornar Deus objeto de estudo, dos redatores que se imaginam “teólogos”…

A reimaginação de Deus

Estudiosos tentam entender como Deus Se relaciona com o mundo e o futuro

Marcos De Benedicto

Os teólogos evangélicos norte-americanos e canadenses pa­recem ter descoberto um novo tópico para estudo, de­bate e especulação. Trata-se do con­ceito da “abertura” de Deus. Ou seja, eles querem descobrir até que grau Deus conhece antecipadamente nos­sas decisões e determina o futuro.

Esse foi um dos temas principais do último encontro anual da Sociedade Teológica Evangélica, realizado em no­vembro, nos Estados Unidos. No total, cerca de 40 apresentações relacionadas com o assunto foram agendadas. Além disso, vários livros defendendo pontos de vista opostos já foram ou serão lan­çados em breve. As teses acadêmicas também estão se multiplicando.

Na verdade, esse debate não é muito novo. Começou na década de 1980, quando o teólogo adventista Ri­chard Ríce publicou um livro intitulado The Openness of God (A abertura de Deus). O livro logo saiu do catálogo da Review and Herald por uma deci­são da liderança adventista (no ano seguinte, foi reimpresso pela Be­thany House), mas antes disso um exemplar chegou às mãos do in­fluente teólogo batista Clark Pin­nock, professor no McMaster Divi­nity College em Hamilton, Canadá. Pinnock escreveu para Rice, iniciando um diálogo, e em 1994 editou um livro com o mesmo titulo, escrito por ele e outros quatro teólogos, incluindo Rice.

Se pensarmos em termos históricos, sempre houve certa tensão em áreas teológicas afins. No 5o. século, os seguidores de Santo Agostinho (354-430) enfatizavam a soberania divina, ao passo que os simpatizantes de Pelágio (c. 354-após 418) ressaltavam o poten­cial humano. No século 16, os seguidores de João Calvino (1509-1564) ensinavam que Deus tem um controle absoluto sobre tudo o que acontece no mundo, enquanto os discípulos de Jacobus Arminius (1560-1609) destacavam o papel do livre-arbítrio, da vontade e da responsabilidade do ser humano.

O que há de novo é o interes­se em torno do assunto. Confirmando essa onda, em sua edição de 21 de maio de 2001, a revista Christianity Today, um dos perió­dicos mais populares no meio evangélico norte-americano, anunciou em matéria de capa: “An Openness Debate”. O debate, entre Christopher A. Hall e John San­ders, no estilo troca educada de e-mails, continuou na edição seguinte e deve virar livro (numa versão ampliada). As perguntas impressas na capa da revista e na introdução da matéria resumem bem a essência da discussão em andamento:

Deus muda a Sua mente?
Ele muda Seus planos em resposta a nossas orações?
Deus conhece nosso próximo movimento?
Se Deus conhece tudo, somos realmente livres?
Deus conhece o futuro com exatidão, ou apenas com alto grau de probabilidade?
Deus estava assumindo um risco ao criar a humanidade?
O que (e quando/quanto) Deus conhece?
Se Ele não conhece o futuro em detalhes, como devemos encarar as profecias bíblicas?

Implicações – Essas perguntas têm implicações diretas no dia-a-dia dos crentes, pois o quadro mental que te­mos de Deus afeta nosso relaciona­mento com Ele e o mundo. Em espe­cial, o conceito sobre Deus influi na maneira de percebermos as tragédias que se abatem sobre nós.

Mas em que a teologia da “abertura de Deus” difere da visão tradicional? Em síntese, explica Richard Rice, os de­fensores do modelo aberto acreditam que Deus interage com o mundo. “Eles creem que Deus não somente influência o mundo, mas também é influencia­do pelo mundo.” Deus é sensível a Suas criaturas. Em Seu amor, Deus criou seres realmente livres, cujas escolhas Ele leva a sério. Por isso, Deus dirige o mundo para um propósito, mas não força ninguém. Ele partilha das alegrias e tristezas de Suas criaturas.

