Dia de TBT: Congresso MV relembra a participação da liderança no genocídio de adventistas em Ruanda

Não podemos varrer a sujeira da história para baixo do tapete. Temos que confrontar a nossa história e aprender dela.

Segundo o The New Times, de Ruanda, 12 mil pessoas foram mortas na missão adventista de Mugonero (uma das grandes instituições adventistas no país, como Bongo em Angola e Mungulini em Moçambique). Em 1994, Mugonero era um importante estabelecimento adventista que abrigava uma igreja, um hospital e uma filial da Universidade Adventista da África Central (AUCA), comumente conhecida como Mudende.

Trechos de artigo do New York Times, de 20 de fevereiro de 2003: O pastor Elizaphan Ntakirutimana, 78, ex-presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia no oeste de Ruanda, foi condenado a 10 anos de prisão por ajudar e encorajar genocídio. […]

Os três juízes, liderados por Eric Mose, da Noruega, descobriram que o pastor e seu filho levaram agressores à Igreja Adventista de Mugonero e ao complexo hospitalar em Kibuye, onde centenas de famílias tutsis desarmadas, incluindo ministros adventistas e seus parentes, buscaram refúgio de a violência. Os juízes descobriram que pai e filho também se juntaram e guiaram comboios de veículos que transportavam agressores para cidades próximas.

Ntakirutimana morreu em 22 de janeiro de 2007, aos 82 anos, um mês depois de cumprir sua pena (TNT). Abaixo: memorial do genocídio.

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Entre abril e julho de 1994 mais de um décimo da população de Ruanda foi exterminada, num genocídio só comparável ao Holocausto dos judeus sob o nazismo. Patrocinada pelo governo ruandês, a maioria hutu massacrou a minoria tutsi diante da indiferença da chamada “comunidade internacional”. A tragédia, supostamente motivada pelo “ódio ancestral” entre as duas etnias, teve na verdade origens políticas e econômicas muito concretas.

Durante três anos, o jornalista norte-americano Philip Gourevitch mergulhou na realidade ruandesa para tentar desvendar o amplo contexto cultural, político e étnico dos acontecimentos. Ouviu centenas de pessoas, reconstituindo o drama pessoal dos envolvidos na tragédia, fossem eles sobreviventes, assassinos ou cúmplices. Pesquisou as histórias recente e remota do país e, ao traçar o desenvolvimento das tensões étnicas em Ruanda, reuniu indícios suficientes para questionar a atuação dos colonizadores belgas e de outras potências ocidentais na região.

Lúcido e pungente, o livro é ao mesmo tempo testemunho e reflexão sobre um dos episódios mais terríveis de nosso tempo, mostrando como, ainda hoje, a distância entre civilização e barbárie pode ser curta. 

O texto a abaixo foi retirado das páginas 31 a 38 do Livro “Gostaríamos de Informá-lo de que Amanhã Seremos Mortos Com Nossas Famílias” do jornalista Philip Gourevitch (best seller internacional), publicado pela “Companhia das Letras”. Você precisa ler! Somente lendo o livro, você poderá ter uma idéia de tudo que ocorreu em Rwanda, e as motivações do acontecido. O livro pode ser encontrado em São Paulo nas livrarias “Siciliano”, ou adquirido através da Internet (link acima).

Se você pudesse andar direto para o oeste a partir do memorial do massacre em Nyarubuye, atravessando Ruanda de uma ponta a outra, sobre os morros, pântanos, lagos e rios até a província de Kibuye, então, um pouco antes de cair no grande mar interior que é o lago Kivu, você depararia com outra cidade de montanha. Essa montanha chama-se Mugonero, e ela, também, é coroada por uma grande igreja.

Embora Ruanda seja esmagadoramente católica, os protestantes evangelizaram grande parte de Kibuye, e Mugonero é sede da missão dos Adventistas do Sétimo Dia. O lugar, com suas construções de tijolos aparentes, lembra mais o campus de uma faculdade americana que uma aldeia africana. Limpas alamedas comunicam a grande igreja a uma capela menor, a uma creche, a uma enfermaria e a um complexo hospitalar que goza da reputação de oferecer um excelente serviço médico.

Foi no hospital que Samuel Ndagijimana buscou refúgio durante as chacinas, e, embora uma das primeiras coisas que ele me disse tenha sido “Eu esqueço pouco a pouco, logo ficou claro que não esquecera tanto quanto gostaria.

Samuel trabalhava como assistente no hospital. Havia entrado no serviço em 1991, aos 25 anos. Perguntei-lhe sobre sua vida na época que os ruandeses chamam de “Antes” Ele disse: “Éramos simples cristãos.” Isso era tudo. Eu podia ter perguntado sobre outra pessoa, que ele houvesse conhecido apenas de passagem e que não lhe dizia respeito.

