Pergunte ao seu pastor: Posição de Tiago White em relação aos “conselhos” de EGW é válida para os membros da Igreja?

De Tiago White para Ellen White:

“…Enquanto eu estiver em atividade, usarei a boa e velha cabeça que Deus me deu, até que ele revele que estou errado. A sua cabeça não cabe nos meus ombros. Mantenha-a no devido lugar, e eu tentarei honrar a Deus usando a minha. Terei prazer em ouvir de você, mas não perca seu precioso tempo e energias querendo me dar lição sobre assuntos que são meras opiniões.” — Leia mais em: “Os perrengues conjugais de Ellen White”, repostado abaixo.

RESUMO
  • Os adventistas costumam apresentar uma Ellen White praticamente perfeita: simpática, amorosa, boa esposa, etc. Mas a realidade é outra. A verdadeira Ellen era alguém que tinha perrengues com o marido. A verdade é que não se dava bem com ele.
  • Quatro cartas escritas pela própria Ellen a uma amiga íntima revelam a verdade.
  • Informações contextuais vão ajudar a entender melhor as cartas.
  • Primeira carta: queixas da Ellen contra o marido, James [Tiago], que tinha mudado para uma cidade a 3.000 quilômetros de distância.
  • Segunda carta: “…Não creio que o meu marido deseje realmente a minha companhia…”
  • Terceira carta: a Ellen conta à amiga o que o James havia acabado de lhe escrever numa carta: “… não perca seu precioso tempo e energias querendo me dar lição sobre assuntos que são meras opiniões…”
  • Quarta carta: “… eu não precisava ter incomodado você com [meus problemas com o James]. Queime todas as minhas cartas…”
  • Aquele era claramente um casamento disfuncional.
  • 5 perguntas para reflexão. A quinta e última: O que as cartas revelam sobre o temperamento da Ellen?

Os perrengues conjugais de Ellen White

Existe a Ellen White que os adventistas conhecem. É a Ellen White simpática, amorosa, atenciosa, boa mãe, boa esposa. É assim que ela é apresentada em lições da escola sabatina, sermões, artigos de revistas, livros, programas de televisão e até filmes. E existe a verdadeira Ellen White, que tinha seus sérios perrengues conjugais com James [Tiago] White.

Quatro cartas reveladoras

Abaixo você lerá quatro cartas que a Ellen enviou a uma amiga íntima. Nessa correspondência a Ellen se abre sobre sua vida conjugal, conta as dificuldades e divergências com o marido, que a essa altura estava morando a cerca de 3.000 quilômetros de distância!

Alguns talvez duvidem da autenticidade dessas cartas, mas elas estão disponíveis no site oficial que divulga todos os escritos de Ellen White. (Nas notas de rodapé você tem os links das cartas no site oficial.)

Aliás, as cartas são tão problemáticas que a Igreja Adventista do Sétimo Dia se sentiu na obrigação de dar uma explicação. Por isso, depois do texto de cada uma das quatro cartas, é contada a história de que em 1973 o White Estate [Patrimônio White] adquiriu um grande lote de cartas recebidas pela adventista pioneira Lucinda Hall, de que entre essas várias cartas estavam justamente essas quatro e de que, apesar do pedido da Ellen para que as cartas fossem destruídas, ainda assim a IASD achou que muito tempo já se havia passado e não faria mal divulgá-las.

Contexto

Algumas informações que ajudarão a entender as cartas.

  • As cartas foram escritas todas em maio de 1876, ano do primeiro centenário da independência dos Estados Unidos. As comemorações aconteceriam em 4 de julho.
  • A essa altura a Ellen estava com 49 anos, e James, com 53.
  • Lucinda Hall, a destinatária das 4 cartas, era adventista e amiga bem próxima da Ellen, possivelmente a amiga mais chegada que a “profetisa” teve.
  • A Ellen estava morando em Oakland, estado da Califórnia. E o marido morava em Kansas, a aproximadamente 3.000 quilômetros de distância. Oakland fica bem no oeste dos Estados Unidos, no litoral do oceano Pacífico. Kansas fica bem para leste, a meio caminho entre os oceanos Pacífico e Atlântico.
  • Quando a Ellen menciona ir para o leste, está se referindo a atravessar as montanhas Rochosas e ir até Kansas.
  • É preciso lembrar que, naquela época, viagens eram feitas de trem, sendo bastante caras e demoradas.
  • A Ellen se refere aos filhos chamando-os de “crianças”, mas, a essa altura, o filho Edson tinha 27 anos, e o filho William tinha 22. Edson havia se casado 6 anos antes, e William havia se casado no início de 1876. É bem possível que, quando usa a palavra “crianças”, também esteja incluindo as noras.
  • Na terceira carta, a Ellen cita um trecho de uma carta que havia escrito para o James. Na mesma carta, ela reproduz um trecho bem longo de carta que havia recebido do marido. Por questão de clareza, esses dois trechos estão destacados com itálico, isto é, com letras inclinadas.

1ª carta

“Oakland, Califórnia, 10 de maio de 1876.

“Querida irmã Lucinda,

“Recebi sua carta ontem à noite. Recebi também uma do James . Lucinda, não pretendo agora trocar o certo pelo duvidoso. Consigo escrever mais e estou livre. Se eu for para o leste do país, pode acontecer da felicidade do James mudar de repente e ele ficar reclamando e irritado. Estou profundamente aborrecida com esta situação e não pretendo ir aonde existe a mínima possibilidade de isso acontecer. Quanto mais penso no assunto, mais resolvida e decidida estou de permanecer aqui, a menos que Deus me dê luz. Jamais conseguirei uma oportunidade como essa com a qual Deus me tem favorecido no presente. Tenho de trabalhar conforme Deus dirigir. Peço e suplico por luz. Se é meu dever participar das reuniões campais, ficarei sabendo.

Sobre Max Rangel

Servo do Eterno, Casado, Pai de 2 filhas, Analista de Sistemas, Fundador e Colunista do site www.religiaopura.com.br.

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