Os últimos anos da igreja evangélica tem sido marcados por “profetas e profecias”. Dificilmente você encontrará alguém que já não tenha recebido uma palavra como: “eu profetizo na sua vida”, “eu profetizo bênçãos sobre você”, “Deus mandou lhe dizer”, “eu determino a cura sobre sua doença”, determino que portas de emprego se abrirão” e frases semelhantes. Tudo bem, se de fato tudo isso acontecesse, no entanto um bom observador perceberá facilmente que a grande maioria das ditas profecias ou são demasiadamente genéricas, como um horóscopo, ou simplesmente não se concretizam.
Também não é preciso ser teólogo para saber que um profeta de Deus fala da parte Dele, movido pelo Espírito Santo e que, como Deus não mente, se a maioria das profecias não se cumpre, significa que a maioria delas não foi proferida da sua parte.
Leiamos a Bíblia: “ Mas o profeta que tiver a presunção de falar em meu nome alguma palavra que eu não tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá. E, se disseres no teu coração: Como conheceremos qual seja a palavra que o Senhor falou? Quando o profeta falar em nome do Senhor e tal palavra não se cumprir, nem suceder assim, esta é a palavra que o Senhor não falou; com presunção a falou o profeta; não o temerás”. Deuteronômio (18:18-22).
Na verdade, um “profeta” que “prevê o futuro” e fica torcendo para ver se acerta, errando muitas vezes, não é reconhecido como profeta, mas como adivinhador ou prognosticador, comparado a feiticeiro, e a Bíblia também condena veementemente: “Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te dá, não aprenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos. Não se achará no meio de ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz estas coisas é abominável ao Senhor, e é por causa destas abominações que o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti. Perfeito serás para com o Senhor teu Deus. Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém, quanto a ti, o Senhor teu Deus não te permitiu tal coisa”( Dt 18: 9-14).
Por que, então, essas pessoas continuam esse “ministério da mentira” sem serem importunadas? Por que nós, fiéis, não as obrigamos a se calar, como acontecia no velho testamente, onde os falsos profetas eram apedrejados?
Talvez a resposta seja que nós humanos tendemos a aceitar e acreditar naquilo que nos agrada. È bom ouvir bênçãos, mesmo que elas não ocorram. È bom ouvirmos que somos mais que vencedores sobre os problemas, campeões, que nenhuma maldição nos alcançará… é bom, esses prognosticadores sabem disso e por isso só profetizam bênçãos, reservando as maldições apenas para os que os contradizem. “O intelecto humano tem o erro peculiar e perpétuo de mais se mover e excitar pelos eventos afirmativos que pelos negativos, quando deveria rigorosa e sistematicamente atentar para ambos”, dizia Francis Bacon.
Precisamos estar atentos, se nos deixamos levar pelas falsas profecias, facilmente seremos levados a outros erros, ao ponto de criarmos um novo evangelho, aliás poderão nos levar aonde quiserem “pois o homem se inclina a ter por verdade o que prefere. Em vista disso, rejeita as dificuldades, levado pela impaciência da investigação; a sobriedade, porque abala a esperança; os princípios supremos da Bíblia em favor da superstição”.
Irmãos, voltemos à Bíblia!.
Laurentino Aguiar
http://laurentinoaguiar.blogspot.com.br/2012/08/profecias-e-profetas.html