Era como se suas primeiras lembranças verdadeiras fossem dos primeiros dias de abril de 1994, quando ele viu milicianos hutus realizando exercícios públicos do lado de fora dos prédios governamentais em Mugonero. “Observávamos os jovens saírem toda noite, e as pessoas falavam sobre isso no rádio, disse Samuel.” Eram apenas membros dos grupos do Poder Hutu que iam, e aqueles que não participavam eram chamados de “inimigos”.

No dia 6 de abril, algumas noites depois que a movimentação começou, o ditador hutu de longa data, presidente Juvénal Habyarimana, foi assassinado em Kigali, e uma panelinha de líderes do Poder Hutu que faziam parte do alto comando militar tomou o poder. “O rádio anunciou que as pessoas não deviam sair de casa”, disse Samuel.

“Começamos a ver grupos de sujeitos se reunindo naquela mesma noite, e quando saímos de manhã para trabalhar, vimos esses grupos junto com os líderes locais do Poder Hutu, organizando a população. A gente não sabia exatamente o que havia, só sabia que alguma coisa estava para acontecer.

No trabalho, Samuel observou “uma mudança de clima”. Ele disse que “ninguém conversava mais com ninguém, e muitos de seus colegas passavam todo o tempo em reuniões com um certo dr. Gerard, que não fazia segredo de seu apoio ao Poder Hutu.

Samuel ficou chocado com isso, porque o dr. Gerard fora educado nos Estados Unidos, e era filho do presidente da Igreja Adventista em Kibuye, portanto era visto como uma figura de grande autoridade, um líder da comunidade – alguém que serve como exemplo.

Depois de alguns dias, quando Samuel olhava para o sul, através do vale, viu casas pegando fogo em aldeias à margem do lago. Decidiu ficar no hospital da igreja até que os problemas terminassem, e famílias tutsis de Mugonero e arredores logo tiveram a mesma idéia. Essa era uma tradição em Ruanda. “Sempre que havia problemas, as pessoas corriam para a igreja,” disse Samuel. “Os pastores eram cristãos.”

A gente confiava que nada aconteceria no local deles. De fato, muitas pessoas de Mugonero me disseram que o pai do dr. Gerard, o pastor Elizaphan Ntakirutimana, presidente da igreja, esteve orientando pessoalmente os tutsis a reunir-se no complexo adventista.

Tutsis feridos convergiam para Mugonero, vindos de todas as partes da região do lago. Eles vinham pelo mato, tentando evitar as incontáveis barreiras policiais montadas pelas milícias ao longo da estrada, e traziam histórias. Alguns contavam como, alguns quilômetros ao norte, em Gishyita, o prefeito estava tão frenético em sua impaciência para matar tutsis que milhares haviam sido chacinados ainda a caminho da igreja para onde ele os arrebanhara, e ali foram massacrados os que sobraram.

Outros contavam como, alguns quilômetros ao sul, em Rwamatamu, mais de 10 mil tutsis se refugiaram na câmara municipal, e o prefeito havia trazido caminhões de policiais, soldados e milicianos com armas e granadas para cercar o local; atrás deles, ele armara populares com facões, para o caso de alguém escapar quando a fuzilaria começasse – e de fato haviam sobrado muito poucos fugitivos de Rwamatamu.

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Dizia-se que um pastor adventista e seu filho colaboraram estreitamente com o prefeito na organização da chacina em Rwamatamu. Mas talvez Samuel não tenha ouvido a respeito disso dos feridos que encontrou, que chegavam “baleados ou atingidos por granadas, amputados de um braço, ou uma perna. Ele ainda imaginava que Mugonero pudesse ser poupada.

Em 12 de abril, o hospital estava lotado por uns 2 mil refugiados, e o suprimento de água fora cortado. Ninguém podia sair. Milicianos e membros da Guarda Presidencial haviam sitiado o complexo. Mas quando o dr. Gerard soube que várias dúzias de hutus estavam entre os refugiados, arranjou para que fossem evacuados. Ele também trancou a farmácia, negando tratamento aos feridos e doentes – porque eram tutsis, disse Samuel.

Espiando para fora de seu cativeiro, os refugiados no hospital viam o dr. Gerard e seu pai, o pastor Ntakirutimana, rodando para cima e para baixo com milicianos e membros da Guarda Presidencial.

Os refugiados se perguntavam se aqueles homens haviam esquecido seu Deus.