Uma das implicações dessa visão tem a ver com a relação entre Deus e o tempo. E aqui que as divergências realmente começam. Grandes pensadores cris­tãos do passado, como Irineu e Tertu­liano, no 2º século, e C. S. Lewis, no século 20, ensinaram que Deus não está limitado pelo fluxo do tempo. De um relance, Ele vê tudo; portanto, conhece detalhadamente todas as coisas. Para Deus, o passado, o presente e o futuro seriam um eterno agora. Mas a nova ge­ração de teólogos da “abertura” desafia esse pressuposto, afirmando que o tempo é real para Deus. Ao invés de ver tudo de uma vez, Deus experimentaria os fatos à medida que eles ocorrem. Deus é eterno, mas não atemporal.

Evidentemente, os defensores do modelo aberto também crêem que Deus tem um conhecimento perfeito.

Mas esse conhecimento, para eles, é, perfeito porque Deus (1) conhe­ce as coisas exatamente como elas são, (2) é o maior espe­cialista no cálculo de probabi­lidade e (3) tem poder para con­cretizar Seus planos. O conheci­mento divino não seria perfeito no sentido de Deus ler antecipadamente os pensamentos das pessoas, ou contemplar “lá de cima” as coisas que
ainda não aconteceram. A decisão de um ser livre, argumentam, só pode ser conhe­cida quando a decisão é tomada. Antes disso, a decisão não existe e não há nada para saber sobre aquela decisão. Ou seja, a questão não é se Deus conhe­ce perfeitamente a realidade, mas que realidade Ele conhece perfeitamente.

Uma vantagem dessa abordagem, segundo os seus adeptos, é que ela evi­ta o tradicional malabarismo filosófico para conciliar a onisciência divina com o livre-arbítrio humano. Se Deus conhece tudo o que eu vou fazer, onde está a minha liberdade? Em geral, os teólogos respondem que o fato de Deus conhecer algo não significa que Ele determina aquela coisa. Mas essa resposta não convence a todos.

Outra aparente vantagem é que a teoria explica melhor o caráter amoroso de Deus. Se Deus controla tudo, o que dizer das tragédias e catástrofes existen­tes no mundo? O holocausto judeu na Segunda Guerra Mundial (ou o aten­tado ao World Trade Center, ou mesmo a morte de uma pessoa querida) não combina com um Deus de amor, a menos que esse Deus realmente respeite a liberdade do ser humano. No modelo aberto Deus não determina ou controla todos os detalhes da história. Há coisas que Ele decide sozinho,há outras em que cooperamos com Ele, e há ainda outras coisas que acorrem contra a Sua vontade.

Além disso, o modelo de Rice, Pinnock & Cia. parece explicar melhor várias passagens bíblicas sugerindo que o futuro é parcialmente aberto. A Bíblia indica que (1) Deus muda de idéia quando as circunstâncias mudam, (2) tem expectativas sobre o comportamento humano que às vezes não são correspondidas, (3) fica decepcionado e Se arrepende de certas decisões, (4) investiga os fatos antes de enviar juízos, (5) testa a fidelidade das pessoas e (6) interfere no curso das coisas em resposta à oração (veja o quadro “Paradoxo”).

Se Deus determinasse tudo e tivesse um conhecimento antecipado absoluto das decisões humanas, alegam os defen­sores da “nova” teoria, o futuro seria fechado. Nesse caso, por que Ele precisa­ria investigar, mudar de idéia ou testar? Para eles, esse tipo de linguagem não é apenas antropomorfismo (atribuição de formas ou características humanas a Deus), mas a descrição real dos fatos.

De forma bem direta, o modelo aberto afeta a maneira de encarar a oração. Há quem pense que a oração não muda a Deus, mas somente a pessoa que ora, refinando sua visão e acentuando seu compromisso. Mas, do ponto de vista bíblico, a realidade pare­ce não ser bem essa. Se a oração não despertasse uma resposta de Deus, então não teria sentido orar pelos outros. A Bíblia sugere que a oração realmente tem o poder de mudar as coisas.