Entre os tutsis no complexo da igreja e hospital de Mugonero estavam sete pastores adventistas que logo assumiram seu papel costumeiro de líderes do rebanho. Quando dois policiais apareceram no hospital para anunciar que seu trabalho era proteger os refugiados, os pastores tutsis fizeram uma coleta e levantaram quase quatrocentos dólares para os policiais.

Por vários dias, tudo esteve calmo. Então, quando caía a noite de 15 de abril, os policiais disseram que tinham de partir porque o hospital seria atacado na manhã seguinte. Foram embora num carro com o dr. Gerard, e os sete pastores aconselharam seus companheiros refugiados a se preparar para o fim. Então os pastores sentaram juntos e escreveram cartas para o prefeito e para o superior deles, pastor Elizaphan Ntakirutimana, o pai do dr. Gerard, pedindo a eles em nome de Deus que intercedessem a seu favor.

E a resposta veio disse Samuel. “Foi o doutor Gerard que a anunciou: Sábado, dia 16, às nove em ponto da manhã, vocês serão atacados, Mas foi a resposta do pastor Ntakirutimana que arrasou o espírito de Samuel, e ele repetiu duas vezes, bem devagar, as palavras do presidente da igreja: “Já foi encontrada uma solução para o seu problema. Vocês devem morrer.

Um dos colegas de Samuel, Manase Bimenyimana, lembrava da resposta de Ntakirutimana de um modo ligeiramente diferente. Ele me disse que as palavras do pastor foram: “Vocês devem ser eliminados. Deus não quer mais vocês.

Em seu cargo de assistente hospitalar, Manase servia como criado doméstico de um dos médicos, e havia permanecido na casa do médico depois de instalar a mulher e os filhos – por segurança – entre os refugiados do hospital. Por volta de nove horas da manhã de sábado, 16 de abril, ele estava alimentando os cachorros do médico. Viu o dr. Gerard rodando em direção ao hospital num carro cheio de homens armados. Então, ouviu tiros e explosões de granadas.

“Quando os cachorros ouviram os gritos das pessoas, ele me disse, “também começaram a uivarl” Manase conseguiu chegar ao hospital – estupidamente, talvez, mas se sentia exposto e queria estar junto com a família. Encontrou os pastores tutsis instruindo os refugiados a se preparar para a morte.

“Fiquei muito desapontado, disse Manase. “Eu achava que ia morrer, e começamos a procurar qualquer coisa com que pudéssemos nos defender – pedras, tijolos quebrados, pedaços de pau. Mas eles não serviam para nada. As pessoas estavam fracas. Não tinham nada para comer. A fuzilaria começou, e as pessoas foram caindo e morrendo.

Havia muitos atacantes, lembrou Samuel, e vinham de todos os lados – “da igreja, dos fundos, do norte, do sul. Ouvíamos os tiros, os gritos e o slogan que cantavam: “Eliminem os tutsis!” Eles começaram a atirar em nós, e nós jogávamos pedras neles, porque não tínhamos outra coisa, nem mesmo um facão.

Estávamos famintos, cansados, ficáramos sem água por mais de um dia. Havia gente sem os braços. Havia mortos. Eles matavam as pessoas na capela, na escola e depois no hospital.

Vi o doutor Gerard, e vi o carro de seu pai passar pelo hospital e parar junto ao seu escritório. Por volta do meio-dia, fomos para um porão.

Eu estava com alguns parentes. Outros já haviam sido mortos. Os agressores começaram a arrombar as portas e a matar, disparando e lançando granadas. Os dois policiais que foram nossos protetores agora eram agressores. A comunidade local também ajudou. Quem não tinha armas de fogo tinha facões ou masus.

À noite, por volta de oito ou nove horas, começaram a lançar gás lacrimogêneo. As pessoas que ainda estavam vivas gritavam. Assim os invasores sabiam onde as pessoas estavam, e podiam matá-las diretamente. Na média nacional, os tutsis chegavam a pouco menos de 15% da população de Ruanda, mas na província de Kibuye a relação entre hutus e tutsis era mais ou menos meio a meio.

Em 6 de abril de 1994, cerca de 250 mil tutsis viviam em Kibuye, e um mês depois mais de 200 mil deles haviam sido assassinados. Em muitas aldeias de Kibuye, nenhum tutsi sobrevivera.

Manase me contou que ficou surpreso quando ouviu que “somente 1 milhão de pessoas” foram mortas em Ruanda. “Veja só quantas morreram só neste lugar, e quantas foram comidas pelos pássaros, disse ele. Era verdade que os mortos do genocídio foram uma grande bênção para os pássaros de Ruanda, mas os pássaros também foram úteis para os sobreviventes.