Finalmente, embora sem esgotar o assunto, o modelo aberto dá um novo sentido para a morte de Cristo. Se Deus pré determinasse tudo, então a vinda de Cris­to seria apenas um jogo de cena. Ou seja, a Sua vitória já estaria garanti­da por antecipação. Porém, as tentações de Cristo e a Sua oração para o Pai livrá-Lo da cruz, se possível, mostram que a Sua mis­são envolvia um risco real. Deus não joga dados, mas, por amor, corre riscos.

Críticas — Como era de se prever, o modelo aberto tem despertado pesadas críti­cas, especialmente de teólogos influen­ciados pela filosofia platônica e o calvi­nismo. Uma das críticas é que a visão aberta diminui a soberania e rouba a majestade de Deus. Em uma entrevista à Christianity Today, Royce Gruenler acusa os adeptos do modelo aberto de limitar Deus a uma porcentagem de po­der. Se nós controlamos 70% e Deus só controla 30%, sugere Gruenler, esse Deus não seria digno de adoração. Rice discorda. “O problema não é quanto poder Deus possui”, escreveu recentemente na revista Spec­trum, mas como Deus esco­lhe usar o Seu poder.”

Outra crítica freqüente é que o modelo aberto nega a onisciên­cia de Deus. Os teólogos tradicionais crêem que o conhecimento de Deus não tem limite, nem qualificação. É absoluto. Um Deus meio “ignorante” não seria sem valor diante de um mundo em ace­lerado ritmo de mudanças? Rice diz que é um erro grosseiro dizer que os defen­sores do modelo aberto negam
a presciência de Deus. Para John Sanders, autor de The God Who Rishs (O Deus que arrisca), Deus conhece totalmente o passado, o presente e aquilo que está definido (ou fechado) do futuro; só não conhece o que está indefinido (ou aberto). Ele sabe tudo o que é possível saber. O futuro não poderia ser totalmente co­nhecido porque ainda não existe.

E o que dizer das profecias? Norman R. Gulley, teólogo adventista, afirma que o conhecimento absoluto prévio de Deus é essencial no contexto profético. Se o futuro é desconhecido, diz ele, en­tão não podemos ter segurança quanto ao programa divino, nem senso de ur­gência. Um dos textos mais utilizados pelos críticos do modelo aberto é Isaías 46:9 e 10, onde Deus Se apresenta como aquele que anuncia o fim desde o princípio e que revela as coisas ainda por acontecer. Mas, novamente, Rice contra-argumenta, dizendo que os versos seguintes apontam para o poder de Deus. Isso significa que, nesse texto, Deus está falando de Seu plano, anunciando o que pretende fazer, e não de Seu absoluto conhecimento do futuro.

A glória divina não estaria apenas no que Deus conhece, mas no poder que tem para realizar Seus planos.

Há também os que associam o modelo aberto com a chamada teologia do processo, a qual, na prática, torna Deus dependente do mundo e profundamente influenciável pelas experiências dos seres criados. Os defensores do modelo aberto negam essa ligação. “Deus é imu­tável em alguns aspectos e mutável em outros”, comenta Rice. “Deus muda à medida que Se interage com o mundo, mas em Sua existência e caráter é tão absoluto quanto qualquer tradicional gostaria que fosse”.

Consenso? — Que o modelo aberto representa uma significativa mudança na maneira tradicional de imaginar Deus, é evidente. Por isso mesmo merece atenção. Mas seria ele bíblico? Na disputa anterior entre calvinistas e arminianos, os últimos parecem ter levado a melhor. A idéia da predestinação perdeu espaço para o conceito do livre-arbítrio. Para muitos, um meio-termo foi satisfatoriamente encontrado: Deus predestina todos para a salvação, mas a salvação só é efetiva se a pessoa disser “sim” à oferta divina. Será que ocorrerá algo parecido no debate atual?
Não dá para prever se algum dia os teólogos evangélicos chegarão a um consenso sobre o assunto, mesmo porque o modelo aberto pode levar a conclusões um tanto radicais. Mas o dialogo deve prosseguir. A verdade não teme a força dos argumentos. Se o modelo aberto passar no teste da legitimidade bíblica, deve ser aperfeiçoado; se não passar, deve ser descartado.

O mínimo que se espera é que o diálogo continue num clima cordial e que o que os teólogos não sejam punidos por suas igrejas por ousar pensar. Em matéria de teologia, como em outras áreas, é preciso manter a mente aberta, um espírito amistoso e o bom senso. Rotular uma teoria de “heresia” só porque ela não corresponde à tradição não leva a nada.

Sempre é possível ampliar o conhecimento bíblico e refinar a teologia. Afinal, ninguém é dono absoluto da verdade. Sem falar que já existe muita coisa em comum entre esses diferentes teólogos, a começar pela crença na Bíblia como a Palavra de Deus e em Jesus Cristo como o Salvador.

Se é hora de questionar o modelo aberto, ainda é cedo para aceitá-lo ou descartá-lo. A única coisa certa, enquanto, é que o Deus infinito pode ser totalmente compreendido pelo ser humano finito.

PARADOXO

A Bíblia tem vários aparentes paradoxos. Com relação à soberania/onisciência divina, isso não é diferente.

Um grupo de passagens sugere que Deus conhece tudo, tem um plano estrito para o cos­mos e não muda. No Salmo 139, Davi diz que Deus conhecia os seus pensamentos de lon­ge e que seus dias foram escritos no livro divino antes dele nascer (versos 2 e 16). A nar­rativa sobre a traição de Jesus por Judas sugere um perfeito conhecimento prévio dos fatos (Mat. 26t23-25; 27:5-l0). O apóstolo Paulo diz que “tudo é feito de acordo com o plano e a decisão de Deus» (Efés. 1:11, BLH). Em certo sentido, Deus não muda (Mal. 3:6; Tiago 1:17). Embora os defensores da “abertura de Deus» tenham explicações para esses textos, eles são fortes evidências contra o seu modelo.

Já outro grupo de passagens sugere que Deus altera os planos, muda de idéia e até mesmo aperfeiçoa Seus conhecimentos. Deus celebrou a criação do mundo, mas, vendo a maldade humana, arrependeu-Se de ter criado a humanidade (Gên. 6:6). Antes de destruir Sodoma e Gomorra Deus checou se a situação era realmente tão grave (Gên. 18:21). Ele tes­tou Abraão e os israelitas para constatar a fidelidade deles (Gên. 22:12; Êxo. 20:20). Certa vez, enviou o profeta Jonas a Nínive, capital da Assíria, com o aviso de que iria destruir a cidade. Mas o povo se arrependeu e Deus mudou de idéia, para a decepção do profeta (Jo­nas 3:1O). Parece que Deus não vê nenhum problema em usar as palavras “pode ser” e “tal­vez” (Exo. 4:8 e 9; Jer. 26:3; Eze. 12:3). O plano de Deus pode ser rejeitado e a apostasia é possível (Luc. 7:30; João 15; Rom. 11:22; Heb. 6:4-6; 10:26-29; Apoc. 3).

Solução do paradoxo? Deus é soberano e perfeito, mas isso não significa que Seus pla­nos sejam Inateráveis, ou seguidos nos mínimos detalhes, pois Ele respeita o nosso livre­ arbítrio. Jeremías explica o princípio da condicionalidade de modo claro: “Deus é tão soberano que tem liberdade para anunciar uma bênção ou um juízo e, dependendo da resposta do povo mudar de idéia” (Jer. 18:7-10). Naturalmente, há certos planos divinos, como a vol­ta de Cristo, que são incondicionais.

Revista Sinais dos Tempos, edição de  janeiro-fevereiro de 2002.

Sobre Max Rangel

Servo do Eterno, Casado, Pai de 2 filhas, Analista de Sistemas, Fundador e Colunista do site www.religiaopura.com.br.

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