Assim como as aves de rapina formam uma frota no ar diante do avanço de um incêndio na floresta, para se banquetear com os animais que fogem espavoridos do inferno, também em Ruanda durante os meses de extermínio os bandos de abutres, milhares e corvos que sobrevoavam os locais de massacre desenhavam um mapa nacional no céu, sinalizando as zonas proibidas a pessoas como Samuel e Manase, que se esconderam no mato para sobreviver.

Algum tempo antes da meia-noite de 16 de abril, os assassinos no complexo adventista de Mugonero, incapazes de encontrar alguém que houvesse escapado da matança, foram saquear as casas dos mortos. Samuel, no porão, e Manase escondido, com sua mulher e filhos assassinados, viram-se inexplicavelmente vivos.

Manase partiu imediatamente. Fugiu para a cidade vizinha de Murambi, onde se juntou a um pequeno grupo de sobreviventes de outros massacres, que também haviam buscado refúgio em igrejas adventistas. Por quase 24 horas, segundo ele, tiveram paz. Então o dr. Gerard veio com um comboio de milicianos.

Houve fuzilaria de novo, e Manase escapou. Dessa vez, fugiu para as montanhas, para um lugar chamado Bisesero, onde o rochedo é alto e escarpado, cheio de grutas e freqüentemente envolvido em nuvens. Bisesero foi o único lugar de Ruanda em que milhares de civis tutsis montaram uma defesa contra os hutus que tentavam matá-los.

“Olhando para a quantidade de gente que havia em Bisesero, nos convencemos de que poderíamos não morrer, contou-me Manase. E no começo, disse ele, “só mulheres e crianças foram mortas, porque os homens estavam lutando. Mas, com o tempo, dezenas de milhares de homens também tombaram ali.

Nas cidades atulhadas de cadáveres de Kibuye, tutsis vivos tornaram-se extremamente difíceis de achar. Mas os assassinos nunca desistiam. A caçada se concentrava em Bisesero, e os caçadores chegavam em caminhões e ônibus. “Quando viram a força da resistência, chamaram milícias de locais distantes”, disse Manase.

“E eles não matavam simplesmente. Quando estávamos fracos, economizavam balas e nos matavam com lanças de bambu. Cortavam tendões de Aquiles e pescoços, mas não completamente, e deixavam as vítimas chorando por um longo tempo até morrer. Cachorros e gatos estavam lá, simplesmente comendo as pessoas.

Samuel também fugira para Bisesero. Ele havia ficado no hospital de Mugonero, “cheio de mortos até a uma da manhã. Então se arrastou para fora do porão e, carregando “um que tinha perdido os pés, prosseguiu lentamente em direção às montanhas.

O relato de Samuel sobre seu calvário depois da chacina em seu local de trabalho foi tão telegráfico quanto sua descrição da vida em Mugonero antes do genocídio. Diferentemente de Manase, ele encontrou pouco consolo em Bisesero, onde a única vantagem para as pessoas que resistiam era o terreno. Ele havia concluído que ser um tutsi em Ruanda significava a morte.

“Depois de um mês, disse ele, fui para o Zaire. Para chegar lá teve de atravessar áreas menos conturbadas descendo até o lago Kivu, e atravessar suas águas de noite numa piroga – uma jornada violentamente perigosa, mas Samuel não mencionou isso.

Manase permaneceu em Bisesero. Durante a luta, disse-me, “ficamos tão acostumados a correr que quando a gente não estava correndo, não se sentia bem. Lutar e correr deram coragem a Manase, uma sensação de fazer parte de um propósito maior que sua própria existência. Então foi baleado na coxa, e a vida mais uma vez se transformou em pouco mais que continuar vivo. Ele achou uma caverna, “uma rocha sob a qual passava um curso d’água e fez dela sua casa.

“De dia, eu estava sozinho”, disse ele. “Só havia gente morta. Os corpos haviam caído na corrente, e eu os usava como uma ponte para atravessar a água e me juntar às outras pessoas à noite. Desse modo, Manase sobreviveu.

Terminada a nefanda tarefa, o Pastor e seu filho médico continuaram em Rwanda por um pouco de tempo. Assim que a situação política se modificou, os dois fugiram. O Pastor foi para os Estados Unidos , colocando-se sob a proteção da corporação asd e morando numa grande mansão. Posteriormente, acabaram presos e condenados — Elihaj HaRosh.

Fonte:  http://www.congressomv.org/ruanda/

Sobre Max Rangel

Servo do Eterno, Casado, Pai de 2 filhas, Analista de Sistemas, Fundador e Colunista do site www.religiaopura.com.br.

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